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You are here: Home / Blog / O brasileiro médio não entende a importância das pesquisas científicas

O brasileiro médio não entende a importância das pesquisas científicas

05/09/2017 By Samantha 4 Comments

O conhecimento salva vidas! Será que o brasileiro médio sabe disso? Cortesia de Shutterstock

Diversas universidades públicas brasileiras estão em crise. A USP, por exemplo, tem tido sérios problemas orçamentários que fizeram por exemplo com que a instituição criasse programas de demissão voluntária dos funcionários e programas de redução de jornada de trabalho.

É nas universidades públicas que a maior parte das pesquisas científicas brasileiras são realizadas. Além das universidades, há outras instituições públicas de pesquisa (como o Observatório Nacional, o IMPA, o LNCC e o INPE, por exemplo) onde pesquisas científicas também são realizadas. Nessas instituições, não há cursos de graduação como nas universidades, porém há possibilidade de cursar Mestrado e Doutorado (pós-graduação stricto sensu), além da possibilidade de se obter bolsas de pós-doutorado e outras modalidades de pesquisa.

Nas instituições públicas mencionadas acima, os alunos de pós-graduação realizam pesquisas científicas sob a orientação de um pesquisador renomado, que é especializado em uma determinada área. Esse pesquisador tem publicações em periódicos renomados e é conhecido em sua área de especialização. Para saber mais sobre publicações científicas, veja esse texto que escrevi há algum tempo e que explica do que se trata um artigo científico.

É dessa maneira que a ciência é feita: um pesquisador renomado orienta jovens pesquisadores. O conhecimento é multiplicado, há cooperação entre universidades e instituições em geral. Nessa cooperação, entram também instituições estrangeiras então muitas vezes o jovem pesquisador tem a oportunidade de fazer um estágio ou parte de sua pesquisa fora do Brasil. A ideia é que esse pesquisador retorne ao Brasil e aplique aquilo que aprendeu no exterior, melhorando ainda mais a qualidade das pesquisas científicas.

Além dos problemas orçamentários das próprias universidades (como a USP, que mencionei no primeiro parágrafo), houve muitos cortes no orçamento do Governo Federal. As agências de fomento (CNPq e CAPES) perderam verba, o que significa que não vão ter condições de financiar cientistas e projetos de pesquisa.

E do que se trata esse financiamento? Os alunos de Mestrado, Doutorado e pesquisadores de pós-doutorado recebem uma bolsa por um período pré-determinado (varia entre 2 e 5 anos, dependendo da modalidade da bolsa). Essa bolsa é uma ajuda de custo muito modesta e nos pré-requisitos de aceite da bolsa, o aluno/pesquisador não pode exercer nenhuma atividade remunerada. Ou seja, o aluno/pesquisador tem que atuar no regime de dedicação exclusiva, porém o valor da bolsa é pequeno quando comparado ao salário de um recém-formado que entra para o mercado de trabalho. Isso é complicado, porque quando você tem mais de 25 anos você quer morar sozinho ou constituir família e com as bolsas pagas por aí isso fica bastante difícil.

Além das bolsas, o financiamento consiste em fornecer dinheiro para que a pesquisa seja viável: compra de computadores, instrumentos científicos, viagens para congressos e outros eventos científicos, reagentes, materiais em geral, etc. Sem esses produtos, por mais dedicado e brilhante que seja o pesquisador, a pesquisa científica fica inviável. Usando como exemplo a minha área, que é a meteorologia e fazendo um recorte na área de modelagem numérica. Pesquisadores dessa área precisam de ótimos computadores pessoais e de supercomputadores para que os modelos meteorológicos possam ser testados e aperfeiçoados.  Muitos cientistas ficam tão revoltados com essa falta de condições de trabalho que na primeira oportunidade que surge saem do país, indo realizar seu trabalho em outros países e há muitos exemplos desse fenômeno, em diversas áreas da pesquisa científica.

O Estado gasta tanto dinheiro na manutenção da burocracia e tanto dinheiro gasto na corrupção e na investigação da corrupção, que qualquer ser humano sensato ficaria indignado com cortes de verbas para a pesquisa científica, educação e saúde. Porém infelizmente não é isso que tenho visto com relação a pesquisa científica. Eu li comentários horrorosos e ignorantes na internet, de gente que diz que “os cientistas mamam nas tetas do governo”. Quem comenta algo assim, não compreende que estamos cercados de ciência: remédios mais eficazes, previsões do tempo mais acuradas, carros e outras máquinas mais eficientes, novas fontes de energia, etc. As aplicações do conhecimento científico são inúmeras e aqui em meu blog eu procuro apontar a importância de tudo isso (principalmente com relação à Meteorologia).

Claro que há más práticas científicas, como há maus profissionais em qualquer área! Esse argumento jamais pode ser utilizado como justificativa para os cortes de verbas. O mau uso do dinheiro público deve ser punido, sempre.

Além do total descaso do Estado, vemos que a opinião pública de um modo geral é totalmente desfavorável e em nada ajuda na valorização das carreiras científicas. Fora os já mencionados comentários ignorantes como os que mencionei, há muita ignorância (desconhecimento) e isso fica evidente quando ao conversarmos com muitas pessoas, observamos que elas não tem conhecimento básico sobre ciência: são os analfabetos científicos.

E o analfabetismo científico deixa o terreno fértil para a disseminação de anticiência. Estamos presenciando fenômenos como o surgimento de antivaxxers e terraplanistas,por exemplo. Apenas quem não tem conhecimento básico sobre ciência pode pensar na possibilidade de que a Terra é na verdade plana em pleno 2017.

Pensando nessas coisas, concluo que o  brasileiro médio não entende a importância das pesquisas científicas. E claro, isso reflete na postura do governo de nosso país. Agora vou falar algo que reflete bastante minha opinião pessoal, mas tenho a impressão que o brasileiro médio valoriza a superficialidade de um modo geral. E pesquisa científica nada tem a ver com superficialidade. Até chegar a um Doutorado, o aluno/pesquisador precisa estudar muito. Precisa realmente gostar de estudar e ter uma curiosidade aguçada que deseja ser saciada. Muitas crianças já tem isso desde muito cedo, porém são desencorajadas pelos seus pais e até pelo ambiente escolar. Eu mesma já sofri bullying por gostar de estudar, chegaram a me chamar de enciclopédia por fazer bons trabalhos escolares e de metida por procurar falar corretamente. Eu estudava em uma escola pública, onde toda degradação e desestruturação que presenciamos diariamente reforçam esse tipo de agressividade. Minha vida escolar só melhorou quando deixei essa escola e através de um vestibulinho, fui estudar em uma outra escola pública um pouco melhor. Lá eu pude encontrar outras pessoas que como eu, gostavam de estudar.

Apesar de situações assim parecerem mais comuns em escolas públicas, sei de casos de alunos de escolas particulares que são ridicularizados porque nunca foram para a Disney (entretanto são ótimos alunos).

O que quero dizer é que na minha opinião as crianças são desencorajadas a gostar de ciência logo cedo, pois se uma criança se demonstra mais nerd ou com preferências diferentes da de seus amiguinhos, logo sofre bullying e para evitar essa situação, muitas acabam se rendendo ao que a maioria aprecia.

A questão da valorização científica no Brasil é portanto um problema estrutural. Sinto que meu blog e outras iniciativas bem maiores de divulgação científica fazem um trabalho de formiguinha. Eu já demonstrei meu pessimismo e minhas tristezas sobre esse tópico nesse post, onde deixei no ar uma reflexão sobre o conteúdo que produzo: será que ele chega até alguém? Será que mudou a vida de alguém que buscava informação? Eu espero que sim, pois essa esperança é o que me motiva continuar escrevendo.

P.S.: Eu apoio e incentivo movimentos como a Marcha pela Ciência, que tem como objetivo dar justamente mais visibilidade às pesquisas científicas e exaltar a importância da pesquisa para a melhoria das condições de vida do ser humano. Infelizmente não pude ir ao evento e espero que seja repetido várias vezes.

Para saber mais sobre a Marcha pela Ciência, veja também o post do Monolito Nimbus que está super completo e inclusive o Vinícius fala de sua participação e ativismo no evento.

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Filed Under: Blog, Método Científico, Opinião Tagged With: ciência, cortes na ciência, mestrado e doutorado, orçamento para a ciência, pesquisa científica, pós-graduação

Reader Interactions

Comments

  1. Vinicius Roggério da Rocha says

    05/09/2017 at 11:46 pm

    Toda vez que falam em gastos do governo, eu lembro desse link do Portal da Transparência: http://www.portaltransparencia.gov.br/PortalFuncoes.asp?Exercicio=2016&Ordem=3
    Ordenado por valores, dá pra notar que a grande parte do nosso dinheiro vai pra “encargos especiais”, que clicando nele dá pra ver que são serviços da dívida, encargos da dívida, entre outros, ou seja, é um valor MUITO maior do que qualquer outro ministério e que vai pro setor financeiro. Longe dos cientistas mamarem em qualquer lugar; quem tá mamando mesmo ninguém nem comenta.

  2. Samantha says

    06/09/2017 at 2:14 pm

    Excelente comentário, como sempre. O pior, Vinícius, é que discussões assim acabam indo para o lado da orientação política, infelizmente. A questão aqui é que temos dados concretos que mostram que a ciência brasileira recebe migalhas de um bolo enorme.

  3. Schuch says

    02/08/2018 at 6:53 am

    Isso lembra um vídeo sobre ciência brasileira e como isso é tratado pelo brasileiro: https://www.youtube.com/watch?v=F3kUeDlP3Io&ab_channel=TEDxTalks

    é triste

  4. Samantha says

    02/08/2018 at 5:35 pm

    Nossa, vídeo excelente!
    Vou recomendar aqui no blog em algum post, com certeza. E indicar para os educadores que conheço.
    Obrigada

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