Eu recebo atualizações do Earth Observatory toda semana. Notei que ao longo da última semana, dois oito destaque, 3 eram brasileiros! Com a Copa do Mundo, o Brasil virou o centro das atenções.
Essa atenção especial ao nosso país começou ainda antes do evento. Lembra no dia 18 de maio, quando teve aquela tempestade com granizo em diversos bairros e cidades da RMSP? Então, isso também mereceu destaque internacional.
O primeiro destaque do EO foi uma imagem do Estádio Nacional Mané Garrincha. A imagem foi feita a partir da Estação Espacial Internacional no dia 28 de maio de 2014 (mais detalhes na legenda da foto):

A imagem destaca o Estádio Nacional Mané Garrincha. Uma pena que a imprensa em geral, principalmente a internacional, não fale o nome completo do estádio. Garrincha era um gênio, um artista com a bola nos pés e merece bem mais destaque. A imagem também mostra o Aeroporto Internacional de Brasília e o Lago Paranoá. Além disso, o EO destaca as asas da cidade planejada (Asa Norte e Asa Sul, no lado esquerdo da imagem). O estádio fica praticamente entre as duas asas.
A ISS encontra-se na chamada órbita baixa (entre 340 km e 353 km). Em um local com céu limpo e pouca iluminação artificial, é possível ver a ISS a olho nu. Nesse site, é possível ver onde está a ISS no exato momento. Usando o Google Maps, o site vai mostrando a trajetória da ISS. E no Spot the Station, oficial da NASA, é possível saber quando a ISS vai passar sobre a sua localização nos próximos dias, o que é bacana para se programar e tentar observá-la.
A ISS viaja a uma velocidade média de 27.700 km/h, completando 15,77 órbitas em torno da Terra por dia (leia mais aqui).
O próximo tema em destaque no site do EO foi das enchentes entre o Paraguai e o Brasil. Para mostrar os impactos da enchente, eles destacam duas imagens. A primeira é uma do dia 12 de junho de 2012 e mostra condições secas, sem enchentes.

A imagem seguinte é de 11 de junho de 2014 (há 7 dias). As chuvas tem provocado alagamentos na região. A maior cidade da região, Foz do Iguaçu, tem tido sérios problemas com as cheias (veja mais aqui). As chuvas tem sido intensas ao longo de todo mês de junho.

As duas imagens anteriores foram obtidas através do satélite Terra, da NASA, com o sensor MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer ). O que podemos notar de grande diferença entre as condições de seca e cheia (Figura 2 e Figura 3 respectivamente) é que quando os rios enchem, a água fica mais “marrom”. Isso é resultado de toda a água que passou pelas encostas e desceu em direção ao rio. Depois de percorrer as encostas, a água chega barrenta ao rio.
Além disso, o EO destaca a morte de 10 pessoas no Paraná e destaca também que 130 cidades ficaram em estado de emergência, incluindo Curitiba, já que as chuvas intensas não se restringiram apenas ao oeste do Paraná. Como é Copa do Mundo e Curitiba é uma das sedes, o EO fez questão de destacar a cidade.
E as cheias também fizeram com que as Cataratas do Iguaçu tivessem um volume recorde de água. Alguns turistas filmaram o espetáculo, como pode ser visto abaixo:
E o próximo destaque do EO é o que dá nome a essa postagem: Brasil de Noite. As imagem foi obtida em 4 de Agosto de 2013, através do sensor Visible Infrared Imaging Radiometer Suite (VIIRS), a bordo do satélite Suomi NPP:

O pessoal do EO fez um ótimo trabalho de divulgação usando imagens de satélite, falando um pouco sobre o Brasil e sobre as cidades mais importantes de nosso país. O texto dá detalhes sobre a copa do Mundo, fala sobre a importância do evento e da quantidade de equipes participantes. Futebol não é um esporte muito popular nos EUA, por isso a NASA dá todo esse panorama.
No parágrafo seguinte, o EO destaca que o nosso país é o maior da América do Sul e o segundo maior do mundo em área (8,5 milhões de quilômetros quadrados). Na imagem acima (Figura 4), podemos ver que as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro são as mais iluminadas artificialmente, o que indica que são as cidades mais populosas. A figura também mostra todas as cidades que sediam os jogos da Copa.
A imagem acima (Figura 4) foi obtida através do Visible Infrared Imaging Radiometer Suite (VIIRS), a bordo do satélite Suomi NPP. Essa visão noturna foi possível através da banda “dia-noite” do VIIRS , que consegue detectar comprimentos de onda que vão do verde até o infra-vermelho próximo e intensifica os sinais para poder detectá-los. Sendo assim, a Figura 4 é uma mistura daquilo que a gente pode ver (pois inclui parte do visível, da região do espectro eletromagnético que consiste em algumas cores) e daquilo que não podemos ver (infravermelho). Veja mais detalhes e explicações na Figura 5, que destaca o Espectro Eletromagnético. A intensificação do sinal é importante, pois de acordo com o EO, o VIIRS consegue captar luzes 100.000 vezes mais fracas que outros sensores (como o MODIS, por exemplo). E isso faz com que o sensor seja muito sensível à luzes de cidades e à luz da Lua. E diferentemente de uma câmera fotográfica que pega uma foto em uma exposição, o VIIRS produz uma imagem repetindo uma varredura sobre a cena e sobrepondo todas as imagens obtidas durante as varreduras.

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