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Fake news em todos os lugares: consumindo informação de qualidade

27/07/2018 By Samantha Leave a Comment

Cortesia de Pixabay

Eu estava conversando com o Jonatas Oliveira (que também escreve no Labirintos do Coração e é autor de O Diário de Arthur Ferraú) e ele estava falando que na empresa onde ele trabalha, estão fazendo uma campanha massiva contra fake news. Achei a iniciativa do local de trabalho dele muito boa, porque é um investimento na educação do funcionário e ajuda a melhorar o ambiente de trabalho.

Já falei sobre fake news em algumas ocasiões daqui do blog, em uma delas eu usei o termo boato, que é uma palavra comum da língua portuguesa mas que não tem exatamente o mesmo significado do que fake news. A grande diferença é que um boato pode até ser verdadeiro, claro, depois de completamente averiguado e a veracidade for confirmada (e aí deixa de ser boato). Muitas vezes uma história se espalha, perde-se o controle da origem dessa história ou quem fez a revelação inicial pediu para não ter o nome divulgado. De qualquer maneira, boatos geram tensão porque eles ficam nesse “limbo” entre verdade e mentira e eu sou a favor do esclarecimento total de boatos de qualquer natureza.

Por outro lado, as fake news são criadas deliberadamente para serem uma mentira. O termo em inglês significa “notícia falsa”. E qual o objetivo de uma pessoa que cria uma fake news, que muitas vezes são textos bem escritos e que aparentemente lembram o de uma notícia verdadeira? Bom, o objetivo quase sempre é ideológico. Seguidores de uma religião X criam e compartilham fake news sobre a religião Y para que adeptos da religião Y possam abandonar seu credo. Políticos do Partido da Bananinha criam e compartilham fake news para prejudicar a imagem do Partido do Quiabinho. Em outras palavras, a fake news é criada com o propósito de reforçar uma determinada visão ideológica, seja inflando ou criando dados positivos sobre aquela visão ideológica ou atacando com acusações e argumentos falsos ou parciais a outra visão ideológica.

Empresas sérias e conceituadas de notícias estão cada vez mais preocupadas com as fake news. É muito simples criar um site muito bem feito e que realmente tenha toda a cara profissional e limpa de um site de notícias. Esses sites muitas vezes vendem a ideia de ‘sites alternativos de notícias’, já que muitos sites conceituados tem a política do paywall, onde você só consegue ler gratuitamente algumas notícias e para ter acesso ilimitado é necessário pagar. Os links para as fake news criadas nesses ‘sites alternativos’ são então compartilhados via Facebook ou via WhatsApp. E as vezes o conteúdo inteiro dessas fake news é copiado no WhatsApp ou no Facebook, eliminando a necessidade do usuário de clicar para acessar um link externo. Sendo assim, nem é necessário criar um site todo bem organizado onde as fake news são hospedadas: elas podem ser escritas e compartilhadas dentro das próprias redes sociais. Criar fake news pode sair totalmente de graça, sem a necessidade de se pagar uma hospedagem e domínio.

E o que acontece? Bom, muitas companhias que fornecem acesso a internet para smartphones adotam o chamado zero-rating (acompanhe no Twitter a hashtag #ZeroRating para saber mais sobre essa discussão). O zero-rating trata-se da prática que as companhias de internet tem de criar planos bem baratinhos que permitem que apenas alguns sites ou serviços sejam acessados. Aqui no Brasil a gente conhece bem isso: há empresas que contam com planos que permitem acesso ilimitado apenas ao WhatsApp e ao Facebook. Inclusive os smartphones possuem aplicativos para esses serviços, de modo que o usuário nem precisa abrir um navegador.

O zero-rating evidentemente fere a neutralidade da internet e teoricamente isso deveria ser proibido no Brasil, de acordo com o texto do  Marco Civil da Internet (Lei 12.965/14).

Nesse cenário, o estrago está feito. Há pessoas que passam o dia todo no celular apenas acessando redes sociais e consumindo conteúdo de qualidade questionável. No meio desse conteúdo de qualidade questionável, temos as abomináveis fake news.

Quando eu era adolescente, lembro que os professores sempre nos falavam sobre não acreditarmos em tudo o que era transmitido na TV, porque havia muita informação falsa (o termo fake news não era popularizado) ou ideologicamente direcionada. Ou seja, a informação transmitida poderia não ser exatamente uma mentira, mas uma meia-verdade que poderia fazer o telespectador chegar a conclusões equivocadas. Eu quase não assisto TV, mas eu tenho certeza que ainda é assim. Como a Internet está aos poucos substituindo a TV (as crianças e adolescentes já substituíram), a preocupação com a qualidade da informação que se consome na internet deve ser a mesma e até maior do que a que se consome na TV, já que com a internet qualquer um (qualquer um mesmo!) pode criar e compartilhar textos, vídeos, foto-montagens, etc. Se a informação viralizar, ela será compartilhada massivamente! E as pessoas compartilham sem questionar, principalmente se aquela informação mexer com os seus sentimentos ou convicções e para isso eu vou dar um exemplo de um caso que aconteceu há uns 2 anos.

Circulou pelo WhatsApp um audio de um suposto delegado afirmando que estavam sequestrando bebês e criancinhas na porta da escolinha. Uma amiga ficou apavorada e me mandou o áudio. Como mãe, claro que antes de ouvir o áudio fiquei apavorada com essa possibilidade, porém o anjinho do ceticismo já falou no meu ouvido: querida, você não leu nada sobre isso em portal nenhum de notícias.

Quando eu ouvi o áudio, percebi que o delegado não dizia seu nome e não dizia qual delegacia representava. Pedi para minha amiga se tranquilizar e acompanhar os noticiários e as notícias em portais sérios. Ela disse que nós deveríamos ter cuidado com nossos filhos e etc, eu disse a ela que eu tinha certeza que ela era uma mãe cuidadosa e que todas nós fazíamos nosso melhor.  Falei numa tentativa de acalmá-la, acho que funcionou um pouco. Daí outra conhecida disse o seguinte:

– Ah, eu vou compartilhar esse áudio nos meus grupos. Vai que…

“Vai que…”. Eu já ouvi isso mais de uma vez em contextos onde fake news foram compartilhadas. A cura da diabetes pela água da berinjela, o emagrecimento pelo suco do limão, seringas contaminadas com o HIV espalhadas pela cidade, etc. As pessoas compartilhavam a informação, alguém do grupo dizia que aquela informação era falsa (muitas vezes até compartilhavam links do Efarsas, por exemplo, onde toda explicação era dada)  e a pessoa que compartilhou apenas dizia:

– Achei melhor compartilhar. Vai que…

Ou seja, a pessoa prefere compartilhar uma informação da qual ela mesma questiona a veracidade, pois acredita que dessa forma pode estar fazendo um bem para a sociedade (no caso remoto daquela informação ser verdadeira). Ela não questiona e não averígua a informação antes de compartilhá-la e muitas vezes nem tem como fazer isso, porque olha só, o plano de internet do smartphone dela pratica zero-rating e ela não consegue acessar o navegador. Além disso, essa pessoa não teve um treinamento cético ao longo da vida, digamos assim. Ela recebeu uma educação formal muito deficiente, onde questionar não era uma atitude incentivada e até mesmo proibida. Só a gente lembrar que quem tem mais de ~45 anos teve parte da educação formal ainda dentro do regime da Ditadura Militar.  E não, não estou sendo preconceituosa com a idade de ninguém (até porque meu telhado é de vidro rs), mas muitos desses que viveram dentro desse ambiente escolar mais repressivo ainda apresentam atitudes e comportamentos que foram moldados pela educação formal repressora e os ensinam e os reproduzem para seus filhos, alunos, subordinados, etc. E talvez essa pessoa ainda seja seguidora fiel de alguma religião ou ‘filosofia de vida’ e se aquela notícia de alguma maneira confirmar suas crenças, aí que ela compartilha mesmo e nem a verifica! O pessoal do TEOLABCAST fez até um episódio ótimo falando de fake news e boatos no meio cristão (clique aqui e ouça), como exemplo do que quero dizer.

E nessa onda surgiram muitos desonestos que estão usando o termo fake news para se referirem às informações com as quais não concordam, ao invés de empregar o termo corretamente para se referirem à notícias falsas, como bem pontuou o Schwarza:

Estou notando uma situação bem complicada, pessoas usando o termo “fakenews” para informações das quais não concordam, ao invés de empega-la a notícias falsas. O fato só é válido se estiver de acordo com o viés ideológico da pessoa.

— Schwarza (@Schwarza79) July 26, 2018

Perceberam que criaram fake news até em cima do termo fake news? Desde o ano passado estou falando para meus amigos mais próximos que as eleições de 2018 vão ser feias, no sentido de muito desonestas, sujas, onde ‘vale tudo’, etc. E as fake news já estão sendo uma arma muito empregada para fortalecer discursos ideológicos. Cuidado! Além de tomarmos cuidado com informações parciais que nos fazem chegar a conclusões equivocadas (a tal informação direcionada ideologicamente), precisamos tomar cuidado com as notícias deliberadamente falsas.

No meio de divulgação científica, também temos muitos problemas com notícias falsas.  Quando o assunto é aquecimento global, acabo lidando com textos bizarros e revoltantes de diversos compartilhadores de anticiência. Essa semana, quando estava escrevendo o texto sobre o Acordo de Paris, encontrei textos ridículos de negadores do aquecimento global, os quais me recuso a compartilhar, mas estão naquela linha imbecil de que “aquecimento global é coisa de esquerdista, então vou escrever um monte de abobrinha sem sentido na tentativa de questionar esse fato e não importa que eu não tenha nenhum treinamento científico”.  Outro caso clássico de fake news da minha área é o caso HAARP.  E teve o caso recente de que o inverno de 2018 seria “o mais rigoroso dos últimos 100 anos”, total nonsense e eu falei sobre isso nesse post.

Olha, eu poderia escrever um texto gigante compilando todo tipo de bobagem que escrevem por aí quando o assunto é relacionado com Meteorologia, mas eu temo fomentar esse tipo de maluquice. No caso de Ciências (seja qual for a área), creio que há quem crie essas fake news porque acha que vive no seriado X-Files e há quem crie porque determinado fato científico contradiz sua visão de mundo (política ou religiosa, por exemplo).

Usando um exemplo muitíssimo recente: hoje teremos um eclipse lunar (veja aqui o horário do eclipse em sua cidade) e eu já vi gente compartilhando bobagem. Além do eclipse, teremos a chamada “Lua de Sangue” e também teremos Marte em um ponto mais próximo da Terra, então já li gente requentando aquela velha fake news de que Marte ficará do tamanho aparente da Lua. O pessoal da Boatos.org já escreveu um pequeno dossiê bem completo falando sobre esse boato absurdo e reforçou a absurda recorrência desse boato.

Você é meu leitor e certamente gosta muito de Ciências, assim como eu, talvez ache absurda a ideia de que alguém pode acreditar que há a possibilidade de Marte ficar do tamanho aparente da Lua. Mas acredite, existe gente que acredita em QUALQUER COISA ou fica na base do “Vai que…”. Muitas vezes a gente acaba se fechando numa bolha de interesses, falando com pessoas que pensam mais ou menos como a gente, mas há um montão de gente muito crédula por aí fora. É por isso que iniciativas como a da empresa que o Jonatas trabalha são tão importantes.

Muitas vezes nos fechamos na nossa bolha e não percebemos que tem um mundo de gente aí fora que cai em fake news das mais absurdas na área de ciências (política, saúde, etc tb, claro), envolvendo conceitos físicos simples e que infelizmente não foram aprendidos ou fixados.

— 🇧🇷🖖Samantha Martins🌈🌧 (@samanthaweather) July 27, 2018

A gente dá tanto valor para a sinceridade e para a honestidade das pessoas. Quando alguém encontra dinheiro ou outro bem valioso na rua e o devolve, é aplaudido e até vira notícia. Para os cristãos é até mandamento: o nono mandamento diz que não devemos dar falso testemunho (Ex 20:16). Também podemos mencionar outras passagens bíblicas que direta ou indiretamente falam sobre o pecado do falso testemunho: Sl 109.2: O, Pv 6.16-19, Mt 19.18, Rm 13.9 e 2Co 12.20 são alguns exemplos.

Eu tenho a impressão que as pessoas andam muito dissonantes, não aplicando valores do cotidiano naquilo que veem na Internet.

Leia mais:

  • O que é fake news? – Portal Mackenzie
  • O que são fake news e dicas para identificar boatos na internet – Techtudo
  • E se a Lua fosse substituída por algum planeta do Sistema Solar? (não tem a ver com fake news, mas tem a ver com o tamanho aparente dos astros)

 

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Filed Under: Blog, Opinião Tagged With: boatos, ecplise, fake news, jornalismo, lua de sangue, marte, neutralidade da rede, notícias, opinião, reflexões, zero-rating

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