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Na terra da solução pronta

24/09/2013 By Samantha Leave a Comment

PhilipIIISpain

Essas ‘golas‘ foram moda durante uma época (séculos XVI e XVII). Foram usadas pela aristocracia. Elas podiam ser tão grandes e largas, que era necessário um funcionário para alimentar o usuário do adorno. Fonte: Wikimedia Commons. Na pintura, o Rei Felipe III da Espanha usa o acessório.

Uma pessoa me ligou pedindo uma informação que ajudaria em seu trabalho. Eu fiz o que pude e forneci a informação. Depois, a pessoa continuou fazendo tantas perguntas e pedindo tanta coisa que só pude chegar a uma conclusão: ela queria que eu fizesse o trabalho dela para ela! Educadamente, expliquei o que ela deveria fazer e disse que o que ela pedia estava fora das minhas possibilidades (inclusive já nem era competência da instituição que trabalho).

Outro dia recebi um e-mail de uma pessoa, pedindo para que eu dissertasse sobre as mudanças climáticas. O e-mail veio pelo Meteorópole mesmo, pela seção de perguntas. Pela forma de escrever, tratava-se provavelmente de um aluno do Fundamental II. E pedir para alguém “dissertar sobre um tema*” é muito vago, provavelmente era isso o que a professora queria que ela fizesse.

Outro dia recebi um telefonema de uma mãe pedindo para que eu ajudasse no trabalho de seu filho. Começamos a conversar e ela praticamente me pedia para fazer o trabalho da criança. Criança nada! Ela acabou admitindo que seu filho tinha 14 anos. E mesmo se eu fosse criança. Meus pais nunca fizeram minha lição, apenas me orientaram naquilo que eu poderia fazer. No máximo, meu pai trazia algum livro ou revista de uma biblioteca que existia próximo ao seu trabalho. Mas eu teria que ler o material e escrever sobre o assunto. Ou seja: eu sempre tive a ajuda necessária deles, mas eu tive que fazer o trabalho. Porque isso é bastante óbvio, não? Eles já tinham frequentado a escola e eu ainda não!

Daí fui ao supermercado e vejo que existe macarronada pronta: basta por no microondas por alguns minutos. Macarronada pronta???? Mas gente, macarrão é o prato mais fácil do mundo (macarrão simples, eu digo). O macarrão pronto saia muito mais caro do que comprar 1 pacote de macarrão de 500g + 1 latinha de molho. Ninguém dá valor ao suado dinheirinho?

O que está acontecendo com as pessoas? Será que estamos ficando incapazes de fazer nossas próprias coisas? Não estaríamos perdendo a capacidade de realizar tarefas simples? Não estaríamos  perdendo a capacidade de aprender novas tarefas?

Observe os lares que você conhece. Estão terceirizando tudo: limpeza e manutenção da casa, educação das crianças, festinhas de aniversário e até aquele jantar com os amigos. Ninguém é obrigado a saber assentar um azulejo, claro. Mas eu acredito que pequenas manutenções básicas podem ser feitas pelo próprio morador. Soube de um seguro para carros que oferece alguns serviços para a residência. Dentre esses serviços, a troca da resistência do chuveiro. Gente, a que ponto chegamos! É algo fácil de fazer e normalmente as instruções estão contidas no próprio pacotinho da resistência. Inclusive acho que essas pequenas coisas deveriam ser ensinadas no colégio. Cozinha e manutenção da casa (pequenos serviços de eletricidade, hidráulica e carpintaria) deveriam fazer parte do currículo escolar!

Outro dia me falaram que você pode contratar um chef para ir em sua casa, fazer o  jantar e impressionar os amigos. Qual a graça da vida? Eu gosto de tentar, de arriscar. Adoro quando meus amigos tentam fazer um prato diferente, mesmo que o resultado seja desastroso. Pelo menos teremos histórias pra contar, hehehe :).

Quando eu morava em república, certa vez a resistência do chuveiro queimou. A “líder” da república queria contratar uma pessoa para trocá-la. Eu não permiti isso! Fui lá e troquei eu mesma. Que loucura! O serviço era em torno de R$50,00, o que para um grupo de pessoas que está no começo da vida profissional é um pouco caro.

Estamos perdendo skills básicos, como capacidade de investigação, cozinhar, costurar, escrever, raciocinar, reformar, improvisar, consertar, etc. Percebam a quantidade de conforto desnecessário que a classe média brasileira está adquirindo. Já ouvi falar de adolescentes de 14 anos que nunca usaram um metrô. Pais que param em fila dupla para buscar os filhos na escola porque “ah, coitadinho”.

Daqui a pouco vamos voltar a usar golas enormes. Quanto maiores, maior o status. Mas a gente já faz isso. No lugar de golas enormes, são iPhones, produtos de grife e carros sofisticados.

————

P.S.: É óbvio que esse padrão comportamental é algo que tem tudo a ver com a classe média. Quem não tem grana, sempre continuará se virando para fazer suas próprias coisas. Inclusive, leiam esse post que ficou muito famoso na época que foi publicado no Mulher 7×7, e fala sobre como a classe média é escrava dos supérfluos.

* Momento nostalgia: lembrei do meu amigo Vlamir, na faculdade. Sempre antes das provas, apenas para acabar com nossas vidas (rs), ele dizia: Fale tudo o que você sabe sobre [insira aqui assunto da prova]. Eu achava muito engraçado :).

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Filed Under: Blog, Crônicas, Opinião Tagged With: crítica

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