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You are here: Home / A Atmosfera / Usando obras de arte para estudar a evolução climática

Usando obras de arte para estudar a evolução climática

25/06/2012 By Samantha Leave a Comment

Há cerca de duas semanas, discutimos o efeito das cores naquele curso que estou fazendo. As cores podem gerar sensações nas pessoas, como a Ju Sarah exemplificou neste post. A escolha das cores certas também pode ajudar na elaboração de um bom material didático. Por exemplo, o amarelo e o verde limão são cores que devem ser evitadas em um conjunto de slides com fundo branco, pois a visualização de textos e gráficos pode ficar prejudicada durante a projeção.

Uma das atividades propostas era a análise das cores usadas em obras de arte. Eu analisei Os Retirantes, de Portinari, e também comentei sobre outras duas obras do mesmo artista: os impressionantemente gigantes painéis Guerra e Paz, expostos na sede das Nações Unidas em Nova York, e que estiveram expostos em São Paulo-SP, no Memorial da América Latina. Quem quiser ler meu trabalho, fique a vontade (veja abaixo). Apenas lembrando que sou uma mera apreciadora de obras de arte e não possuo nenhum conhecimento técnico. Portanto, minha análise é leiga e provavelmente superficial:

Atividade do Módulo 5

Coincidentemente, hoje li essa reportagem e achei bastante interessante. O meteorologista e divulgador científico espanhol José Miguel Viñas fez observações muito interessantes em algumas obras de arte.  Em suas observações, Viñas analisou como o artista retratou o céu em seu trabalho. Vinãs quis mostrar aos seus interlocutores que os pintores podem ter retratado algumas características interessantes do céu de suas épocas.

No quadro O Grito, de Edvard Munch, Viñas deduz que a coloração alaranjada do céu deve-se a erupção do vulcão Krakatoa, que ocorreu contemporaneamente ao artista. Viñas explica que a erupção deste vulcão foi tão intensa que lançou uma grande quantidade de material vulcânico na atmosfera. Com os ventos da alta troposfera, esse material se espalhou por todo o planeta, o que provocou ocasos com coloração mais alaranjada que o normal durante vários meses após a erupção. A presença desse material vulcânico no ar provoca uma dispersão característica da luz: os comprimentos de onda maiores são favorecidos. Como os comprimentos de onda maiores estão associados ao laranja e ao vermelho, o céu ficou com essa coloração mais acentuada. O nome deste fenômeno é Espalhamento Mie e ocorre normalmente na atmosfera, mas fica mais acentuado quando grandes erupções vulcânicas ocorrem.

O Grito, Edvard Munch

E falando em O Grito, recomendo esta animação excelente.

Ainda de acordo com a análise de Viñas, o quadro A Noite Estrelada, de Van Gogh, também entra nesta análise. Viñas acredita que as grandes espirais nebulosas entrelaçadas entre si podem ser uma representação em pintura da turbulência atmosférica. Quando duas camadas adjacentes da atmosfera possuem velocidades diferentes, pode ocorrer turbulência na interface entre essas camadas. Se tivermos numa nuvem na camada superior, uma interessante forma que lembra uma ‘onda espiralada’ é registrada. O nome deste fenômeno é Instabilidade de Kevin-Helmholtz. Com relação a esta obra, Viñas ainda destaca a diferença de tonalidade no céu nas proximidades do horizonte, o que pode sugerir um crepúsculo.

Noite Estrelada, Vincent Van Gogh.

Recomendo também esta animação muito linda sobre Noite Estrelada.

Na obra La cometa, de Goya, Viñas identifica uma grande nuvem branca,  de topo alongado e achatado, que pode ser um grande Cumulonimbus. É muito provável que o pintor quis dar uma ideia de uma tempestade ocorrendo em uma localidade próxima.

La Cometa, Francisco de Goya

E na belíssima obra Paisagem com Psique e a águia de Júpiter, de Bril e Rubens, Viñas destaca o arco-íris na cachoeira. Arco-íris são fenômenos ópticos relativamente frequentes e fáceis de ver e que ocorrem quando a luz solar incide sobre gotas d’água. Falei sobre este fenômeno aqui.

Ainda sobre esta obra, Viñas destaca que o disco solar provavelmente está localizado acima da árvore situada na borda esquerda do quadro, o que podemos inferir através do que parecem ser luzes crepusculares. E Viñas observou algo muito importante: o arco-íris secundário (o arco-íris superior na figura), cuja formação é consequência de um segundo desvio que a luz sofre ao atingir as gotinhas de água, é mais tênue que o arco-íris principal (o arco-íris inferior na imagem). É de fato o que ocorre na natureza. Lembram-se dessa imagem? Porém, Viñas observou que embora Bril y Rubens tenha acertado em retratar o arco-íris secundário de maneira mais tênue, ele errou na ordem das cores.  No arco-íris secundário, a ordem das cores é invertda com relação ao arco-íris primário: a cor vermelha é a mais interna. E o pintor retratou os dois arco-íris com as mesmas ordens nas cores, o que não corresponde a realidade.

Paisagem com Psique e a água de Júpiter, de Peter Paul Rubens e Paul Bril

Essas análises brilhantemente feitas por Viñas foram inspiradas por uma questão levantada por Hans Neuberger no final dos anos 60. Depois de analisar os céus de vários quadros pintados entre os séculos XV e XX, Neuberger concluiu que cada pintor refletiu sua ‘vivência climática’ através da pintura. Parabéns, Viñas! Suas análises foram brilhantes e culturalmente enriquecedoras. Certamente, a partir de agora, olharei para quadros em que o céu é retratado de maneira mais criteriosa.

José Miguel Viñas escreve este blog sobre divulgação científica. Toda Pinacoteca Meteorológica de Viñas pode ser vista aqui. O blog dele foi uma de minhas fontes de inspiração para iniciar o Meteorópole. Parabenizo Viñas pela interessante e enriquecedora análise.

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Filed Under: A Atmosfera, Artes Plásticas, Blog, Meteorologia na Pintura, Mudanças Climáticas, Nuvens, Vulcões Tagged With: arte, goya, kevin-hemholtz, munch, nuvens, van gogh

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