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You are here: Home / Blog / Dúvida do leitor: Temperatura Ambiente e Sensação Térmica

Dúvida do leitor: Temperatura Ambiente e Sensação Térmica

11/06/2018 By Samantha 2 Comments

Cortesia de Pixabay

Recebi um e-mail do João a respeito de um assunto que já tratamos aqui no blog, mas como todos assuntos, merecem ser revisitados vez ou outra. Vou copiar o texto simpático que o João me enviou:

Olá, Samantha! Acompanho seu blog ha algum tempo (acho que há uns dois anos). Feliz por seu espírito cívico, solidário, humanista, de compartilhar com seus leitores, de uma maneira muito natural e didática, seus interesses (que não são nada interesseiros) e seus conhecimentos. Pois bem, quando algum meteorologista de plantão nos canais de televisão informa, por exemplo, “A temperatura em São Paulo é de 19 graus centígrados, mas a sensação térmica é de 13 graus” – isso me incomoda, “cheira” a “chute“, não tem fundamento científico… Mas de repente tem. A temperatura ambiente (ou de qualquer corpo” é medida com instrumentos, e é objetiva. Os dados são mensuráveis e mensurados, são objetivos. E a “sensação térmica”? Como pode ser ou é mensurada? Qual o critério para estabelecer seu valor numérico? Por outro lado, a palavra sensação já indica um conceito necessariamente subjetivo. Não sei se você já tratou deste assunto, mas não tive oportunidade de ver. Acredito também que outras pessoas, como eu, não apreciam nada informações chutadas e supostamente científicas. Obrigado por seu belo trabalho em seu blog.

Em primeiro lugar, muito obrigada pelas suas palavras gentis e por gostar tanto do meu blog. Fico feliz ao saber que tenho leitores recorrentes! As estatísticas do Google Analytics falam isso, mas eu fico feliz de fato quando recebo esse tipo de mensagem confirmando, dando um nome aos meus leitores recorrentes. Há horas que eu penso que eu só tenho leitores que chegam até aqui através de mecanismos de busca (seja bem-vindo, se esse for seu caso, leitor!). Porém saber que há pessoas que tiram um momento semanal para ler meu blog é algo que me deixa especialmente feliz.

Bom, eu vou separar a questão em dois pontos. Primeiro vamos falar da temperatura medida de acordo com os padrões da Organização Meteorológica Mundial (WMO), ou seja, o padrão oficial adotado nas medições em estações meteorológicas de superfície. Em seguida, falaremos de sensação térmica.

Temperatura ambiente – Temperatura do Ar

A bíblia do Meteorologista Observacional é o WMO Guide to Meteorological Instruments and Methods of Observation (WMO-No. 8, the CIMO Guide). Este documento está disponível gratuitamente, pode ser baixado por qualquer um que tenha interesse em saber como as observações meteorológicas devem ser feitas. Como no caso estamos falando de medições de temperatura, veja o capítulo dedicado exclusivamente a este tema.

As medições de temperatura do ar (temperatura ambiente, vamos chamar assim também) dentro dos padrões da WMO devem ser feitas no interior de um abrigo meteorológico.

Abrigo meteorológico aberto. Vários instrumentos em seu interior, incluindo alguns termômetros. Foto: funcionários da Estação Meteorológica do IAG-USP

Como informei nesse post, o abrigo meteorológico é todo padronizado em sua construção. Essa “casinha” é pintada de branco, suas portas abrem para a direção cardeal Sul (no caso do Hemisfério Sul e norte, para o caso do Hemisfério Norte) pois isso garante que radiação solar direta nunca incidirá no interior do abrigo quando suas portas estiverem abertas.  Sua altura é 1,20m acima do solo, aproximadamente e ele é feito em venezianas para garantir uma ventilação limitada em seu interior.

Dentro do abrigo meteorológico, teremos os termômetros que fazem a medida da temperatura do ar. E essa é a temperatura oficial, utilizada para fins técnico-científicos da área de meteorologia. Nesse outro post também falei sobre a importância de fazer a exposição correta dos termômetros que medem a temperatura do ar e nesse outro falo sobre termômetros de rua e sua confiabilidade. E eu fiz questão de falar sobre os termômetros de rua porque muita gente tem o costume de consultá-los enquanto está preso no trânsito ou distraído no ônibus (falo da realidade de São Paulo-SP, onde muitos desses termômetros também dão outras informações de interesse, como qualidade do ar e exibem enormes textos publicitários). Esses termômetros de rua não servem para fins científicos: seus dados não podem ser usados na elaboração de uma previsão do tempo  ou como registros oficiais, justamente porque esses equipamentos não estão instalados dentro dos padrões da WMO.

Agora que vocês já entenderam como a temperatura do ar (ou temperatura ambiente) é medida, vamos falar de sensação térmica.

Sensação térmica

Bom, diferente da temperatura do ar, a sensação térmica não pode ser medida usando um equipamento para tal. Sendo assim, como a gente chega no valor da sensação térmica? Bom, vocês vão ver que eu vou apresentar dois termos: sensação térmica e índice de calor. E vocês vão ver também que esses dois termos tem uma fundamentação bem parecida: são valores empíricos.

A gente sabe que termômetros não tem sensações, eles não sentem frio ou calor. Essas sensações são sentidas pelos organismos vivos. E muita pesquisa é feita com a finalidade de quantificar  em que situações nos sentimos confortáveis ou desconfortáveis com as condições meteorológicas. De acordo com os pesquisadores do MASTER:

Definir conforto térmico é bastante difícil pois, além dos fatores físicos, envolve uma gama de fatores pessoais que tornam sua definição bastante subjetiva. Desta forma, o conforto térmico pode ser visto e analisado sob dois pontos de vista: pessoal ou ambiental. Se formos considerar apenas o ponto de vista pessoal, define-se conforto térmico como sendo uma condição mental que expresse satisfação com o ambiente térmico. Do ponto de vista físico, confortável é o ambiente cujas condições permitam a manutenção da temperatura interna sem a necessidade de serem acionados os mecanismos termo-reguladores, ou seja, é necessário que o organismo humano se encontre em balanço térmico com o meio ambiente. {x}

Nesse post, eu conto como calculamos a sensação térmica. Isso mesmo, como calculamos: a sensação térmica é obtida através de várias fórmulas empíricas que baseiam-se na temperatura do ar, claro. Porém também baseiam-se no vento, na umidade relativa, etc. No mesmo post eu dou dois exemplos de fórmulas diferentes utilizadas para calcular a sensação térmica e vou reproduzi-las abaixo:

1) Esse é bem menos utilizado e leva em conto o desconforto que as pessoas sentem com o calor excessivo e que também chamamos de índice de calor (vou falar mais sobre isso a seguir). Acho que é bem menos utilizado porque a maioria dos brasileiros ama calor e não sentem-se tão desconfortáveis em dias de calor, quando comparamos a dias de frio. Veja a fórmula:

ID = T – 0.55(1-0.01UR) *(T – 14.5)

Onde:
ID é o índice de desconforto em (º C)
T é a temperatura do bulbo seco (º C) e
UR é a umidade relativa (%).

Vejam que na fórmula do índice de desconforto térmico (também chamado de ID), a umidade relativa aparece. Em dias com temperaturas elevadas e elevada umidade relativa, nosso corpo sofre mais estresse. O suor, importante mecanismo para regular a temperatura do corpo, não consegue evaporar, uma vez que o ar está quase saturado. Portanto, o mecanismo não é eficiente e o calor é pior do que numa situação de seca (quando o suor consegue evaporar mais facilmente). Essa é a realidade de moradores de cidades como Belém e Manaus, por exemplo.

2) O segundo índice vem sendo amplamente utilizado nos últimos dias. As notícias falam em 9°C, mas com sensação térmica de 2°C. Como é isso? Sim, vocês podem imaginar que a umidade relativa deve estar elevada, deve estar bem nublado e deve estar ventando bastante, de acordo com o que discutimos anteriormente.

E o Índice de temperatura efetiva (TEv) leva essas variáveis em consideração, além da temperatura, evidentemente.

TEv=37–(37-T)/[0,68–0,0014*UR+1/(1,76+1,4*v*0,75)]-0,29*T*(1-UR/100)

Onde:
TEv é temperatura efetiva como função do vento, temperatura do ar e umidade relativa (º C);
T é a temperatura do bulbo seco (º C);
UR é a umidade relativa (%) e
v é a velocidade do vento (m/s).

Para continuar lendo sobre sensação térmica e consultar uma tabela de referência rápida que relaciona vento e temperatura ambiente com sensação térmica, continue lendo esse post.

E conforme prometido, agora vamos falar de índice de calor. Quando falamos em calor, não é correto usar o termo sensação térmica. Esse vale apenas para dias frios. No calor, usamos o termo índice de calor. É uma forma de medir o desconforto térmico por calor intenso, levando em conta a umidade relativa e a temperatura. Na prática é a mesma coisa, porém sensação térmica é um termo mais relacionado com desconforto com relação ao frio.  No índice de calor, em geral relaciona-se a temperatura ambiente com a umidade relativa para obter esse índice (conforme a primeira equação que destaquei anteriormente). Para saber mais sobre índice de calor, leia mais aqui.

Conclusão

Sendo assim, a sensação térmica (ou índice de calor) não é um valor ‘chutado’ ou ‘inventado’. Há uma fundamentação empírica por trás dele, que leva em conta outras variáveis meteorológicas (vento e umidade relativa, por exemplo) além da temperatura do ar. O valor é obtido através de fórmulas (como as dos exemplos apresentados) e vários pesquisadores fazem experimentos e avaliações para obter fórmulas de sensação térmica diferentes para condições diferentes.

É preciso levar em conta a idade, saúde, tipo físico, etc do indivíduo quando levamos em conta o conforto térmico humano. Há pessoas que sentem menos calor ou menos frio do que outras, por isso muitas vezes o valor obtido no cálculo do conforto térmico não “agrada” todo mundo. Apesar de ser um valor calculado, pode parecer subjetivo justamente porque lida com questões muito particulares do ser humano.

Considerações finais

Eu preciso dizer que admiro muito a postura de pessoas como o João, que se preocupam a respeito da fundamentação científica das informações que são divulgadas. Acho que ter essa postura vigilante e questionadora é uma inspiração para todos nós.

Muitas vezes observo erros por parte da imprensa ao transmitirem uma informação meteorológica e o pior: muitas vezes nem se retratam a respeito desse erro. Além de erros, há informações incompletas que também são preocupantes.

Da mesma maneira que vejo erros em informações sobre Meteorologia, fico pensando na grande quantidade de informações equivocadas de outras áreas do conhecimento, porém não posso perceber esses erros porque não tenho conhecimento técnico nessas áreas. A postura que me resta é questionar e procurar confirmar se a informação é correta com pessoas daquela área.

A mensagem do João é um lembrete para sempre questionarmos e buscarmos outras fontes de informação. Obrigada, João!

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Filed Under: Blog, Calor, Dúvida do Leitor, Frio, Temperatura Tagged With: abrigo meteorológico, calor, conforto térmico, dúvida do leitor, frio, sensação térmica, temperatura

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Comments

  1. Priscila MARTINS says

    19/12/2018 at 6:35 pm

    Tem como ter uma sensação térmica de 81° ? Como foi divulgado la no Paraná?

  2. Samantha says

    19/12/2018 at 7:09 pm

    Tem sim, inclusive estou escrevendo um post a respeito. O nome correto não é sensação térmica, mas sim índice de calor. Índice de calor não é algo medido, mas sim algo calculado. Ou seja, não existiu um termômetro indicando 81°C, foram sim cálculos envolvendo a umidade relativa e a temperatura medida de 40°C que levaram a esse valor.

    Índice de calor é totalmente diferente de temperatura medida!

    Enquanto não concluo o post (deve ir ao ar amanhã), leia minha timeline do Twitter onde falei sobre o assunto por boa parte da manhã: https://twitter.com/samanthaweather

    Obrigada pelo comentário!

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