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You are here: Home / Artes Plásticas / O caso Maria Filó e a escravidão

O caso Maria Filó e a escravidão

17/10/2016 By Samantha Leave a Comment

Eu gosto das obras de arte que retratam o cotidiano brasileiro nos séculos XVIII e XIX. Sabe aquelas pinturas e gravuras que ilustram livros de história? Gosto delas desde pequena. Então sempre pesquisei sobre artistas como Debret e Rugendas.

Esses artistas foram essenciais para retratar o cotidiano brasileiro, pois através dessas obras de arte podemos imaginar como era a vida do povo. Rugendas e Debret retrataram autoridades e aristocratas, mas também retrataram o dia a dia do povo.

Era um cotidiano em que a escravidão era presente. Esse era um horror comum. Poucos viam como algo horroroso: era algo corriqueiro. Anunciava-se vendas de escravos em jornais. Cristãos justificavam a escravidão com passagens bíblicas. Ter escravos era sinal de status e poder financeiro.

A consciência humana mudou e ter escravos é considerado atualmente algo abjeto pela maioria das sociedades civilizadas. No entanto, acredito que essa mancha vergonhosa na história brasileira nunca deve ser esquecida. Penso o mesmo com relação aos genocídios, aos horrores das ditaduras e da tirania. Não podemos esquecer. Temos que lembrar para sempre nos esforçarmos em melhorar e em evitar a repetição do mal.

 

Debret: Interior de uma casa cigana (1820)
Debret: Interior de uma casa cigana (1820)

Portanto, acredito que uma hipotética destruição dessas obras de arte que retratam a escravidão seria uma desserviço, pois favoreceria o esquecimento. Então essas obras devem ficar nos museus, nos arquivos e nos livros de história. Para que todas as gerações olhem e se envergonhem.

Porém, acredito que é um desrespeito enorme (além de total falta de bom senso) usar uma gravura dessas como estampa em roupas em pleno século XXI. Foi o que a grife Maria Filó fez. Nem conheço essa marca, soube do caso pelas redes sociais. A grife criou uma estampa toile de jouy (tipo de estampa que retrata cenas do cotidiano) usando como inspiração gravuras de Debret e Rugendas. O resultado poderia ser interessante se fizessem uma boa escolha de estampa, porém o resultado foi desrespeitoso, como vocês podem ver abaixo.

 

Comparação da estampa da grife Maria Filó com uma gravura de Rugendas, intitulada "Negras do Rio de Janeiro" (1835). Fonte: Jornal Extra
Comparação da estampa da grife Maria Filó com uma gravura de Rugendas, intitulada “Negras do Rio de Janeiro” (1835). Fonte: Jornal Extra

Uma mulher negra escravizada, com seu filho pendurado, servindo uma mulher branca! Meu Deus, que horror. Como retrato histórico, possui grande valor. Mas como a estampa em uma roupa, acho horrível. Eu sou uma pessoa que não se importa muito com moda (passarelas, estilistas famosos, coleções atuais, etc), porém acredito que as roupas que escolhemos transmitem uma mensagem sobre nós.

Não gente, não estou dizendo que quem usa uma roupa com essa estampa é automaticamente racista, jamais tiraria tal conclusão sem cabimento.  Só acho que estamos consumindo as coisas de maneira desesperada, veloz, sem prestar atenção e observar. Uma pessoa vai a uma loja, compra uma roupa com essa estampa e faz tudo tão no modo autômato que nem percebe o desrespeito e a falta de cuidado com que a peça foi produzida.

Acredito que esse acontecimento é um recado, para que façamos reflexões sobre nossas ações. E no processo de criação dessa estampa, será que ninguém percebeu o mau gosto? E aqui nem é uma questão de subjetividade! A mensagem está bem clara, totalmente dissonante com o que vivemos atualmente. A marca queimou o filme por um descuido, uma falta de conhecimento histórico e principalmente, por uma falta de empatia.

🎨🎨🎨

Apenas quero fechar dizendo que escrevi esse texto porque gosto de obras de arte e gosto do trabalho dos dois artistas mencionados. Não sou especialista em arte. Não sou professora de história. Não sou antropóloga. Sou apenas uma apreciadora de arte e uma pessoa que gosta de ler sobre o tema.

Meu objetivo não é escrever um tratado definitivo sobre o assunto. Eu escrevo porque gosto. Porque gosto de opinar em temas nos quais tenho alguma afinidade ou conhecimento. Escrevo para contribuir com o mar de gigabytes. Apenas isso, gente! Se vocês fossem tomar um café comigo, seria o tipo de conversa que eu teria com vocês. Apenas isso. Vida simples.

Aviso isso pois já falei de “temas em voga” em outras ocasiões e isso atraiu um enorme exército de gente mal intencionada, haters, gente que não entendeu nada do que eu quis dizer, etc. Por isso, leia meu texto, respire e conte até 10 antes de fazer qualquer comentário. Obrigada!

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Filed Under: Artes Plásticas, Blog, História Tagged With: arte, debret, escravidão, maria filó, polêmica, racismo, rugendas

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