Confesso para vocês que ter escrito sobre alguns fenômenos ópticos (como nuvens iridescentes e halo), me fez ter vontade de escrever ainda mais sobre o assunto.
A verdade é que eu também fui influenciada por uma música do The Doors chamada Gloria:
Eu estava ouvindo essa música, quando pensei em escrever sobre o fenômeno de mesmo nome.
A gloria é um fenômeno óptico que faz com que vários círculos concêntricos de diversas cores do espectro eletromagnéticos (como as do arco-íris) fiquem em volta de objetos. O físico brasileiro Herch Moysés Nussenzveig (cujos livros de física básica são pesadelo dos alunos de meteorologia rs) foi um dos cientistas que propuseram uma explicação para este fenômeno. De acordo com Nussenzveig, raios de luz que não atingiram uma determinada gotícula, mesmo assim pode transferir energia para ela. Esse fenômeno chama-se tunelamento.
O resultado são múltiplos anéis de cores diferentes em volta de um objeto (ou de sua sombra) que está na frente do conjunto de gotículas (uma nuvem ou gotículas dispersadas por uma máquina de limpeza industrial, por exemplo). O fenômeno é bem menor que o arco-íris, outro fenômeno óptico (que provavelmente é o mais comum e mais conhecido). O fenômeno é normalmente visto em sombras de aviões, como na imagem a seguir:
O fenômeno lembra muito o halo representado na iconografia religiosa. E foi daí que veio a designação. Essa representação possui outros nomes: halo, auréola e glória. Nas pinturas religiosas, o halo é desenhado em volta da cabeça de uma personalidade santa. Provavelmente, as pessoas viam a glória no alto de uma montanha, por exemplo, e relacionavam esse fato a algo santo. Portanto, é muito provável que a influência do halo na iconografia santa seja da própria observação da natureza.
Curiosidade: Na China, o fenômeno Glória é conhecido como Luzes de Buda.
Fontes:
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