
Homeschooling, termo emprestado da língua inglesa, consiste em educar crianças idade escolar em suas próprias casas. Nesse caso, os professores seriam os próprios pais, familiares ou alguém contratado para isso. Essa prática era comum no passado, quando haviam pouquíssimas escolas e famílias mais abastadas contratavam tutores que cuidavam da educação dos filhos. Em português, o termo muitas vezes é traduzido para ensino domiciliar.
Eu entrei na escola com 6-7 anos de idade. Até essa idade, fui educada em casa pelos meus pais. Já entrei na primeira série (como chamávamos antes) sabendo ler e sabendo escrever em letra bastão. Eu também já sabia somar e subtrair. Fui educada em casa até essa idade porque a escolinha municipal (pré) ficava longe de casa, não tínhamos carro, meu irmão era bebê e porque minha mãe era dona de casa em tempo integral e podia ficar comigo.
Mas essa experiência pessoal que narrei não é ao que os defensores do homeschooling se referem, até porque a legislação brasileira estabelece que as crianças devem frequentar a escola a partir dos 6 anos de idade, pois que o pré-escolar não é obrigatório. Em outras palavras, meus pais não fizeram nada de errado do ponto de vista legal. Tanto que com 7 anos eu comecei a frequentar a primeira série em uma escola estadual próxima à minha casa.
Os defensores do homeschooling lutam para que o ensino obrigatório possa ser feito em casa. Alguns falam apenas no Ensino Fundamental I (primeiro ao quarto ano). Outros defensores acreditam que o Ensino Fundamental II (quinto ao nono ano) e até o Ensino Médio (antigo Colegial) possam ser feitos em casa. Isso mesmo, sem pisar os pés na escola. A maioria dos defensores desse método propõe que de alguma maneira o governo ou instituições possam regulamentar o homeschooling, com fiscalizações ou com a criança fazendo avaliações periódicas.
Ao longo do texto, vou dar minha opinião fundamentada em experiência pessoal e pesquisa. Em outras palavras, vou também dar a minha opinião e dessa maneira, não é verdade absoluta. Como sei que esse tipo de assunto tem defensores ferrenhos, quero deixar claro que meu objetivo não é atrair inimizades. Mas isso pode acontecer, sabem como é a internet.
Acompanhando os filhos em suas tarefas escolares
Bom, deveria ser bem claro para a maioria dos pais quais devem ser as competências da escola e quais devem ser a competência dos responsáveis legais. As professoras relatam grandes problemas de indisciplina que deixam claro que há algo errado na educação de algumas crianças. Crianças sem limites e sem respeito ao próximo são relatos recorrentes. O papel da professora não é ser Supernanny. Crianças mal educadas terão dificuldade em aprender todo o conteúdo apresentado pelos professores e atrapalharão o andamento da aula para todas as outras crianças também.
Ao meu ver, é papel dos pais olhar o que os filhos estão aprendendo na escola. Ver o caderno e tomar a lição (como diziam as avós antigamente). Ver se a criança está aprendendo direitinho e analisar a avaliação dos professores. Verificar se há asseio e organização nos cadernos. Toda professora fala isso na reunião escolar! E as professoras ficam felizes quando notam que há pais que estão acompanhando o aprendizado, ajudando a fazer a lição de casa e até dando visto nos cadernos. Por isso pais e professores devem trabalhar juntos para que ocorra sucesso no aprendizado, sempre lembrando que cada qual tem suas atribuições.
E não adianta reclamar da escola pública se você nem sabe o nome da professora do seu filho. Se você não sabe quais são os problemas da escola e quais os desafios que as professoras enfrentam diariamente. Os pais devem participar da comunidade escolar: participar das reuniões, das festas e até pensar em meios para melhorar a escola.
Eu observo que os pais que tem filhos em escolas particulares são mais participativos (mas não é regra, claro). Talvez porque tenham uma melhor noção do quanto estão pagando e talvez porque compreendam melhor a respeito da importância dos estudos. As escolas públicas enfrentam problemas de cunho socioeconômico, de modo que os professores acabam atuando como psicólogos e até como assistentes sociais. É uma sobrecarga psicológica muito grande para uma professora ter que pensar no bem estar de crianças que são filhas de presidiários, que passam fome, que enfrentam enchentes, etc.
Os pais precisam entender que é importante acompanhar os filhos em todas as tarefas escolares. Infelizmente isso não é regra, pois muitas professoras já me confidenciaram que há pais que parecem que usam a escola para “se livrar” dos filhos por algumas horas e não ressaltam a importância e o significado de frequentar uma escola.
Sob esse aspecto, toda criança de certo modo é educada em casa (no sentido aqui de educação formal), pois o acompanhamento dos pais atua como complemento ao apresentado na escola. A questão aqui é: podemos excluir totalmente o elemento escola e permitir que toda educação formal seja feita em casa?
Aprendendo para ensinar
Pais que acompanham os filhos em sua vida escolar muitas vezes acabam tendo que aprender para ensinar. Ou pelo menos acabam relembrando algum conteúdo que viram há muito tempo para ajudar seus filhos nas tarefas escolares.
Como educadora, isso já me aconteceu em algumas ocasiões. Ao preparar uma aula, já tive que aprender ou relembrar para poder transmitir o conteúdo com segurança. E para isso, eu acredito que a internet ajuda muito. Há diversos sites, como a Khan Academy que permitem que a gente aprenda ou relembre conteúdos. Eu já recebi relatos de professores e de pais que leram material do meu site para ajudar uma criança e uma tarefa escolar ou que mostraram algum de meus textos para seus alunos. Materiais assim permitem também um complemento escolar: a própria criança pode usar o material para complementar ou reforçar o que viu em sala de aula.
Ou seja, se você pretende ensinar algum conteúdo ao seu filho, saiba que você também terá que ser um estudante. E esse aprendizado é em tudo, não apenas no que tange à educação formal. Nós precisamos aprender sobre nós mesmos, nos autoconhecer e melhorar nossas virtudes para que possamos também ensinar essas “coisas da vida” a partir do exemplo.
Um educador, antes de qualquer coisa, deve ser uma pessoa humilde. O observe, aqui não falo apenas do educador profissional, o professor da escola. Pais também são educadores.
As exceções
Eu acredito que o convívio familiar é de extrema importância. Vamos aqui pensar em uma família que precisa sempre viajar, uma família de artistas circenses, por exemplo. As crianças dessa família não vão conseguir frequentar a mesma escola por muito tempo e eu acho que institucionalizar essas crianças ou colocá-las sob cuidados de familiares é algo fora de cogitação. Em um caso específico assim, talvez o homeschooling seja a solução. Os órgãos competentes (Ministério da Educação, por exemplo) poderiam fornecer apostilas, material didático e outras diretrizes para que o homeschooling aconteça com sucesso.
Mas os movimentos de homeschooling, pelo menos a maioria deles pelo o que li, não estão lutando para que o homeschooling seja aplicável apenas em casos de exceção. Eles querem que seja acessível para todos. E eu tenho muitas críticas com relação a isso.
Protegendo os filhos da ‘doutrinação’ e más influências: os pais como doutrinadores
Nós não somos donos dos nossos filhos. É uma afirmação um tanto óbvia, porém esquecida por muitas pessoas. Seu filho não é você: seu dever é passar valores para ele, porém acho que também é nossa responsabilidade como pais permitir que a criança tenha uma vivência com pessoas e situações diferentes da do seio familiar.
Eu acho essa discussão bastante complicada. Porque quando estamos falando de anti-vaxxers, pais que tratam seus filhos com homeopatia, testemunhas de Jeová que impedem que as crianças recebam transfusão sanguínea, dentre outras aberrações, é bastante claro que não estamos falando com pessoas de bom senso. Como lidar? Alguém precisa cuidar do bem estar das crianças. Um dos órgãos que cuida disso aqui no Brasil são os Conselhos Tutelares e os outros países tem órgãos com responsabilidades parecidas.
A questão é: onde fica o limite do que pode ser considerado cultura familiar? Como o Estado pode interferir nessas questões sem interferir nos valores daquela família? Podemos falar que trata-se de uma questão de bom senso, mas acredite: bom senso está em falta por aí! Eu sinceramente, não sei como resolver esse impasse.
Ocorre que muitos pais falam que querem educar seus filhos em casa pois querem protegê-lo de doutrinações ideológicas. Há todo um movimento chamado Escola sem Partido, por exemplo, que se preocupa com isso. Acho que trata-se de uma preocupação legítima e acho ótimo (para não dizer maravilhoso) ver pais se interessando pelo o que seus filhos aprendem na escola. No entanto, será certo educá-los em casa para evitar essa doutrinação? Além disso, não corre o risco dos pais acabarem doutrinando seus filhos?
Acredito que a melhor solução são pais atentos ao que os filhos veem na escola e pais dispostos a lerem e aprenderem para ajudar a criança a construir sua própria identidade e suas próprias opiniões. O que vejo por aí são pessoas raivosas, que acabam se agrupando pela internet e parecem uma manada perdida. Estão insatisfeitos com o quadro atual, porém metem os pés pelas mãos ao proporem algo diferente.
Vou fazer um comentário a seguir e vai ser um rant. Vou até deixar destacado e eu sei que pessoas com boa vontade vão entender:
Eu estudei em uma boa universidade e sou uma pessoa culta. É claro que não sou nenhum gênio excepcional, mas eu sei que sou mais inteligente que a média para várias questões que envolvem o caráter lógico. Mesmo com essas características, eu digo para vocês: EU SERIA INCAPAZ DE EDUCAR MEU FILHO EM CASA. Eu não tenho formação pedagógica e eu sei que não tenho suficiente conhecimento em algumas áreas, como História o Literatura. Além disso, a escola proporciona uma convivência (falarei disso adiante, embora eu já tenha pincelado) que eu sozinha e até mesmo minha família toda somos incapaz de proporcionar.
Noto que há gente que não pode sequer ser considerada culta (não chega nem perto disso!) achando que pode educar seu filho em casa. Tomem vergonha nessas suas carinhas! Alguns dizem que a internet ajuda. Ajuda sim, amigo, mas você nem conhece fontes adequadas de pesquisa. Além disso, você está dessa maneira você está simplesmente ajudando seu filho a pesquisar, coisa que é seu papel como pai ou mãe.
Muitos dos defensores do homeschooling estão inclusive, ao meu ver, desvalorizando o trabalho do professor. Uma professora (seja uma pedagoga ou alguém com licenciatura em outra área) estudou pelo menos 4 anos para aprender a ensinar. Teve acesso a disciplinas organizadas de tal maneira a se concatenarem, fazerem sentido, para que ela pudesse ensinar o seu filho. Ou seja: se você não tem essa formação, você provavelmente não sabe fazer isso! Claro que há profissionais ruins, como em qualquer área. Por isso você como pai/mãe tem que ter o constante trabalho de ficar de olho e de participar da vida escolar da criança.
A importância da convivência e conclusão
Isso me parece óbvio: na escola, a criança também aprende a conviver. Aprende noção de regras de vida em sociedade, como a de esperar a vez do outro. Em outras palavras, aprende noções de respeito. Claro que os pais tem que dar essas noções em casa, mas a vivência prática disso acontece na escola. A escola também oferece (ou deveria oferecer) uma infraestrutura para estimular as crianças que é muito difícil termos em casa.
Minha conclusão é de que o homeschooling só deveria ser empregado em casos muito específicos, como famílias de artistas circenses ou pessoas que morem em áreas muito isoladas, por exemplo. Não acho certo privar a criança do convívio com sua família, por isso acho que nesses casos específicos deveria haver uma maneira de permitir o homeschooling, porém apenas até certa idade (talvez até o Ensino Fundamental I, por exemplo? Não saberia dizer).
Mesmo crianças com deficiência tem o direito de participar da vida escolar. Justificativas para o homeschooling apenas para “evitar doutrinação” ou “evitar más influências” são bobagens. Em algum momento a criança precisará conviver na sociedade e a escola é uma excelente maneira de prepará-la para isso. Claro que não é a única maneira: o convívio com a vizinhança, com a igreja, com o clube, etc, também é importante. Entretanto, acredito que a escola é a principal maneira de convivência.
Texto ótimo, mais uma vez, Sam!!
Existem excessões, mas me preocupa muito o que você falou da doutrinação feita em casa. E sim, filho não pertence aos pais! Eu não entendo essa necessidade de manter os filhos longe de tudo e todos. Só consideraria uma excessão familias que viajam muito (o fato de viajar tbm traz vivências!). O povo que quer evitar o contato com o “estranho”, tem que aprender que essa bolha não ajuda e o mundo é assim: com gente e coisas estranhas, maravilhosas, ruins, boas… e o grande legado da nossa vida é navegar por tudo e todos.
Jaque, obrigada pela visita e pelo comentário.
Do que adianta evitar a doutrinação na escola e doutrinar em casa? Até imagino que isso pode dar “pano pra manga”, porque claro que os pais passam valores para os filhos (morais e religiosos, por exemplo). No entanto, evitar que frequente a escola para que fique apenas com as ideias de dentro de casa, parece insano demais para mim.
Beijos 😉
Cheguei nesse blog por outro assunto e terminei vendo este post. Coincidentemente estou estudando sobre este tema.
Primeiramente digo que você pontuou bem os aspectos que os pais continuam a ser responsáveis pela (boa) educação dos filhos mesmo quando estes estão na escola. Que muitos pais querem se livrar dos filhos para poderem dedicar a sua vida pessoal, “terceirizando” a educação. Por fim, como você disse, não há verdade universal nesse tema e cada um defende sua bandeira, não sou eu que provarei o contrário.
Vou argumentar agora contra alguns pontos levantados (vou tentar seguir a ordem do texto).
Um dos (vários) motivos que as famílias optam pelo homeschooling é para, grosseiramente falando, terem o controle do que é ensinado aos seus filhos, o que muitas pessoas entendem por “doutrinação”. Mas vamos lá: você, como mãe, tem um conjunto de valores que deseja passar para seu(sua) filho(a). Coisas como tolerância, respeito, empatia ao próximo, honestidade, são coisas que você vai inculcar na cabeça deles enquanto estiverem sob seu teto. Digo até que são valores “inegociáveis”, qualquer escorregada em sentido contrário será reprimida. Bem, você está doutrinando seu filho, quando você obriga (porque ele não vai fazer isso de vontade própria), a dar bom dia ou a pedir desculpas. “Ah mas isso são valores universais, isso os tornará aptos a viverem e construírem uma sociedade melhor”. Os pais que praticam o homeschooling pensam o mesmo de seus próprios valores familiares, ele querem educar seus filhos para que vivam e sobrevivam na sociedade.
Próximo ponto é a capacidade dos pais de proverem o suficiente ensino às crianças e jovens. Inicialmente poderia se discutir o que se considera “suficiente ensino”. É o “padrão MEC”? É a capacidade de ser uma pessoa crítica, sabendo o quê, os porquês e para o quê? Ou é encarar que o conhecimento não é um meio mas um fim em si mesmo? Mas para não alongar, essa dificuldade é suprida pelo vasto material que já chega ao Brasil (nos EUA existem inúmeras empresas que exploram esse ramo) e para os ensinos avançados, sempre existem tutores ou professores particulares para auxiliar ou mesmo assumir a tarefa. Sobre desvalorizar os professores isso é uma demanda válida, foi o mesmo que disseram os formados em Jornalismo ao decidirem que não era obrigatório ser jornalista para escreverem notícias.
Quanto à parte da convivência ou “socialização”, esses é um dos pontos mais levantados contra. O que é o socializar? Melhor dizendo, quem disse que a “escola é a principal maneira de convivência”? “Ah, mas fomos educados assim”. Essa é a minha crítica ao nosso sistema educacional. Somos ensinados/programados a aceitar as coisas como elas são “porque sempre foi assim”, seja na educação seja na nossa tolerância em vermos políticos corruptos desviando verbas. Prosseguindo. A primeira e mais importante socialização é a família (aqui no sentindo amplo, avós, primos, até mesmo associações, igrejas). Nela aprendemos a lidar com pessoas de diferentes idades, anseios e hierarquia. Ou socializar é jogar 20 crianças, todas do mesmo nível social, numa mesma sala? Pois é isso que você fará com seus filhos, os colocará no melhor colégio que o dinheiro pode pagar. No fundo, homeschooling e escolas particulares tem o mesmo fim: tirar seus filhos do meio da sociedade para educá-los de modo específico (escola com melhor estrutura, escola bilíngue). É importante tirar da cabeça a ideia que na educação familiar a criança fica enfiada dentro de casa, durante 10 meses por ano. Pelo contrário, as famílias que praticam essa modalidade têm muito mais incentivos para levarem seus filhos a se envolverem com outras pessoas em diversas atividades, e o que é melhor, fora da “panelinha” de um colégio normal.
“Em algum momento a criança precisará conviver na sociedade”. Correto. Mas o melhor não é capacitar essa criança para viver num mundo cada vez mais perigoso e cruel? Não é melhor ensiná-las o que é certo ou errado, que não deve seguir estranhos que lhe oferecem doces, ou que querem pegar em suas partes íntimas? Achar que a escola é a única ou a principal ferramenta para preparar as crianças é exagero.
Por fim, vamos aos resultados. Boa parte das críticas ao ensino domiciliar são embasadas em…. nada. Não existem estudos (pelo menos não encontrei) que atestem para o fracasso do sistema de homeschooling. Pelo contrário. Estudos organizados pela National Home Education Research Institute apontam que o desempenho dos alunos educados nessa modalidade foram iguais e até superiores aos do ensino regular. Afirmam também que se tornam adultos mais envolvidos em trabalhos sociais e voluntários.
Como disse no início, essa não é a resposta para toda a questão educacional. Sou pai e sei que na criação de filhos não existe receita de bolo. Cada dia é uma descoberta, um desafio e uma vitória diferente. Isso para cada pai e para cada filho. Não existe palavra final no assunto. Só queria mostrar que muitas impressões e opiniões nossas vêm de um parcial conhecimento ou desconhecimento sobre determinado assunto.
“A curiosidade é mais importante do que o conhecimento.”
Agradeço seu comentário educado, mas a escola é muito mais do que isso. Ensina também uma noção de organização e estrutura, que ajuda a criança a compreender melhor a sociedade. Convivendo em igrejas e com a família, a criança convive com iguais, com pessoas com ideologias semelhantes. Ao meu ver, a escola fornece um ambiente de pluralidade que a família é incapaz de fornecer.
Sinceramente, para educar uma criança é necessário ser um profissional preparado e com estudos direcionados para tal. Acho de uma enorme ingenuidade achar que se pode ter o mesmo papel de um professor. A família deve complementar e trabalhar junto, como deixei claro no texto.
Tenho grandes críticas a escola e a estrutura escolar em geral, mas o homeschooling ao meu ver não é a resposta e muito menos a solução.
No mais, apresente os estudos mencionados. E mesmo que eles existam, não são representativos, já que a maior parte das crianças no mundo ocidental são educadas formalmente em escolas. Vamos procurar modelos de escolas integradas com a comunidade e com a família, sem ‘invenções’ que na verdade são releituras vitorianas.
Apenas a título de cooperação, não sei se você sabe, Samantha, é possível pré-alfabetizar os filhos em casa, ainda que eles estejam na escola. Os pais não precisam ter conhecimento algum de pedagogia, não precisam ser pedagogos, ou professores, para pré-alfabetizarem suas crianças, ou alfabetizá-las. Como sua mãe a alfabetizou, hoje isso é possível, com muito mais facilidade – para muitos pais que sentem medo,.E deixo aqui a minha sugestão: procure os vídeos do Professor Carlos Nadalim. Por meio desses vídeos, os pais poderão fazer a inscrição no excelente curso do Professor Nadalim. Só mesmo a título de colaboração indico esse maravilhoso Curso: Como Educar Seus Filhos. Está para acontecer a 8ª Jornada da Alfabetização, e é maravilhoso constatar que temos algo assim muitíssimo especial no Brasil. Com a vantagem de os pais não precisarem tirar os pequenos das escolas. Essa jornada da Alfabetização ocorrerá de 11 a 15 de setembro de 2017. Vale a pena conferir. O objetivo de pré-alfabetizar em casa, ou mesmo alfabetizar, é evitar que as crianças se tornem analfabetos funcionais, como tem acontecido com frequência em nosso país. Claro que você está corretíssima, quando diz que, para educarmos, temos que nos educar primeiro, e essa é a razão do brilhante Curso que cito e recomendo. Irei fazê-lo somente para ajudar parentes, não tenho netos. Depoimentos maravilhosos de pais bem sucedidos nessa questão você encontrará de sobra no youtube. Visite também a página do facebook, Como Educar Seus Filhos. Agradeço-lhe pela postagem, pela humildade com que você disse que está dando uma opinião, e, como tal, isso não é verdade absoluta, como você escreveu. Sim, não somos donos da verdade, e, nesse espírito, também entrei nessa conversa. Repito, apenas sugerindo o que me parece conteúdo de excelência na área da alfabetização. Obrigada, obrigada, muito obrigada a você e a todos que comentaram ou irão comentar. Só temos a crescer com isso.
Lendo esse post lembrei do filme “Capitão Fantástico”, que aborda bastante essa questão… vou deixar o link de uma crítica sobre ele: https://www.youtube.com/watch?v=YtcFj2C6QOU
Sei que é possível sim, eu fui alfabetizada em casa HÁ MAIS DE 30 ANOS ATRÁS. Por isso, para mim é reinvenção da roda.
E meu texto não se trata apenas disso, porque claro que é possível aprender em casa ou complementar em casa. Em nenhum momento disse que não é possível isso, só acredito que certas coisas apenas a vivência escolar proporciona. E eu tenho preocupação com essas ondas e modismos (vejo o homeschooling como mais um modismo) e vejo muita gente agindo de maneira irresponsável com a educação dos filhos. Sendo assim, decidi escrever esse texto.
Samantha,você foi um pouco inconsciente ao dizer sobre a cultura de algumas pessoa e chamando de aberração.Penso que se um pai vê algo que não seria agradável que seu filho aprendesse ele tem todo o direito de restringi-lo pois o filho fica debaixo da autoridade dos pais e não seria agradável o pai construir uma mentalidade num filho e ela ser destruida pela escola.Sendo assim, tem algumas coisas equivocadas em seu texto
Isso, porque vai dar muito certo “blindar” seu filho de tudo.
Vai dar certinho, imagine o adulto que isso vai formar.
Sei que cada pai e mãe tem opiniões distintas, porque cada um vem de uma origem familiar diferente que envolve cultura, religião, etc. Mas tem coisas que não tenho como entender que se trata de questão religiosa, porque já avança o terreno que diz respeito a segurança dos filhos.
E eu não tenho como deixar de chamar de aberração um pai que impede uma transfusão sanguínea que poderia salvar o próprio filho usando como base uma interpretação equivocada de um texto bíblico. Não tem como! Não tenho como achar que pais que acreditam que a homeopatia funciona (e tratar seus filhos com isso) é algo normal: inclusive conheço um caso de uma pessoa que quase ficou surda porque a mãe recusava o tratamento convencional, longa história, nao vou contar para não expor ninguém.
A palavra aberração pode ser pesada, talvez eu não a devesse ter usado. A questão é que não tem como eu passar pano para essas e tantas coisas, é a segurança de uma criança que está em jogo!