Talvez alguns de vocês tenham notado que alguns bebês estão usando um colarzinho de pedrinhas marrom-amareladas. A primeira vez que vi, achei que tratava-se de algum item religioso. Depois observei que muitos bebezinhos estavam usando. Eu vi inclusive filhos e filhas de celebridades utilizando o colar e talvez isso tenha feito com o uso fosse disseminado. E também já faz alguns anos que esse item tem aparecido em blogs gringos do universo materno.

Seria moda? Religiosidade? Resolvi investigar e vi que trata-se de um colar de âmbar. Resolvi fazer um dossiê sobre o assunto. Acompanhem =)
O que é âmbar?
O âmbar é uma resina fóssil usada na confecção de jóias e ornamentos. Ela não é um mineral, como muitas das pedras preciosas que vemos por aí. Apesar de não ser um mineral, é possível ser “lapidado” na forma de gemas.
Trata-se de resinas de árvores que foram submetidas a altas pressões e temperaturas produzidas por sedimentos que encobriram essa resina. Se essa resina ficasse exposta às intempéries, seria desintegrada e consumida por microorganismos. Mas quando é coberta por sedimentos e submetida a altas pressões e temperaturas, ocorre um processo chamado polimerização molecular, reação química na qual um grande número de moléculas formam uma molécula maior, uma macromolécula. O uso do âmbar como objeto ornamental remonta o Neolítico.

E como o colar ajudaria os bebês? Afinal, é ciência ou não?
Já vi todo o tipo de alegação sobre o colar. Nesse site, encontrei duas menções muito curiosas, uma atribuindo poderes “mágicos” e outra atribuindo total nonsense pseudocientífico. Traduzo e reproduzo as duas menções abaixo:
Permite que o próprio corpo se cure / irradia energia calmante e absorve energia negativa, portanto deve ser limpado com frequência/ acalma os nervos e estimula o intelecto / alinha energia etérea e física, limpa o ambiente / Trata desordens dos rins e da bexiga com sucesso
.
As contas de âmbar para dentição funcionam com a teoria do magnetismo leve, que tem potencial para curar dores leves, como a que acompanha a erupção dos dentinhos.
Quem já leu meu texto sobre como identificar pseudociência, deve ter identificado isso nos relatos acima. O autor desse texto encontrou outros relatos sobre o poder desses colares que faz soar um alerta em todo cético: pensamento mágico, sabedoria ancestral, esoterismo, etc. Apesar de ser cristã, sou muito cética com relação a essas coisas que na minha opinião, são prato cheio para incautos gastarem dinheiro e muitos deixam de procurar soluções médicas efetivas para os problemas de saúde.
Apesar das alegações implausíveis mencionadas acima, há uma hipótese até que razoável para o suposto funcionamento do colar de âmbar. O âmbar contém uma substância analgésica chamada ácido succínico. Em latim, succinum significa âmbar, nos fazendo compreender de onde ele é extraído. Entretanto, em um texto do site Skeptcon, o autor menciona que não encontrou nenhum estudo científico comprovando o poder analgésico, apenas esse estudo falando que há evidências de que o ácido succínico poderia causar um efeito anti-ansiedade em ratos. Eu fiz uma busca por periódicos científicos sobre o tema e também não encontrei. Muitos alegam que funciona, porque testaram na prática. Acontece que para que algo seja cientificamente comprovado, é necessário conduzir testes controlados que possam ser reproduzidos várias vezes por diversas equipes de cientistas.
Outro ponto: não é todo âmbar que contém ácido succínico. Alguns estudos apontam que apenas o âmbar da região do Mar Báltico possui a substância, o que torna o produto ainda mais específico e certamente mais caro. E outra questão ainda mais interessante: o ácido succínico derrete a uma temperatura de 187°C (vi aqui). O corpo humano tem uma temperatura de aproximadamente 37°C. Será que é o suficiente para liberar uma quantidade de ácido succínico a ponto de ser absorvido pela pele? Bom, a substância é moderadamente solúvel em água, então talvez um pouco de ácido succínico poderia ser solubilizado no suor. E se isso acontecer, seria a dose correta para a criança? E em dias frios, em que a criança transpira menos? Em outras palavras, não há um controle para a dose absorvida!
Lembrando que, conforme mencionado acima, parece não haver estudos que comprovem o poder analgésico da substância.
O Dr. Andrew Weil, nesse link, recomenda ouros métodos para aliviar a dor e os incômodos relacionados com a erupção dos dentinhos, como o uso de cubos de gelo feito com suco de uma ou de maçã e camomila (esse cubos devem ser envoltos e bem amarrados por uma fralda de pano limpa). Pessoalmente, acredito que a gente pode dar um mordedor para a criança, para aliviar a coceira. Claro, tem que ser um produto certificado pelo INMETRO e sem Bisfenol-A. São produtos bem baratos, normalmente custam cerca de R$10,00. É possível colocar esses mordedores no congelador por algum tempo, para ficarem geladinhos e aliviarem ainda mais.
No mesmo link, o Dr. Andrew Weil ainda menciona que algumas crianças podem ter febre baixa, gengivas inchadas e falta de apetite (acredito que é porque a comida incomoda a gengivinha já inchada) durante a erupção dos dentinhos. Mas se a febre for superior a 37,8 °C e vir acompanhada de outros sintomas, é provável que não tenha relação nenhuma com a dentição e os sintomas precisam ser investigados por um médico.
Nota escrita em 18/07/2018: uma vez a dentista do meu filho mencionou que pode haver uma pequena “inflamação local” devido a erupção dos dentinhos e isso pode provocar febre em algumas crianças (opinião semelhante à dessa médica). Além disso, nessa fase as crianças colocam objetos na boca (às vezes, contaminados com algum micro-organismo nocivo) e que podem causar viroses com febre e diarreia.
Já decidi: vou comprar um colar de ambar para o meu filho. Quais os cuidados que devo tomar?
Se você decidiu que quer comprar um colar de âmbar para o seu filho, precisa tomar alguns cuidados muito importantes. Pesquisando a respeito, cheguei a três pontos muito importantes, que listo em seguida:
1) Segurança
Bebês colocam tudo na boca. E eventualmente vão querer colocar o colar, se conseguirem arrancar do pescoço. Dessa maneira, cada conta de âmbar do colar deve ser individualmente presa. Ou seja, haverá um nó entre cada conta, para evitar que as contas se esparramem caso o colar arrebente.
Outra coisa: tome cuidado para o colar não ficar muito apertado no pescoço do bebê. Se o seu colar for de um fabricante sério, certamente você terá a possibilidade de ajustá-lo para que fique de maneira segura no pescoço do seu bebê. E se o fabricante for sério, o colar deve se romper em caso de uma puxada mais brusca, por razões de segurança também.
Uma opinião pessoal minha: acho que o colar deve ser removido durante o sono noturno ou durante a sonequinha. Eu não tenho coragem de deixar meu filho nem com o babador durante o sono, imagine com um colar.
Em outras palavras: esse colar não deve ser usado sem a supervisão de um adulto!
2) Higiene
O colar precisa ser higienizado, assim como a pele que fica em contato com ele. Na minha opinião, se esse cuidado não for tomado teremos o cenário perfeito para a proliferação de fungos e bactérias. Sendo assim, precisa ser removido na hora do banho. Para limpá-lo, basta colocar o colar numa bacia com água morna e algumas gotas de sabonete líquido neutro. Não use nada abrasivo, pois pode danificar a gema. Seque com tecido de algodão. Para deixar a pedra bonita, basta besuntar um pouquinho de azeite de oliva. Vi essas informações nesse link do WikiHow e essas dicas valem para qualquer joia com âmbar.
3) Autenticidade do Âmbar
Eu criei um pequeno mal estar em um grupo de mães ao falar sobre meu ceticismo e a questão da autenticidade do âmbar. Acontece que uma das mães do grupo vendia o tal colar, risos. Acreditem em mim, claro que eu não disse que aquela vendedora comercializava colares falsificados. Apenas compartilhei algumas informações que coletei em pesquisas, com o objetivo de ajudar a identificar se trata-se de âmbar verdadeiro ou falso.
Atualmente qualquer gema é falsificada. Numa busca rápida em sites chineses de compras, é possível encontrar colares de esmeralda por preços baixíssimos, que evidentemente não se tratam de esmeraldas verdadeiras. O mesmo ocorre com o âmbar, que apesar de ser mais barato que uma esmeralda, não é extremamente barato: um bracelete simples pode custar cerca de 60 dólares.
E como fazer para verificar se o âmbar é verdadeiro? Há alguns testes muito simples:
- Teste do fogo: se não for âmbar, mas sim uma resina/plástico falsificada qualquer, ela vai derreter quando tiver contato com a chama de um isqueiro. O lugar ficará enegrecido e você sentirá um cheiro característico de plástico queimado. Se for âmbar mesmo, ao contato com a chama do isqueiro, a gema vai liberar um odor agradável. Tanto que o âmbar é muito utilizado como incenso.
- Teste do atrito: se for âmbar verdadeiro, ao esfregar a gema várias vezes em um tecido macio, a gema ficará eletrostaticamente carregada. Isso significa que ela vai atrair pequenos “pedacinhos de papel”, como na experiência da caneta que a gente esfrega no cabelo. Se for âmbar falso, ele não ficará eletrostaticamente carregado e pode até ficar meio “derretido”, com a consistência alterada após o atrito
- Teste da acetona: esse teste é complicado de fazer, porque os removedores de esmalte comercializados atualmente não possuem acetona em sua formulação e talvez o teste torne-se inconclusivo por essa razão, mas não custa tentar. O âmbar falso é atacado pela acetona, ficando opaco, isso porque provavelmente trata-se de um plástico coberto por um verniz e a acetona irá atacá-lo. O âmbar verdadeiro não sofre nenhum efeito ou dano. Basta pingar algumas gotinhas de acetona na gema para verificar.
- Teste da água salgada: o âmbar é leve, flutua na água salgada. Tanto que é encontrado assim no Mar Báltico, flutuando e é “empurrado” para a praia. Faça uma solução de 2 partes de água e 1 parte de sal. Se flutuar, é âmbar verdadeiro!
- Teste do sabor: lave bem a peça com água e sabão neutro. Em seguida, lamba a peça algumas vezes. Dizem que o âmbar deixa um sutil “formigamento” na língua. Achei esse teste curioso e não sei se faria. Li sobre ele nesse link.
Lembrando que para que tenha o tal ácido succínico, precisa ser âmbar do Mar Báltico. Um vendedor sério certamente terá certificados de autenticidade e garantia.
Diferença entre âmbar e copal
O copal é muitas vezes usado como substituto do âmbar na joalheria, por ser mais barato. É uma resina fossilizada, assim como o âmbar, porém é mais jovem. Além disso, em minhas pesquisas percebi que o copal é mais comum na América Central e a África, tendo sido usado em ornamento produzidos pelos maias e ainda hoje é utilizado em artesanato mexicano.

Muitas vezes, o copal é confundido com o âmbar. Com o teste da acetona (que mencionei anteriormente), é possível distinguir se trata-se de copal ou âmbar. O copal é atacado pela acetona, fica opaco. Já o âmbar não fica.
Diferença entre âmbar e âmbar gris
O âmbar gris ou âmbar cinza, como o nome já sugere, é uma substância com a coloração cinzenta. É uma substância gordurosa que vem do intestino da baleia (eca!). Trata-se de uma secreção biliar que encapsula materiais não digeridos pelo organismo da baleia, para evitar ferimentos nas entranhas do animal. É eliminado pelas fezes da baleia. A espécie de baleia que mais produz âmbar gris é a cachalote.
A substância tem um aspecto acinzentado, marmóreo e em nada se parece com o âmbar que estamos mencionando ao longo do texto. Não é usado como jóia, porém foi por muito tempo usado na indústria de perfumes como agente fixador .
Também é encontrado boiando nos mares e tem uma flutuabilidade maior que a do âmbar (gema).

Fonte: Wikimedia Commons
Conclusão
O uso do colar de âmbar para amenizar dores e incômodos no nascimento dos dentinhos ou para minimizar efeitos de enxaqueca em adultos, não tem efeito comprovado pela ciência moderna.
Aparentemente, seu uso disseminou-se com a internet e com o fato de que algumas celebridades usarem em seus filhos.
Pessoalmente (isso não é um trabalho acadêmico, posso dar minha opinião) acho perigoso colocar um colar de contas no bebê. Claro que se você comprar uma jóia de qualidade, fabricada levando em conta a segurança (contas presas individualmente e outros pontos que mencionei anteriormente), esse risco é reduzido.
Entretanto, se ainda assim decidir comprar para seu bebê usar, é importante observar as questões de segurança e autenticidade da gema, mencionadas ao longo desse texto.
Apesar do uso do colar de âmbar não ser comprovado pela medicina, se a pessoa escolheu usá-lo, merece adquirir um produto de qualidade e autêntico. Ser mãe é fazer escolhas e cada mulher tem sua história e suas opiniões sobre a maternidade. Fabricantes sérios vão apresentar certificado de qualidade e de origem e certamente o artesão que fez o colar terá como apresentar esse certificado para você, pois ele deve ter recebido do seu fornecedor.
Eu talvez não deveria escrever isso, mas é meu blog e acho que tenho direito de dar uma opinião pessoal (isso aqui não é um trabalho acadêmico!). Acredito que as mães tem seguido muitos “modismos” divulgados pela internet, sem raciocinar sobre a utilidade desses hypes. A internet apresenta diversas opções para nós, mães, a gente não precisa aceitar e acatar todas as opções. É necessário observar, dentro daquilo que é apresentado, o que melhor serve para o seu estilo de vida. Eu tenho a impressão que as pessoas estão ficando cada vez mais ansiosas, porque sentem a necessidade de seguir todas as tendências apresentadas sobre todos os segmentos da vida. E não é por aí! Vamos maternar com calma e tranquilidade, pensando com carinho sobre o que é melhor para você e sua família.
Bibliografia
Boa parte da bibliografia acabei apresentando como links, ao longo do texto. Abaixo coloco outras fontes de consulta para a elaboração desse post:
- Wikipedia – Ácido Succínico
- Alphamm – Amber Teething Necklaces: helpful ou hype?
- Science or Not? – Amber necklaces and teething babies
- Wikipedia – Amber
- Amber Gallery – Is it real amber?
- Rockhounds – True Amber
- Mommypotamus – Baltic Amber Teething Necklace Fake
Ótimo artigo, bem completo e esclarecedor! Em relação a segurança recomendamos sim tirar o colar pra dormir, mas pode usar dando duas ou três voltas no tornozelo do bebê, dessa forma é seguro e fica mais tempo em contato com a pele, isso o torna ainda mais eficaz. O Âmbar realmente funciona! Recebemos toda semana depoimentos e relatos de clientes que utilizaram e perceberam seus benefícios! Não somente para os bebês, mas também em adultos para melhorar dor, sono e redução do estresse. Ele atua como anti-inflamatório, analgésico e calmante natural!
Obrigada pelo comentário.
Não, não há eficácia no uso do âmbar. Esse texto deixou isso bem claro, porém ainda dei algumas informações para quem escolheu usar.
Os relatos que você relata receber são evidências anedóticas e continuarão sendo até que artigos científicos mostrem o contrário.
Samantha, se eu uso e sei que me faz bem pela minha experiencia e experiencia de outras pessoas, então há eficácia no uso sim! tanto que é usado a milenios… vc disse que não tem eficácia, mas semana que vem pode ter um artigo confirmando a eficácia, então hj o que vc afirma com tanta veemencia e autoridade vai pelo ralo rsrs , a ciência é limitada, as vezes a ciência diz que gema de ovo faz bem, as vezes mal, abra sua mente 😉
Priscilla, obrigada pelo comentário.
Não sou levada por evidências anedóticas, eu tento levar em conta o que as pesquisas dizem no momento. Claro que a ciência é limitada e claro que as conclusões podem se modificar, é até por isso que como admiradora do conhecimento científico eu procuro ter a mente aberta para essas transformações. No entanto, o que sabemos hoje sobre o colar de âmbar é que a qde de ácido succínico que ele libera na pele do bebê (se é que libera) é insuficiente para tratar a dor ou o incômodo devido ao nascimento dos dentes. Se funciona, pode ser por efeito placebo.
O método científico é mto mais eficaz do que “minha vizinha, minha prima e minha tia usaram e funcionou”. E eu uso essa ferramenta (a Ciência) para tomar muitas de minhas decisões. Mesmo imperfeita, é a melhor ferramenta que temos disponível para tratar mtas questões.
Entretanto, como deixei claro no texto (e até deixei algumas dicas), acredito que cada um é livre para tomar decisões. E as dicas que deixo são no sentido de permitir que as mães que querem comprar esse colar apesar de não ser comprovadamente eficaz o façam com segurança e sem serem enganadas.
Lamento que meu blog não ajudou no seu viés de confirmação. Acredite, é bom ler coisas conflitantes com nossos pensamentos e crenças. Abra sua mente 😉
Minha experiencia e fatos de vida é mais importante que artigos que podem mudar sim.
“o que sabemos hoje sobre o colar de âmbar é que a qde de ácido succínico que ele libera na pele do bebê (se é que libera) é insuficiente para tratar a dor ou o incômodo devido ao nascimento dos dentes. Se funciona, pode ser por efeito placebo.” ===> vc afirmou que a qde é insuficiente mas entre parenteses disse “se é que libera”, então vc não tem certeza se libera e quanto libera! Como sabe que a qde é insuficiente? e como sabe que é placebo e não efeito do ácido?
abra sua mente 😉
Você leu os links no post que escrevi? Há links para artigos e outras referências, eu explico no post porque pode ser q não libera. Tem a ver com a temperatura corporal, que não é suficientemente alta.
Parece que você veio aqui só para atacar o texto, porque esperava encontrar algo para confirmar o que você já pensava (que o colar funciona mesmo!) e encontrou aqui uma proposta de texto que contraria o que você acredita.
Pois é, sua bolha estourou. É assim mesmo, as pessoas nem sempre concordam com a gente e tem visões diferentes.
Bom, a eficácia é questionada. Mas eu tentei colocar informações e dicas para quem quiser comprar ainda assim.
Samantha, desculpe, não vim para te atacar! vim pela curiosidade pelo texto, e a propósito, parabéns, está muito bem escrito, Respeito que você acredita que não funciona (tem suas evidencias e motivos para isso), apenas expus minha opinião, que se vivencio a eficácia então isso para mim e mais importante que qualquer artigo cientifico. Como você disse as pessoas tem visões diferentes 🙂
Não quis dizer “atacar” minha pessoa, mas sim o texto, a ideia, pq foi contraditória a sua. Até pq vc foi mto educada na sua maneira de se expressar 🙂
Obrigada pela visita e pelos comentários.
“Minha experiência de vida vale mais que artigos científicos”. Aqui temos a essência do que chamamos de evidência anedótica, cuja validade é nula como comprovação de algo. Outro erro é usar a falácia do Apelo à antiguidade: “É usado há milênios logo funciona”.
Outro fator é confiar em reportagens que anunciam “descobertas científicas”que notamos que o jornalista interpretou errado (ou de propósito) com o intuito de vender jornais. Por isso vemos coisas do tipo “Povo faz bem” é depois “Ovos fazem mal”.
No fundo o braseiro médio acha que cientista é o sobrinho que sabe mexer no celular”
Olá Avelino, que legal ver você por aqui!
Você mencionou algo muito comum de acontecer, que é a interpretação equivocada que jornalista faz em cima da pesquisa científica ou de um conceito científico qualquer. Eu já tive problemas com jornalistas porque eles não compreendiam que algo que eu estava explicando não era aquilo que eles entendiam e isso acontece muito quando o assunto é tempo e clima.
No fundo o cientista é quem mexe no celular, sem dúvida. Muitos chamam de “nerd’ ou “cdf” aquele que gosta de tecnologia e quadrinhos e ignoram aqueles que passam anos em dificuldade (é o que acontece no Brasil) fazendo suas pesquisas científicas.
Abraços e seja sempre bem-vindo.
É cada uma pessoa prefere correr o risco do bebe sufocar ou engasgar, mas usar o colar que o povo posta no Instagram.
Obrigada pelo esclarecimento. Vi gente usando e estava me perguntando o porquê dessa palhaçada. Encontrei a resposta aqui, apesar da vergonha alheia dos comentários, é delicioso ver suas respostas. Ótimo artigo!
Obrigada pelo comentário, que bom que ajudei no esclarecimento.
Ganhei o colar e começamos a usar sem muita fé. A qualidade de sono da minha filha melhorou 80%. Sem febre na erupção dos dentinhos…efeito placebo ou não, minha experiência com o colar é muito boa. Com relação a engasgo, enforcamento e afins, sugiro comprar em uma loja de confiança, pq vem do tamanho certo e as gemas são amarradas uma a uma..minimizando possíveis acidentes.
Iremos morrer e não vamos ter comprovação cientifica simplesmente porque não é do interesse dos “grandes”.
Só isso.
Quem são os “grandes”? A turma do Jardim II?
Bom, essa é sua experiência pessoal. E o que você menciona aqui sobre segurança, falei no texto.
O ponto é que experiência pessoal não vale nada. É a sua narrativa. A ciência trata do todo.
Samantha Martins
Meteorologista ☔
Mamãe nerd 👦🏻👦🏻
E arrogante…
Por que arrogante?
Por que apresentei argumentos contrários aquilo que você acredita? Por que eu trouxe artigos científicos para sustentar minha opinião? Daí você vem no meu blog, lê algo que não concorda, apresenta um contraponto sem fundamentos em chama de arrogante?
Sua definição de arrogante é bem estranha, Carla.
De uma coisa EU tenho certeza: não sou arrogante. Tanto não sou que fiz uma pesquisa bem extensa e trabalhosa para escrever esse post, simplesmente porque eu não sabia sobre o assunto e não quis acreditar em alegações fracas, porque o que os vendedores desses colares apresentam são alegações fracas, sem fundamento científico.
Você deve fazer parte de um grupo de mães (nem que virtualmente) em que todas vocês acham que esse colar é a coisa mais fantástica do mundo. Bom para vocês! E veja, esse post contempla vocês também porque eu ainda fui gentil e busquei explicações sobre como saber se um colar possui âmbar autêntico e é seguro. Pois então fique com seu grupo, fique com as alegações de vocês e então a gente pode discutir quem está sendo arrogante.
Incrível como atualmente, cercados de tecnologia que a 100 anos atrás pareceriam mágica e tais seriam encaradas com grande misticismo e crendices, hoje temos opniões baseadas em experiências frivolas, sem comprovação; mas o mais preocupante não é o fato de acreditar em algo apenas pela experiência pessoal ou sem uma base científica, o que mais preocupa é a irritação, a indignação ao ver um texto no qual o autor buscou informações, as quais não estão apenas em um âmbito pessoal, mas com um olhar cético, que busca uma resposta não importando se isso vai lhe chatear ou se é incômodo. Não dizendo que esta errado acreditar em algo só por que lhe faz ou fez bem, porém se grande parte das pessoas analisassem melhor as coisas que fazem e nisso deixassem um pouco de lado tradições, mitos, costumes passados e crenças e a partir disso se questionar mais, desacreditar e buscar uma informação baseada em algo que foi submetido a testes, estudos e artigos os quais trazem dados(o que falta na pseudociência); não teriamos uma sociedade que muitas vezes deixa de progredir por certos fatos ferirem a crença de certas pessoas.Ter uma crença pra muitos é importante, porém se amarrar a ela e deixar de acreditar em fatos pode ser prejudicial e impedir o bem para muitos.Em um mundo tão tecnológico e que muda a cada instante se prender em tradições me parece contraditório, infelizmente é o que mais vemos.
Apenas uma expressão de uma pessoa que busca um conhecimento científico, que quer duvidar do que não foi testado e duvidar ainda mais do que foi exaustivamente testado porém duvidar pondo a prova.
Se por um acaso de hoje pra amanhã nossa ciência mudar leis (no caso aperfeiçoar o entendimento)que aplicamos no dia a dia não ficaria triste, pelo contrário, feliz por enxergamos melhor nosso universo.
Lamentavel certos comentários!
Parabéns pelo texto