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Os deuses maias relacionados com a Meteorologia

21/08/2014 By Samantha 2 Comments

Como contei para vocês, no último domingo fui na exposição dos Maias. Como uma coisa leva a outra, cheguei em casa com vontade de jogar Tikal, jogo de tabuleiro em que o jogador é um explorador na selva e está recolhendo relíquias de povos antigos. O jogo é claramente influenciado pelas culturas pré-colombianas, principalmente pela Civilização Maia, já que Tikal era o nome de uma importante cidade maia, localizada no atual território da Guatemala.

Tikal em jogo

Tikal

Acima, imagens do jogo Tikal. Não tirei uma foto melhor, essas eu tirei com meu tablet enquanto jogava para subir no Instagram.

E como uma coisa leva a outra [parte 2], lembrei que quando falei sobre a origem do nome furacão falei do deus Huracán. Huracán, no idioma maia, significava “uma só perna”.  É o deus do fogo, do vento e das tormentas. O nome furacão (que em espanhol é huracán e em ingles, hurricane) venha exatamente do nome desse deus.

Era representado com aspecto de réptil e portava um objeto fumegante e uma grande coroa. Foi um dos deuses que participaram da criação, narrada no Popol Vuh (livro sagrado dos maias). Segundo os maias, o homem foi criado a partir do milho. Huracán foi responsável por causar um grande dilúvio na Terra, destruindo os primeiros homens (que haviam enfurecido os deuses). Huracán teria vivido nas nuvens, acima da Terra inundada, empurrando a água contra a costa, ou seja, exatamente da maneira que fazem os furacões.

A região onde viveu a civilização maia (e onde ainda hoje vivem diversos descendentes dessa civilização, que mantém a cultura viva) é assolada por furacões. A Península de Yucatán, onde está a maior parte do território maia e a Baía de Campeche. Inclusive falei de um furacão de 2012 que atingiu essa área, o furacão Ernesto.

Huracán não é o único deus do Panteão Maia que tem alguma relação com Meteorologia. O deus Chac (ou Chaac) era deus das águas, especificamente da chuva.

Máscada de Chaac em Mayapan. Fonte: Wikimedia Commons
Máscada de Chaac em Mayapan. Fonte: Wikimedia Commons
Imagem do deus Chaac em terracota, exposta no  de Young Museum, em São Francisco
Imagem do deus Chaac em terracota, exposta no de Young Museum, em São Francisco. Fonte: Wikimedia Commons

Chaac tem como característica mais marcante essa tromba no lugar do nariz, sempre inclinada para cima. Como a chuva tem tudo a ver com atividades agrícolas, esse deus era invocado para garantir boas colheitas.Como não há nascentes de grandes rios na Península de Yucatán, a chuva tem um papel essencial na agricultura.  Dizia-se que esse deus morava nas carvenas, no chamado “inframundo” (que mencionei no outro post).

É normalmente representado como um homem velho, que pode ter aparência reptiliana ou anfíbia. Na produção artístico-religiosa maia é muito comum a gente ver homens velhos (pelo menos notei muito isso na exposição dos Maias lá na Oca). E o aspecto reptiliano ou anfíbio pode ser bem explicado: quando chove muito, os sapos começam a invadir as construções. Quem mora em áreas verdes, próximo a nascentes, já deve ter reparado que os sapos aparecem no quintal em dia de chuva. Eles buscam abrigo. A Península de Yucatán possui várias áreas pantanosas, com diversos sapos.

Como adoro artesanato com feltro, olhem só a ideia que encontrei no Free Digital Photos!
Como adoro artesanato com feltro, olhem só a ideia que encontrei no Free Digital Photos!
Também achei no Free Digital Photos =)
Também achei no Free Digital Photos =)

Por essa razão, sapos são associados com chuva e com meteorologia em diversas regiões do planeta. Há inclusive um livro muito bonitinho: Freddy, the Frogcaster, da Janice Dean. Dica bem boa de presente para a criançada. 🙂

Em algumas ocasiões, os maias representavam o deus Chac como quatro deuses separados de acordo com os pontos cardeais:

–Chac Xib Chaac: Chac vermelho do Leste

– Sac Xib Chaac: Chac branco do Norte

– Ek Xib Chaac: Chac negro do Oeste

– Kan Xib Chaac: Chac amarelo do Sul

Ah sim, os nomes acima estão escritos no idioma dos maias. E em alguns textos que vi na exposição, parecia que eu estava lendo Klingon. Vai ver Roddenbery e os outros co-criadores do Star Trek beberam dessa água.

E por falar em fonte de inspiração, vamos relembrar os numerais dos Maias, que usavam a base 20 e conheciam o zero:

Os maias usavam base 20 e usavam o conceito de "zero". Os numerais eram escritos da maneira expressa na figura acima. Fonte: Wikimedia Commons
Os maias usavam base 20 e usavam o conceito de “zero”. Os numerais eram escritos da maneira expressa na figura acima. Fonte: Wikimedia Commons

DEZENOVE. Stephen King passou por aqui também? Além disso, aquela representação da “cobra comendo o próprio rabo”, o ouroboros, aparece em diversas culturas e também aparece na arte Maia. Vi diversas imagens que lembravam o ouroboros na exposição. Não encontrei nenhuma delas na Internet, mas achei a imagem abaixo, do deus Quetzalcoatl, que na verdade é um deus Asteca, se não me engano. Como as culturas mesoamericanas (maias, toltecas, astecas, etc) tinham similaridades em suas crenças, as representações que vi na exposição provavelmente eram do deus Kukulkan, que significa “serpente emplumada”. Bom, se observarmos a figura abaixo, vamos ver umas “pluminhas” na cabeça da serpente:

deus Quetzalcoatl
deus Quetzalcoatl

A própria ideia cíclica de calendário Maia evoca essa ideia de ciclo de continuidade, de ciclos de destruição e recriação. Falei um pouco disso nesse post. O formato do calendário em si, circular, já denota essa ideia.

Ka?  Os fãs da série A Torre Negra, de Stephen King, já perceberam do que estou falando:

Símbolo do ka, termo usado na série A Torre Negra, de Stephen King e que significa mais ou menos "destino". Reparem que o símbolo é o oroboros.
Símbolo do ka, termo usado na série A Torre Negra, de Stephen King e que significa mais ou menos “destino”. Reparem que o símbolo é o oroboros.
A frase de Jake de Nova York e o símbolo (ou sigul) do Ka!
A frase de Jake de Nova York e o símbolo (ou sigul) do Ka! Eles estão na minha bolsa e são da Botons Dona Val

A palavra ka na verdade existe. Vem do egípcio e significa algo como alma, que habita homens e deuses. A gente tem que pensar que o conceito de alma dos egípicios é totalmente diferente dos cristãos, por exemplo, então a definicão é bem diferente.  Aprendi essa palavra bastante por acaso, no Museu Arqueológico Nacional de Florença, passeio que vale muito a pena se você estiver na cidade. Como a definição de ka dada pelo Stephen King não é bem destino (é uma espécie de destino), mas tem alguma relação com alma e com o mundo metafísico, o mundo além deste. Enfim, acho que nosso querido SK bebeu dessa água também.

Mas vamos voltar aos Maias! Não consigo escrever um post linear, impressionante. Meus leitores que não me conhecem pessoalmente devem achar que é um saco conversar comigo. Na verdade falo bem menos que escrevo…rs. Ainda sobre o deus Chaac, o deus da chuva, com o sincretismo religioso na América Central, ele está atualmente associado com São Tomás.

Acredito que Chaac e Huracán são os principais deuses maias relacionados com a Meteorologia. São pelo menos os que vi durante a exposição. Além desses deuses relacionados a meteorologia, destaco:

– K’nich Ajaw: divindade solar [isso não parece que está escrito em Klingon? rs]

– Nal: o deus do milho [lembrando que segundo a cosmogonia Maia, o homem veio do milho]

– Ix Chel – a deus lunar. E ela é linda! Se eu fosse drag queen, usaria esse nome!

Ix Chel ou Ixchel também estava relacionada com a medicina, os partos, trabalhos texteis e a Lua. Há quem diga que as fases da Lua estão relacionadas com o trabalho de parto.  Acho a imagem a seguir muito bonita, cheia de significado (repare o significado do parto).

Deusa Ixchel desenhada no Códice Dresden, o mais antigo manuscrito maia (de XI ou XII da nossa era) e permitiu que a escrita maia fosse decifrada. tem esse nome porque está na Biblioteca do Estado em Dresden, na Alemanha.
Deusa Ixchel desenhada no Códice Dresden, o mais antigo manuscrito maia (de XI ou XII da nossa era) e permitiu que a escrita maia fosse decifrada. tem esse nome porque está na Biblioteca do Estado em Dresden, na Alemanha. Fonte: Wikimedia Commons

– Pawahtún, deus carregador do Cosmos.

Fontes:

Exposição dos Maias, na Oca

Cultura Maia, Wikipedia

Mitologia Maia, Wikipedia

Mais um Spin-off:

Escrevi esse post no Atitude Terra, recomendando a exposição na Oca. Corra, porque o próximo fim de semana é o último.

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Filed Under: Blog, Furacão, História, Hobbies, Livros, Mitologia Tagged With: boardgame, deuses, egito antigo, história, maias, mitologia, ouroboros, stephen king

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Comments

  1. Déborah Mayanne says

    22/08/2014 at 8:54 pm

    *—–*

  2. Samantha says

    24/08/2014 at 8:29 pm

    Que bom que gostou, Déborah!
    Obrigada pela visita, volte sempre!

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