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Aceitando que não temos o controle total!

16/11/2017 By Samantha Leave a Comment

Cortesia de Pixabay

Eu estava assistindo Jurassic World (2015) e em um determinado momento, o proprietário do parque diz que o segredo da felicidade é aceitar que nunca temos o controle total. Não lembro se o personagem utiliza essas palavras, mas o significado é mais ou menos esse.

Há alguns dias atrás, eu tive um daqueles dias complicados. Fui tirar o RG do meu filho, estava muito calor e ele fez birra para tirar foto. O carro quebrou feio (e o conserto vai custar caro), ficou praticamente atravessado na rua, a seguradora demorou umas 2h apenas para atender o telefone. Foi um momento típico de chateações cotidianas que enfrentamos. E nossa sociedade supersticiosa muitas vezes tende a achar que isso aconteceu porque praguejamos muito ou porque estamos em um ‘inferno astral’ ou porque estamos sob a influência de um “olho gordo” (um olhar invejoso, para quem não está familiarizado com a expressão).

Eu li um livro ótimo, que em breve pretendo resenhar aqui no blog. Chama-se Sorria – Como a promoção incansável do pensamento positivo enfraqueceu a América, de autoria de Barbara Ehrenreich. Esse livro me fez abrir os olhos para vários aspectos da sociedade, mas eu estou citando ele nesse momento pois um dos pontos que esse livro me fez refletir é sobre o tal pensamento mágico. Essa ideia que muitos de nós tem de que tudo vai dar certo porque tem que dar certo. Uma ideia um tanto irracional, porque nós não temos o controle total de todos os aspectos que envolvem nossa vida. Existem várias circunstâncias, vários reveses e situações variadas que estão totalmente fora de nosso controle.

Meu marido e eu somos pessoas relativamente cuidadosas com o carro, mas ele pode quebrar por circunstâncias relacionadas ao tempo de uso o desgaste, típicos de qualquer máquina. Nós não podemos controlar as condições meteorológicas: meu filho fica irritado no calor e cabe a mim ensiná-lo que o calor é algo normal e ele precisa aprender a conviver com isso. Além disso, meu filho tem pouco mais de 2 anos e é claro que eu não posso exigir que ele tenha auto-controle e paciência. E vamos falar a verdade, providenciar documentos e toda a burocracia envolvida nesse processo (tirar fotocópia da certidão de nascimento, para quê?) é algo chato e muitas vezes irritante, mas que deve ser feito. Resta resignar-se e compreender que muitas vezes as coisas são de uma determinada maneira e não é possível mudá-las. E essa aceitação nos ajuda a levar uma vida um pouco mais leve e talvez até nos ajude a ser mais feliz.

Eu percebo que hoje em dia as pessoas se frustram por qualquer coisa. E talvez isso seja um sintoma dessa cultura da positividade na qual estamos envolvidos. Eu sei, a gente tem que ter esperança, porém esperança é totalmente diferente de pensamento positivo. A esperança é um sentimento gostoso, que aquece nosso coração e nos ajuda a seguir em frente. O pensamento positivo é um treino, praticamente uma lavagem cerebral.

Muitas vezes estamos diante de situações em que o prognóstico não é nada bom, como uma doença grave ou uma falência financeira. Muitas vezes é necessário aceitar a realidade para então ver o que podemos fazer para mitigar as consequências ruins do desastre iminente. No livro da Barbara Ehrenreich, que mencionei agora pouco, há casos até de executivos da área de finanças que ignoraram todos os alertas sobre os problemas de suas empresas. Ignoraram todo e qualquer prognóstico ruim e como resultado, viram a ruína. Aquele seu amigo ou colega de trabalho que vê o lado ruim das situações, o eterno portador de más notícias, tem o seu valor. Eu sei que é ruim ficar ao lado de gente muito negativa, porém aquelas pessoas que são muito críticas são importantíssimas e elas devem sim ser mantidas em nosso convívio. Há coaches que sugerem que devemos “eliminar pessoas negativas de nosso convívio”, mas eu acredito que isso é prejudicial: nós faz viver em uma bolha de positividade e traz uma alienação.

Desculpem, coaches, mas eu concordo com quase tudo isso!

Além disso, muitos pais blindam seus filhos de todas as frustrações da vida e falo de frustrações pequenas (um brinquedo quebrado ou perdido que logo é substituído, por exemplo). Uma pessoa que cresce dentro desse ambiente, ao meu ver, acaba se frustrando e desabando diante de qualquer infortúnio cotidiano, como um carro quebrado. Imagine então como essa pessoa vai se portar diante de um demissão, diante de uma frustração amorosa ou diante do falecimento de um ente querido.

Precisamos nos educar para sermos pessoas resilientes. Para entendermos que temos nossa parcela de culpa diante de algumas situações, mas também para entendermos que shit happens (merda acontece). Precisamos cultivar a esperança dentro dos nosso corações, para que assim possamos entender finalmente que tudo passa. Não, e isso não é conversa de coach ou conversa de “guru do pensamento positivo”. Eu falo de esperança: um sentimento tão lindo e tão negligenciado.

Eu acho que ser meteorologista sempre faz com que eu faça uma inevitável comparação da minha vida com a própria atmosfera. Embora possamos prever o comportamento da atmosfera com alguma acurácia, digamos assim, não é possível prever o tempo com absoluta precisão. Há limitações computacionais, dados insuficientes e questões caóticas inerentes à atmosfera. O mesmo é com relação a nossas vidas. A gente sabe que precisa trabalhar e tomar boas decisões (comer bem, se exercitar, controlar o stress, etc). Essas boas decisões nos ajudam a ter uma maior probabilidade de ter uma boa vida, porém há questões que simplesmente não podemos prever e precisamos aprender a lidar com essas questões que vão surgindo, mesmo que elas sejam absolutamente difíceis. Apenas a esperança pode nos ajudar.

 

 

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Filed Under: Blog, Opinião Tagged With: coaching, cotidiano, filosofia de buteco, filosofia de chuveiro, frustrações, opinião, reflexões

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