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E se transformássemos o Deserto do Saara em um mar? Alguém já pensou nisso?

31/10/2016 By Samantha 8 Comments

De uma maneira bastante simplificada, desertos são regiões que recebem pouca precipitação pluviométrica. Falei sobre esse importante ecossistema nesse post. Agora, pretendo falar sobre um deserto específico, o rei dos desertos: o Deserto do Saara.

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Maiores desertos do planeta. Fonte: NASA/Wikimedia Commons

Sabe aquelas idéias nababescas, audaciosas, dignas de filmes de ficção científica ou de pensamentos de Paulo Maluf? Pois então, alguém já pensou em alagar o deserto do Saara e transformá-lo em um mar! Na verdade, vários ‘alguéns’ pensaram nisso em diversos momentos da história e é desse assunto que falarei no post.

O Projeto Mar do Saara 

Na verdade, o projeto envolve alagar partes do Deserto do Saara e não todo o deserto, já que isso seria difícil, visto que a região não é “plana” e nem está toda no nível do mar ou abaixo dele. A topografia é bastante variada:

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Acima, um mapa bastante “qualitativo”, mostrando parte do norte da África, com as regiões mais altas (Montes Atlas, Adrar, Tibesti, Air, Ahaggar, Tassili-n-Ajjer) e os desertos “locais” destacados em amarelo. Por exemplo, o El Djouf está entre a Mauritânia e o Mali. Essas regiões possuem nomes que foram dados pelos moradores da região ou por possuírem características diferenciadas. Fonte: KidsMaps/Wikimedia Commons.

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O mapa acima mostra a topografia atual da África, com mais detalhes e de maneira quantitativa. O mapa realmente mostra que o sul do continente africano possui altitudes maiores, em média. Alguns até chamam essa região de Alta África e é onde nascem os rios mais importantes da África. As bacias dos rios Congo e Chade naturalmente possuem altitudes mais baixas e o Deserto do Saara também apresenta muitas regiões de altitude abaixo dos 200m. Algumas inclusive (a escala do mapa não indica) possuem altitudes abaixo de 0 m (ou seja, regiões abaixo do nível do mar) e voltaremos a falar delas ao longo do texto. Fonte da imagem: Caltech

A ideia seria inundar as regiões que estão abaixo do nível do mar com águas do Oceano Atlântico ou do Mar Mediterrâneo, usando uma enorme estrutura de canais para transportar a água. Isso mudaria todo o ecossistema desértico, o transformaria completamente. Haveria ilhas (partes mais altas) que seriam regiões mais úmidas e onde talvez poderia ser possível transformar essas terras em áreas cultiváveis.

No século XIX, o engenheiro britânico Donald Mackenzie foi o primeiro a propor essa ideia. Ele queria criar um canal que conectasse o oceano Atlântico  ao El Djoufi (veja no primeiro mapa). Essa região possui algumas áreas abaixo do nível do mar. Segundo os cálculos, isso criaria um mar interno de cerca de 155.400 km². O interessante é que há evidências geológicas que mostram que essa região já foi conectada ao Oceano Atlântico no Passado. Mackenzie observou também que outras regiões do deserto, entre as atuais Tunísa e Argélia, também poderiam passar pelo mesmo processo de alagamento (recebendo águas do Mar Mediterrâneo, no caso). E essa foi a mesma proposta do  geógrafo francês François Elie Roudaire e do diplomata Ferdinand de Lesseps (que foi de grande influência para a criação do Mar de Suez). Por ser muito caro e de difícil execução, o governo francês rejeitou o projeto.

O projeto foi novamente discutido no início do século XX, com o pensamento de que isso poderia possibilitar novas áreas habitáveis. Acreditava-se que num alagamento de grandes dimensões, teria-se um novo mar com metade do tamanho do Mediterrâneo. O governo francês novamente rejeitou o projeto.

Anos mais tarde, já em meados do século XX, membros da Operação Plowshare mencionaram projetos enormes, para fins pacíficos, como o Projeto Depressão Qattara (Qattara Depression Project). A Operação Plowshare tinha como o objetivo usar explosivos nucleares para fins pacíficos. Entretanto, essa Operação Plowshare até hoje recebe críticas sobre a ética do projeto, já que explosivos nucleares estão associados aos horrores da guerra e a uma crueldade sem dimensões (recomendo muito esse artigo do Luiz Piguelli).

O Projeto Depressão Qattara (Qattara Depression Project)

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Mapa mostrando a região do Deserto do Saara chamada Depressão Qattara que seria alagada com águas do Mar Mediterrâneo. As linhas indicam canais ou túneis de água que seriam propostos para que o alagamento acontecesse. Fonte: Wikimedia Commons

Essa provavelmente foi a ideia de alagamento do deserto que mais foi discutida ao longo do século XX. Ainda hoje, alguns cientistas estudam a viabilidade desse projeto audacioso. Claro que esses cientistas e as instituições e empresas que estudam tal viabilidade são de fora do continente Africano e isso nos faz pensar no retorno financeiro e de infra-estrutura aos povos que dependem do deserto para sobreviver, cujas culturas estão fortemente relacionadas com esse ecossistema. É o caso dos tuaregues, por exemplo. Antes de prosseguir falando sobre esse projeto, acredito que essa reflexão é necessária.

O objetivo do projeto é inundar a Depressão de Qattara, que fica abaixo do nível do ar. No entanto, a gente precisa lembrar que em desertos, a evaporação é muito grande (evapora mais do que chove, ou seja, há um déficit hídrico). Dessa maneira, o lago resultante da inundação evaporaria rapidamente. Provavelmente teríamos como resultado um lago super salino, como o Lago Assal (que fica no Djbouti), o Mar Morto (entre Israel e Jordânia) e a Lagoa Don Juan (localizado em McMurdo, Antártida).

A Lagoa Don Juan tem um nível de salinidade de 44%, sendo 12 vezes mais salina que o o oceano, em média. Essa elevada salinidade impede a lagoa de congelar mesmo em temperaturas abaixo de -50°C. Nos vales secos de McMurdo, Antártida, há diversos lagos de elevada salinidade. Outro é o Lago Vanda, com salinidade superior a 35% (10 vezes mais salina que a água do mar). Fonte: Wikipedia.

O ambicioso projeto propõe que túneis ou canais sejam escavados do Mar Mediterrâneo até a área de interesse. Os túneis teriam entre 55 a 80km de comprimento. Como comparação o Canal de Suez tem cerca de 193km de comprimento. A depressão de Qattara possui altitude entre -60m e -133m. Para alagar a depressão de modo que sua altitude ficasse em -20m, os oceanos do mundo reduziriam sua altura em 2,16mm.

A ideia seria usar a água armazenada como uma represa para fins de geração de energia, ideia que data de 1912 e partiu do geógrafo alemão Albrecht Penck. A CIA, em 1957, com o advento da já mencionado Operação Plowshare, citou alguns benefícios desse alagamento, que iam desde “emebelezamento do local” e “modificação do clima da região” até aspectos estratégicos geopolíticos.

Na primeira fase do projeto, criaria-se a estação Qattara 1, para gerar 670 megawatts. A segunda fase, gerariam adicionais 1.200 megawatts. Uma instalação de central hidroelétrica reversível iria aumentar a capacidade de produção de pico em mais 4.000 megawatts, totalizando cerca de 6800 megawatts.

O grande problema seriam os custos da escavação dos túneis e/ou canais para abastecer continuamente a depressão. Foi quando o engenheiro alemão Friedrich Bassler sugeriu o uso de bombas atômicas. Isso faria com que os moradores de boa parte daquela região da África tivessem que ser desalojados, além de contaminar a água subterrânea da região (com radiação e água salgada), vital para os oásis de Bahariya e Siwa.

Acontece que em todas essas conjecturas, o povo egípcio (país onde fica a depressão) aparentemente nunca foi consultado, assim como os povos dos países vizinhos. Infelizmente, isso é um fato esperado. Em um livro sobre a história de Cleopatra que li há algum tempo, é pontuado que o Egito deixou de ser independente assim que o reinado da lendária rainha chegou ao fim e só voltou a ser uma nação e 1922 (quando atingiu a independência do Reino Unido da Grã-Bretanha). Atualmente, há ainda conjecturas sobre o projeto, mas há diversas questões políticas a serem consideradas.

Um “projeto alternativo” seria alagar a planície de Qattara com água do Rio Nilo. Isso seria bem mais complicado, já que o canal para construir entre o Rio Nilo e a depressão teria pelo menos 320km de comprimento, bem mais longo do que canalizar a água do Mar Mediterrâneo. O potencial para geração de energia elétrica seria bem menor e o lago demoraria bem mais tempo para ser formado. Além disso, relembrando: o deserto é uma região em que ocorre bastante evaporação, então imaginem o desafio que seria controlar o balanço hídrico. No entanto, os benefícios de um lago de água doce seriam bem mais óbvios, possibilitando a a agricultura e recarregando os aquíferos, por exemplo.

São projetos muito caros e ambiciosos, que atualmente são inviáveis em termos de custos. Além disso, esses projetos alterariam o ecossistema. Mesmo na segunda alternativa, trazendo água do Rio Nilo, deve-se considerar que a vazão natural do rio seria afetada, trazendo problemas para todas as pessoas que vivem em torno do rio e alterando o ecossistema local. Esses projetos audaciosos precisam ser discutidos com muito cuidado e por muitos anos, antes de qualquer tentativa de viabilizá-los.

As modificações do Deserto do Saara na ficção 

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Vamos ao que me levou a escrever o post. No livro A Invasão do Mar (L’Invasion de La Mer), de Julio Verne, os planos de Roudaire e Lesseps são mencionados. No livro The Secret People (1935) de John Wyndham, a idéia de um deserto do Saara alagado também é mencionado. Inclusive estou curiosa para ler esse livro!

Em todas as séries de minha franquia favorita (Star Trek ou Jornada nas Estrelas), é mencionada a tecnologia de terraformação. No episódio The Cage, de Star Trek: TOS (o episódio dos talosianos) é mencionado que o Deserto de Mojave é agora uma planície verde. Bom, é possível que o mesmo tenha acontecido em outros desertos da Terra. Considerando que no Universo Star Trek as desigualdades sociais foram totalmente eliminadas (ou muito perto disso), é muito provável que a tecnologia não tenha ficado restrita aos países ricos. E talvez, para que essa terraformação fosse possível, a canalização do Rio Nilo poderia ser uma das obras necessárias. Ou não, já que com o Projeto Gênesis, bastaria bombardear a região com uma “bomba gênesis”, possibilitando assim a terraformação.

A Depressão de Qattara é mencionada na série SagradoS (falei dos livros aqui), de Anaté Merger. Não ocorre nenhum modificação no espaço físico do local, mas acho que cabe a menção. Na série da autora franco-brasileira, há uma batalha épica e sangrenta que ocorre nesse lugar. Não vou dar detalhes, para não estragar a surpresa de quem pretende ler os livros.

Claro que há referências sobre modificações no Deserto do Saara em outras séries, filmes e livros. Deixei aqui apenas algumas e espero que vocês tenham gostado. Se lembrarem de mais alguma referência, deixei nos comentários para que eu conheça.

Bibliografia principal

  • Sahara Sea, Wikipedia
  • Qattara Depression Project, Wikipedia

 

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Filed Under: Água, Blog, Circulação da Atmosfera, Clima, Desertos Tagged With: depressão de qattara, deserto do saara, engenharia, filmes, literatura, qattara depression project, séries, star trek, terraformação

Reader Interactions

Comments

  1. Djan Krystlonc says

    06/10/2017 at 5:03 pm

    Sem dúvida a opção do Nilo é incomparavelmente melhor, mas muito mais complexa visto que teria que ser calculado a taxa de evaporação total (Caminho + Lago) e teria que ser substancialmente menor que a vazão desviada do rio, além de problemas políticos, econômicos, ecológicos e sociais nas áreas baixas do rio que diminuiria sua fluidez.

    Agora a utilização de água do mar (seja lá da onde venha) pode ter um efeito interessante, pode ajudar a resolver o problema de elevação do nível dos oceanos.

    Sem falar de ser uma alternativa interessante criar áreas de lazer e econômicas que poderiam ser destinadas a refugiados do mundo inteiro.

    Mas empreendimentos assim são de uma outra época, de um momento em que impérios traçavam destino de regiões inteiras do globo, para bem ou para mal isso já se foi.

    Adorei o texto.

  2. Samantha says

    06/10/2017 at 5:29 pm

    Adorei seus comentários, colocações muito pertinentes. Até essa questão visionária de se usar como uma área de interesse para ajudar refugiados, achei muito bacana essa sua visão.
    Pois é, essa era já se foi. Mas ficam aí as ‘ideias mirabolantes’, que talvez hoje não sejam aplicáveis.
    Abraços e obrigada pela visita

  3. Ariane Bastos Lara Pinto says

    04/09/2018 at 8:21 pm

    Oi li seu posto e achei super bacana. Trabalho com os livros de julio Verne nas aulas de geografia e o q estou estudando agora e o A invasão do mar. Os principios geopolíticos e capitalistas são de longe os que mais move esses projetos. Mas tenho uma indicação para leitura, atualmente o projeto de abertura de um mar no Saara voltou a ser discutido na França para os territórios da Tunísia e da arfelia. A intenção é realizar o processo de dessanilizaçao para levar água doce ao inteiro do deserto. Esse projeto já está em execução e tem pouco tempo. Vale a pena dar uma olhada nessa nova desculpa de interferência por parte da Europa em solo africano, é claro que tudo maquiado de boas intenções.

  4. Samantha says

    05/09/2018 at 4:04 pm

    Olá Ariane
    Vou ler sobre isso que você mencionou. Veja se tem relação com esse assunto: https://meteoropole.com.br/2016/10/e-se-transformassemos-o-deserto-do-saara-em-um-mar-alguem-ja-pensou-nisso/
    Que interessante trabalhar com livros de Jules Verne nas aulas de Geografia, uma excelente ideia.
    Abraços e obrigada pela visita.

  5. Ariane Bastos Lara Pinto says

    25/10/2018 at 6:16 pm

    Olá Samantha, o artigo a que me refiro é esse https://www.solidariteetprogres.org/documents-de-fond-7/economie/Afrique-Mer-interieure-de-Roudaire-Revolution-bleue.html
    Está em francês o que só ressalta o interesse geopolítica do projeto. Espero que goste e ajude nas suas discussoes.

  6. Samantha says

    25/10/2018 at 11:23 pm

    Olá Ariane, muito obrigada!
    Vou tentar ler (e entender a ideia central) a partir do meu frances super basico.
    Obrigada

  7. Cíntia Cilene says

    30/12/2018 at 5:57 pm

    Sim, é muito interessante essa idéia de retirar a água do mar para o local desejado no deserto do Saara, ajudando, assim, a controlar o aumento do nível dos oceanos no planeta. Porém, os biólogos hão de concordar que a água doce seria muito mais benéfica para a região com relação à agricultura e criação de animais, logo, hoje em dia (pleno século 21) temos máquinas que podem tornar a água do mar própria para beber! Derrepente poderia tentar comercializar o sal retirado da água gerando assim mais renda para a região… Só uma idéia…

  8. Peruibense says

    23/04/2019 at 3:44 am

    O que muita gente aqui não entendeu, é que o alagamento de depressões do Saara com água do mar, mudaria o clima de parte do deserto, gerando um ciclo de chuvas, ou seja, água doce vinda do céu, numa região em que ela é carente, em quantidade suficiente para favorecer a agricultura e pastoreio, permitindo o surgimentos de cidades em regiões pouco povoadas e atraindo milhões de migrantes. A questão é evaporação elevada em qualquer mar interno, que não secará por causa do abastecimento constante pelos canais, fazendo com que áreas então desérticas mudassem do clima árido para o tropical, semi-árido e até sub-tropical, nas montanhas.

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