Adorei ter sido convidada pela Sybylla para participar de uma blogagem coletiva com o tema:
Livros que marcaram sua infância.
Acompanhem todos os textos, metatextos e toda a discussão sobre essa blogagem coletiva em:
#BCLivrosdaInfância

E essa blogagem coletiva trouxe um pouco de saudosismo, hehehe
Espero que essa iniciativa incentive a leitura e incentive que mais blogs de ensino, ciências, literatura, cultura, etc surjam por aí 🙂
Bom, o primeiro livro que lembro de ter lido foi Os gatos de Angaetama:
Não sei muito bem porque esse livro estava em casa. Não sei se meu pai comprou pra mim ou se ele já tinha. Só sei que gostei bastante do livro e todos os dias eu lia um pouquinho. Conta a história de uma cidade que viviam em pleno equilíbrio ecológico. Os gatos conseguiam controlar a população de ratos. Até que surge um empresário estrangeiro para vender raticida, o que não faz sucesso, porque os gatos conseguem se livrar dos gatos. Quando surge uma pessoa que organiza uma caça aos gatos. Dessa maneira, a população de ratos aumentaria e o raticida faria sucesso.
Já não tenho mais o livro há tempos. Fiz uma busca no Skoob e vi que outras pessoas leram também :).
Quando li esse livro, eu devia ter por volta de 6 ou 7 anos. Uma interessante curiosidade sobre mim é que aprendi a ler aos quatro anos de idade. Meu pai me ensinou em casa mesmo. Ele passava bastante tempo comigo depois que meu irmão nasceu e talvez uma forma de estreitar esse laço foi me ensinando a ler. Li muitos gibis da Disney e da Turma da Mônica, pois meus pais gostavam muito desses quadrinhos. Lia revistas, jornais e qualquer coisa que colocassem na minha frente. Fui alfabetizada com o ABC e depois que entrei na escola ganhei a cartilha Caminho Suave. Foi dessa forma que aprendi a ler :).
Já na primeira série do Ensino Fundamental, a querida e austera Prof. Vera nos levava todas as sextas-feiras à biblioteca. Tínhamos que levar uma almofada para a escola, pois nós sentávamos no chão. Minha mãe preparou uma almofada de lã para mim e este dia tornou-se especial. Os preparativos, a almofada, a roupinha certa para sentar no chão e o livro que iríamos ler eram muito especiais. Nesse tempo, li boa parte da obra de Monteiro Lobato.
Na pré-adolescência, os livros da Série Vaga-Lume faziam muito sucesso na minha turma. A Prof. Inês tinha um armário na sala de aula, recheado com livros dessa coleção. Um Cadáver Ouve Rádio e Sozinha no Mundo são alguns dos livros dessa coleção que me marcaram. Bem que podiam lançar toda a coleção para Kindle (num precinho amigo rs). Eu certamente adquiriria! Eram livros gostosos de ler, uma ótima introdução para leituras mais “sérias”, me refiro àqueles livros clássicos da Literatura Brasileira que a gente lê no Ensino Médio. No passado era muito comum que as pessoas se desinteressassem por leitura porque pulavam diretamente de livros infantis para os clássicos. Acredito que sucessos editoriais como a série Harry Potter acabaram fazendo com que esse salto fosse um pouco menos dolorido.
Durante a minha infância e boa parte da adolescência, era difícil fazer trabalhos escolares. Tínhamos que nos deslocar até bibliotecas e em meu caso isso era bastante complicado. Não tinha nenhuma perto de casa, minha mãe tinha que me levar de carro ou ônibus. Para minimizar um pouco esse problema, era comum que os pais investissem em enciclopédias. Eu tinha uma enciclopédia de quatro volumes chamada Pesquisar é Saber e ela vinha com um encarte “recortável”. Dessa forma, se tivéssemos que fazer um trabalho sobre Folclore Brasileiro (por exemplo), poderíamos recortar as mesmas ilustrações dos livros sem danificá-los. Ah sim, naquele tempo os trabalhos eram feitos em folhas de cartolina que a gente enchia de recortes e escrevia nela usando letreiros (até falei disso aqui).

Eu adorava ler enciclopédias. Em uma tentativa frustrada de bullying, me chamavam de enciclopédia na sétima série. Enfim, além do Pesquisar é Saber, eu também tinha a Enciclopédia Ilustrada do Estudante, da Globo. São 10 volumes e eles ainda estão lá na casa dos meus pais. E meus pais também compravam a Folha de São Paulo todo domingo, para que eu pudesse colecionar os fascículos do Atlas Mundial, do Atlas de História e de uma enciclopédia de 2 volumes da Folha. Principalmente o Atlas Mundial marcou muito minha adolescência, pois eu o utilizei várias vezes para fazer trabalhos.
Lá pelos meus 13 anos, meu pai apareceu em casa com um guia de cursos da UNESP e eu li tudo :). Como eu adorava mapas e adorava a Prof. Palmira (querida e dedicada professora de geografia), eu fiquei na dúvida entre cursar Engenharia Cartográfica ou Geografia. Acredito que mapas com informações sobre os climas e as diferentes vegetações do mundo me influenciaram a gostar de meteorologia também :). Vocês não tem noção como eu ficava horas lendo enciclopédias. Antes de ter Discovery Channel em casa, aquela era minha ideia de documentário, rs. Às vez me pego na Wikipedia sem rumo, lendo sobre assuntos diferentes e nada relacionados entre si :P.
Não lembro de ver meus pais lendo livros. Eles liam mais jornais, revistas e quadrinhos. Meu pai pegava muitas revistas de segunda mão no trabalho dele. Tenho a impressão que meus pais, principalmente meu pai, lia bem mais antes de eu nascer (ele trabalhou em uma biblioteca e tinha uma caixa cheia de romances policiais). Minha família é Protestante, então todos sempre leram a Bíblia ou livros relacionados á Bíblia. Quando eu era criança, a população brasileira era bem mais pobre e era mais difícil adquirir livros. Hoje o padrão de vida melhorou e é possível comprar livros diversos em lojas online a aproveitar-se de diversas ofertas. Livros gratuitos são facilmente encontrados na Internet. Alguns livros adquiridos em sebos são muito baratos e há algumas iniciativas de distribuição de livros gratuitos. Apesar de todas essas facilidades, fico um pouco horrorizada ao ver que alguns adolescentes mal sabem escrever. Vejo coisas mal escritas na Internet o tempo todo. E pior que a escrita ruim, falta o esclarecimento e a imaginação que só bons livros podem alimentar. Talvez faltem bons exemplos na vida desses jovens. Muito provavelmente a maioria deles é de lares confusos, em que a leitura não é um hábito. Percebo que houve um declínio nas relações, há muito consumismo e pouco conteúdo. O incentivo à leitura pode melhorar nosso país.
P.S.: Na fanpage do Meteoropole, vou publicar todos os posts que fizeram parte dessa Blogagem Coletiva. E amanhã vou publicar um post com todos os links desses posts. Tem uma história mais interessante que a outra, é muito bom encontrar pessoas que também adoram ler :). Espero que todos os textos ajam como uma corrente de incentivo, para que mais pessoas tenham sede por conhecimento e entretenimento através das letras.
Leia posts de outros blogs que participaram do #BCLivrosdaInfância
– .Livro
E acompanhe a discussão dos autores e outros blogs que também participaram pela hashtag #BCLivrosdaInfância
Amei seu texto!!!
E a coleção Vaga-lume também foi super importante pra mim, lí vários, mas os que você citou eram parte dos meus favoritos.
Como professora de história sinto que a falta de incentivo da família é um dos obstáculos para o aluno/aluna se encantar pelos livros. Já ouvi aluno dizendo que o pai nunca leu um livro na vida, que a mãe odeia livros. Eu fico com cada turma 1 hora e 40 minutos por semana, é muito pouco… os progressos nesse sentido são tão pequenos, mas ainda assim são vitórias que não me deixam desistir! rsrs. Mas nosso sistema educacional precisa de mudanças, o modelo atual não dá conta de realmente fomentar as habilidades do aluno/aluna.
Mas a cada jovem que eu vejo na biblioteca ou segurando um livro, me dá uma alegria e reforça minha escolha pelo magistério como profissão.
Abraços!!!
Eu também tive a Enciclopédia Ilustrada do Estudante (tinha a da Ciência também). Se eu não me engano vinha por fascículos semanais que comprava na banca. Eu adorava ela, mas depois quando parei de usar constantemente passei para os meus primos. O Atlas tenho até hoje (tá acabadinho rs), gosto de ficar olhando os mapas.
Nossa, me identifiquei muito! Eu também li vários livrinhos da coleção Vaga-Lume, acho que poucas séries ou obras conseguiram catapultar a leitura da garotada como essa coleação. Ela devia voltar com força, isso me ajudou muito também.
Em casa, a gente só foi ter uma enciclopédia em 1994, quando minha mãe comprou nosso primeiro computador, um IBM 486. rs Junto dele, vinha um CD de uma enciclopédia ilustrada e eu amava, aprendi muita coisa ali.
Atlas… engraçado que mesmo sendo geógrafa hoje eu não tinha atlas quando estava na escola. Eu só fui ter atlas – e hoje eu exagerei porque eu tenho uma caralhada de atlas, de vários tamanhos – quando entrei na faculdade. Até então, eu tinha um que me deram pra estudar, aqueles que vende nos catálogos da Avon.
Quando eu trabalhava na FNAC tinha acesso aos atlas mais lindos do mundo e comprei um com 60% de desconto – por ser funcionária e pelo atlas ter duas folhas invertidas. Um atlas de 100 reais, com 60% de desconto, pensa se eu não fui pro céu! Em compensação, tenho um atlas de bolso que eu sempre carregava na mochila, como um tira-dúvidas. rs Aí, quando a National Geographic lançou, em 2008, se não me engano, uma coleção imensa de atlas, adivinha se eu não assinei?? Tá certo que eu não tenho mais onde colocar tanto atlas, mas o que vale é a intenção, neam??
Amei seu post, Sam! 😀
Que delícia de post!!!! Amei relembrar com você destes livros, dos gabaritos para escrever, bons tempos!!!
Tb tô na BC!
Bjos, Trícia.
Oi Fran!
Adorei ler seu comentário e conhecer o parecer de uma professora. Acredito que ler é um hábito (muito saudável, por sinal) que a criançada adquire se elas virem os pais praticando. Tenho amigas e primas que são professoras e todas elas falam da dificuldade em fazer os pais compreenderem o papel da escola e o papel da professora, já que muitos acham que são os professores e a escola que devem cuidar da educação deles!
Acabei clicando em seu blog e já estou amando 🙂
Abraços!!!
Atlas é tipo um livro de magia para um geógrafo, hehehehe 🙂
Imagine um descontão de 60%! Aí sim!!! Meu marido comprou um livro com um desconto enorme assim certa vez. O cidadão viu que a capa estava “marcada” em baixo relevo (como se alguém tivesse usado o livro para marcar um recado) e o vendedor deu um descontão…rs. Vale a pena, as vezes o defeito não prejudica a leitura.
Adorei participar da blogagem coletiva! Hj fiquei offline quase todo meu tempo livre pq to viciada na trilogia Millenium rs. Vou ter que escrever um post a respeito, claro!
Abraços e obrigada
Oi, Samantha!
Os livros continuam caros para o poder aquisitivo do brasileiro e para piorar, as crianças e adolescentes têm outras distrações mais fáceis e atrativas para eles passarem o tempo além da escola. Isso é, se frequentam escolas… Precisamos de uma reforma educacional com professores mais animadinhos 😀 e lares mais tranquilos.
Eu adorava desenhar mapas e saber capitais dos países, bacias hidrográficas, curiosidades e monumentos. Mas ao contrário de você, eu queria fazer turismo! 😀
Não conheci o livro que citou e pensar que na Austrália estão matando os gatos que é população imensa na ilha, pois vieram desordenadamente junto com imigrantes porque eles estão matando as aves locais…
Comecei a frequentar a escola no maternal, com 2 anos e a hora da leitura era a hora da soneca, então na infância acabei associando livros com relaxamento, preguiça… gostava de rabiscar os livros, imitar as letras e desenhar. Só fui ganhar livros depois que aprendi a ler oficialmente 😀
O bom dessa blogagem é que a nostalgia também veio junto!
Beijus,
Infelizmente, Luma, ainda são bem caros quando comparamos com outros países.
O que me entristece é que muita gente prefere comprar bens mais caros para ostentar, mas esquecem de alimentar a mente =/. Muitos compram o celular caríssimo da moda, mas não compram um livro de 30 reais. Triste. Se bem que cá entre nós, 30 reais por um livro é caro ainda.
A nostalgia veio forte aqui também. Estava lendo outros posts da blogagem coletiva (e acabo de conhecer seu blog com isso) e comecei a me identificar com vários relatos!
Bjs!!!
Oie Trícia!
Além da deliciosa nostalgia, essa BC me ajudou a conhecer blogs ótimos. Que delícia!
Bjs
Exatamente, eram fascículos semanais. Daí eu perdi o lançamento dos três últimos. A sorte é que relançaram acho que um ano depois e meu pai comprou!
Mais um “nerd dos mapas” hehehe. Eu adoro ficar olhando, quando era mais nova ficava bastante tempo olhando. O legal é que isso me fez gostar de livros de fantasia e ficção científica que possuem outros mundos, muitos com mapas e tudo, rs