Não é a primeira vez que falo de agressividade aqui no blog. Eu mencionei o assunto nesse post, mas o fato é que comportamentos agressivos estão muito presentes na nossa sociedade e dessa maneira o tema acaba sendo recorrente, infelizmente.

Eu dirijo quase todos os dias e mesmo sendo um trajeto relativamente curto, observo alguns comportamentos agressivos. Há inclusive um termo técnico utilizado por motoristas profissionais e especialistas em saúde mental: é a direção agressiva. Nessa reportagem do site do auto-esporte, um trecho chamou minha atenção:
Quando fica nervoso, o engenheiro mecânico I.B., de 34 anos, desconta sua ira no acelerador. Extrapola os limites de velocidade, ultrapassa pelo acostamento e avança farol vermelho. As infrações já lhe renderam multas altas. No ano passado, chegou a acumular 27 pontos e só não teve a habilitação suspensa porque transferiu 10 deles para um amigo. “Não gosto de ficar atrás de motoristas que insistem em andar pela esquerda, em velocidade incompatível com a pista. Dou uma piscada de farol, duas… Se nada acontece, não reclamo, mas ultrapasso pela direita”, conta o engenheiro, que dirige há 15 anos.
Eu dirijo com bastante calma e eu não tenho muita experiência, então frequentemente sou ‘vítima’ de gente agressiva. Alguns fazem gestos obscenos, outros xingam. Não é vitimismo de minha parte e não entendam dessa forma, mas acredito que por ser mulher, os motoristas não se sentem amedrontados. Ou seja, se eu fosse um cara enorme e forte, aposto que muitos pensariam muitas vezes antes de me mostrar o dedo do meio.
Posso dizer que no passado, essa agressividade no trânsito me desencorajou e me fez pensar em desistir de dirigir. Porém a liberdade que dirigir me proporciona é muito grande e não vou deixar pessoas doentes (a agressividade constante é uma doença!) atrapalharem meus planos. Além disso, dirigir é muito necessário para quem é mãe.
Se a sua maneira de dirigir coloca a sua vida e a dos outros em risco, é momento de repensar sua maneira de dirigir. Procure ajuda médica e psicológica.
A agressividade é uma avalanche, podem observar. O que quero dizer? Você está dirigindo de maneira irresponsável, cortando todos no trânsito. De repente, outro motorista, também uma pessoa em situação de descontrole emocional, está com vontade de brigar e possui uma arma. Ocorre uma colisão. E a partir disso, vocês já podem imaginar o desenrolar da história. Gentileza gera gentileza, mas agressividade também gera mais agressividade. É um efeito cascata.
E se a gente for pensar de maneira bastante ampla, a agressividade está também em coisas que já nos passam despercebido. Quando a gente cumprimenta o colega de trabalho e não olha nos olhos dele. Ou quanto todos amigos e/ou familiares estão em uma mesa, onde deveriam estar celebrando, porém todos estão com os olhos presos em seus smartphones. Ou quando não temos paciência para ouvir o outro em uma conversa cotidiana. Essas pequenas agressividades já fazem parte do dia a dia, infelizmente.
No réveillon eu li um trecho da Bíblia no meu Instagram:
Trata-se de de Filipenses 4: 5-6. Vou postar aqui em outra tradução:
Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.
Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.
Filipenses 4:5,6
Algumas traduções colocam a palavra mansidão. Outras, colocam a palavra equidade. Nos dois casos, são qualidades admiráveis:
Mansidão significa brandura ou suavidade. Equidade significa senso de justiça. Se formos pensar, as duas qualidades estão relacionadas e estão do lado oposto da agressividade. Quem é agressivo, por mais que esteja se sentindo injustiçado com uma determinada situação, não está sendo justo. Agressividade tem a ver com vingança e não com justiça.
Os cristãos devem agir com mansidão, pois é o que recomenda claramente a palavra de Deus. Eu sei, talvez algumas pessoas não gostem quando a gente menciona um trecho da Bíblia principalmente em um blog como o meu, que fala de ciência na maior parte do tempo. Mas o objetivo aqui não é pregar no sentido de converter pessoas para minha religião. Também não estou usando a bíblia para construir teorias pseudocientíficas. Quero apenas falar coisas que podem fazer você refletir e repensar seu modo de vida, principalmente se você chegou até aqui porque reconhece que é uma pessoa agressiva e quer mudar.
Vociferar em redes sociais não é uma atitude cristã. E fazendo uma análise do que já vivi e de como já me comportei nessa vida, vejo o quanto já fui grossa em diversas ocasiões, tanto pessoalmente quanto pela web. Vejam, eu tenho a impressão que a internet meio que “amplifica” certos comportamentos. Tudo fica exagerado: se apaixonam e odeiam rapidamente e descontroladamente. Os psicólogos devem oferecer uma explicação para esse comportamento, que eu imagino que muitos de vocês já tenham observado.
Para transformarmos o mundo num local melhor, busquem mais tolerância, mansidão e equidade. Antes de dar uma opinião sobre um assunto que está se desenrolando, deixe a situação em uma sala de observação. Pense bem, analise, observe, leia mais, verifique as fontes, etc. Talvez mesmo depois de refletir bastante, você vai perceber que muitas vezes é melhor ficar em silêncio. Vamos vigiar nossas palavras.
Realmente, com o uso cada vez mais frequente e por um número cada vez maior de pessoas, qual a influência disso sobre o comportamento humano, particularmente nessa questão de manifestações exacerbadas de raiva e egoísmo? O trânsito é um lugar que parece que as pessoas se escondem por trás de um carro, assim como na internet que se escondem atrás de um perfil, para fazer e achar o que bem entendem. No entanto, no trânsito eles tem uma arma nas mãos, que aliada à falta de educação e bom senso, pode se tornar fatal.
Em Gálatas 5:19-23, diz:
“Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, IRA, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, PACIÊNCIA, AMABILIDADE, bondade, fidelidade, MANSIDÃO e DOMÍNIO PRÓPRIO. Contra essas coisas não há lei.”
Olá Vinícius!
Eu adoro essa passagem bíblica e hoje veio a calhar para mim (além de ter tudo a ver com a postagem). Até porque essa passagem também menciona a inveja, outro ponto que a gente vê muito nas redes sociais (para dizer a verdade, a gente vê tudo o que é mencionado nessa passagem de Gálatas nas redes sociais).
O carro e o computador parece que servem como um “escudo”, não é? No sentido da pessoa falar/fazer o que quiser e se sentir impune.
Bom, vamos aí fazer a nossa parte!
Abraços <3