
Meu último post sobre a temporada de furacões de 2018 foi publicado no dia 05/06/2018. Algumas coisas aconteceram na última semana e vamos falar a respeito delas nesse novo post da série.
Acredito que o maior destaque foi #Aletta, o primeiro furacão da temporada no Pacífico Oriental.
#Aletta, primeiro furacão da temporada (Pacífico Oriental) https://t.co/yWUGNjqIsk
— Samantha Martins (@samanthaweather) June 8, 2018
Para saber mais sobre as áreas de formação de ciclones tropicais (também chamados de furacões no Atlântico e no Pacífico Oriental), veja o post onde falo a respeito disso e onde também conto que o NHC (National Hurricane Center) é responsável pelo monitoramento no Golfo do México + Atlântico Norte e Pacífico Oriental.
Bom, antes de falar de Aletta, vamos lembrar de uma previsão divulgada pelo meteorologista Ryan Maue,que mencionou no dia 04/06 em sua conta no Twitter o resultado de alguns modelos meteorológicos que apontavam para o desenvolvimento de 2 tempestades tropicais no Pacífico Oriental para os próximos 10 dias. Entretanto, os modelos também indicavam que essas tempestades provavelmente se afastariam do continente e perderiam força em águas mais frias (veja tweet abaixo):
Next 10-days, weather models indicate 2 tropical storms to develop in the Eastern Pacific off the coast of Mexico. Both should track away from land & die over colder waters. #TropicalUpdate pic.twitter.com/pi54BOy2BC
— Ryan | weather.us (@RyanMaue) June 4, 2018
E foi o que aconteceu com Aletta, que chegou a um furacão de categoria 4 na escala Saffir-Simpson (ventos de 209 km/h a 251 km/h) no dia 08/06, porém não atingiu nenhuma área habitada (está apenas no oceano, sem atingir nenhuma ilha). Consultei o site do NHC hoje (11/06/2018) pela manhã e pude observar que Aletta ainda está ‘viva’ e no momento tem o status de tempestade tropical pois já perdeu força ao deslocar-se para águas mais frias. Além de Aletta, podemos ver Bud, outro furacão que se desenvolveu e que no momento é um furacão de categoria 3.

Tanto Aletta quanto Bud já aparecem no verbete da Wikipedia sobre a temporada de furacões de 2018 no Pacífico Oriental. Esses dados da Wikipedia são ótimos, pois me ajudam a lembrar de detalhes técnicos dos furacões (como suas categorias dentro da Escala Saffir-Simpson, por exemplo). São rapidamente atualizados!
Bud poderá se deslocar para o sul da Península da Baixa Califórnia (México), porém já enfraquecido e com o status de tempestade. O mar poderá ficar agitado na costa Pacífica do norte do México. Podemos ver essas informações no site do NHC, ao clicarmos no furacão Bud no mapa da Figura 1 indicada anteriormente. Quando fazemos isso, temos a previsão no tradicional formato de cone (Figura 2) que indica o deslocamento do furacão ou tempestade tropical.

Para saber mais sobre os estágios de desenvolvimento de um furacão, clique aqui. E acompanhe todos os posts da temporada de furacões 2018 através da tag específica daqui do blog.
Nomes no Pacífico Oriental
A lista de nomes de furacões para 2018 na região do Pacífico Oriental é:
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Nesse post eu conto para vocês como são dados os nomes para os ciclones tropicais. É uma pergunta que eu recebo bastante aqui no blog e muita gente ainda tem a ideia equivocada de que ciclones tropicais (que também são conhecidos como furacões ou tufões) recebem somente nomes femininos e podemos ver na lista acima que isso não é verdade! Bud inclusive é um nome/apelido masculino.
Nomes no Pacífico Central
Uma curiosidade é que se os ciclones tropicais do Pacífico norte se formam na área central do Pacífico norte (e não no Pacífico Oriental Norte, que abrange a costa da América do Norte), o NHC já não é o responsável nessa área, mas sim o Central Pacific Hurricane Center (CPHC), sediado em Honolulu. Se você gosta de acompanhar a atividade de ciclones tropicais nessa área, deve acompanhar esse site e no momento não há nenhuma atividade por lá. Ah sim, no Pacífico Central a maneira de nomear os ciclones tropicais é diferente. São 4 listas e os nomes são utilizados um após o outro. Ou seja, se numa única temporada os nomes de uma lista se esgotam, já vão automaticamente para a próxima lista. Sendo assim, para a temporada de um determinado ano, não se começa no topo da lista, mas sim onde se parou na temporada anterior. Abaixo, as 4 listas de nomes:
Lista 1 | Lista 2 | Lista 3 | Lista 4 |
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Akoni | Aka | Alika | Ana |
Ema | Ekeka | Ele | Ela |
Hone | Hene | Huko | Halola |
Iona | Iolana | Iopa | Iune |
Keli | Keoni | Kika | Kilo |
Lala | Lino | Lana | Loke |
Moke | Mele | Maka | Malia |
Nolo | Nona | Neki | Niala |
Olana | Oliwa | Omeka | Oho |
Pena | Pama | Pewa | Pali |
Ulana | Upana | Unala | Ulika |
Wale | Wene | Wali | Walaka |
Fonte da lista: CPHC.
Não deixem de conferir o post dedicado a explicar a respeito dos nomes dos ciclones tropicais.
E como está o Golfo do México + Atlântico Norte?
Entre os dias 05/06/2018 e 11/06/2018 esteve tudo tranquilo no Golfo do México + Atlântico Norte. Não houve o desenvolvimento de nenhuma tempestade tropical ao longo desses dias e não há previsão para o desenvolvimento de nenhum ciclone tropical para as próximas 48h (Figura 3). Como sempre digo, quem gosta do assunto e quem tem interesse estratégico na área deve consultar a previsão para a região diariamente, através do site do NHC. Essas informações mudam a qualquer momento, dependendo dos novos dados que são obtidos através de observações meteorológicas.

Dica de livro
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