[testimonial company=”Juiz de Fora-MG” author=”Renan Tristão”] “ Foto feita no dia 18/01/13, boa parte da região Sudeste estava sob influência da ZCAS. Este dia foi muito chuvoso por aqui, com 33mm acumulados. Eu creio que as nuvens que aparecem na foto são Stratus, pois são muito baixas a ponto de tocarem o “Morro do Imperador” [/testimonial]
Além de agradecer ao Renan pela foto, não tenho mais o que explicar! As colocações dele estão perfeitas. As nuvens que aparecem na foto são realmente nuvem Stratus e ele deu uma dica muito importante para quem deseja aprender os nomes das nuvens para observá-las: essas nuvens que encostam nos morros e são neblina para quem está no morro (muito comuns na Serra do Mar, aqui em São Paulo), são nuvens St (sigla de Stratus).
A sigla ZCAS mencionada pelo Renan é a Zona de Convergência do Atlântico Sul. È uma persistente banda de nebulosidade e precipitação com orientação noroeste-sudeste, que se estende desde o sul e leste da Amazônia até o sudoeste do Oceano Atlântico Sul. ZCAS é uma das responsáveis pelas chuvas de primavera e verão que ocorrem na Região Sul e na Região Sudeste.
os meteorologistas consideram que está ocorrendo uma ZCAS quando a nebulosidade e as chuvas persistem por mais de 4 dias. Quem mora em algumas cidades São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais já deve ter percebido que é exatamente isso que temos enfrentado nos últimos dias.
A ZCAS ocorre quando o ar quente e úmido da região amazônica encontra-se com o ar frio que vem do sul da América do Sul. Quando essas massas de ar se encontram, há todos os ingredientes necessários para a formação de nuvens. É bastante provável que aqueles que acompanham a previsão do tempo nos telejornais já ouviram este termo ao longo do mês de janeiro.
Obrigada pela foto e pela explicação, Renan!
Essa foto me fez relembrar um apuro que passei num vôo São Paulo – Juiz de Fora uns anos atrás. A época era a mesma, a situação de atuação de ZCAS tb. O vôo já partiu atrasado de São Paulo pois Juiz de Fora estava fechado mas depois foi permitida a operação mais restrita (por instrumentos). Com a aeronave já na área de Juiz de Fora a situaçào de nebulosidade e visibilidade era como essa que está na foto. Mas como havia o suporte de instrumentos, o piloto começou a realizar a aproximação. Tentou uma, duas, três, quatro vezes sem sucesso. E com isso ficamos “contornando” JF por quase uma hora. O que era curioso na situação é que na área do aeroporto a visibilidade estava muito prejudicada e quando a aeronave seguia mais ao norte para recomeçar a aproximação a visbilidade era boa. Após as tentativas o piloto anunciou aos passageiros que estava avaliando ir para o Rio de Janeiro ou mesmo retornar a São Paulo, pois durante as tentativas o instrumento de aproximação em solo “havia sumido” (parado de operar). Se não retornasse em 15 minutos, ele iria para outro aeroporto. Mais sensação ruim entre os passageiros. Logo depois novo comunicado para a cabine informando que o equipamento voltara a operar e que iríamos descer em Juiz de Fora. Mas as condiçòes de tempo não mudaram nesse intervalo. Aí o grande final: o piloto que tentara pousar sempre pela mesma cabeceira da pista sem sucesso resolveu realiar o procedimento pela cabeceira oposta. Mas para isso teria que contornar o morro (não sei se o mesmo da foto acima) bem próximo a ele e em seguida fez uma manobra rápida e acentuada para atingir o intento de tocar o solo de maneira adequada. Fianlmente o pouso ocorreu e foi bem sucedido. Mas ao desembarcar no terminal do aeroporto, parecia que quase tinha ocorrido um acidente em função de pessoas desesperadas que aguardavam passageiros deste vôo aguardarem por tanto tempo e observarem de perto as manobras feitas pelo piloto para o pouso.
No final tudo bem, pois como dizem os pilotos, todo pouso onde todos saem vivos pode ser considerado como excelente.
Marco, esta situação é vexatória para Juiz de Fora. Saiba que é frequente esse tipo de situação por aqui. Não é possível que uma cidade com quase 600mil habitantes não disponha de um aeroporto com equipamentos adequados para esse tipo de condição meteorológica…sim, infelizmente é possível!
No mais, este tipo de nuvem é bem comum de aparecer em Juiz de Fora, pois há uma subida de quase 500m do vale do paraíba até aqui, sendo que este vale encontra-se a poucos km em direção ao sul. Ou seja, qualquer frente fria ou vento marítimo que chegue trará a formação de nuvens orográficas na região do aeroporto.
Obrigado pela bela complementação da explicação da foto, Samantha.
Abraços