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Uma nuvem nunca aparece sozinha

26/09/2018 By Samantha Leave a Comment

Figura 1 – Diversos tipos de nuvens em uma mesma paisagem. Vemos nuvens Cumulus (em destaque para um Cumulus congestus) e nuvens médias (Altocumulus) e altas (Cirrus). Cortesia de Pexels

Eu encontrei a imagem que destaca esse post muito por acaso e num contexto que não tinha nada a ver com o que pretendo abordar nesse post. Recentemente escrevi um texto listando algumas ideias de decoração de quartinho de bebê com o tema nuvens e eu estava com pressa e apenas queria encontrar uma imagem bonita de nuvens para ilustrar o post. Foi quando encontrei a imagem de destaque para esse post (Figura 1) e vi o quanto ela é linda, completa e me deu a ideia para escrever o post atual.

Na Figura 1 , vemos um céu “confuso”, como diriam os estudantes de Bacharelado em Meteorologia do primeiro ano, que estão aprendendo a identificar os tipos de nuvens e avaliar a quantidade no céu.

Antes de mais nada, se você é novo no assunto e quer aprender sobre os nomes das nuvens, confira meu post-dossiê em que coloco links para quem quer aprender sobre a nomenclatura correta das nuvens. Mas como sempre faço, vou tentar fazer um breve panorama do assunto para quem é novo na pesquisa sobre classificação de nuvens e chegou até o blog agora.

Os nomes das nuvens são sempre indicados em latim. Nunca ‘traduza’ Stratus para estrato, Cumulus para cúmulo ou Cirros para cirro!

Sistema de Classificação de Nuvens

Figura 2 – Painel com o Sistema de Classificação de Nuvens, obtido no site da Estação Meteorológica do IAG-USP. Leia o texto que acompanha esse painel no site da Estação Meteorológica do IAG-USP. Esse painel também está disponível como um banner grande exposto no Museu de Meteorologia. Leia mais sobre o Museu de Meteorologia nesse link.

A Figura 2 mostra uma imagem simplificada do Sistema de Classificação de Nuvens e conta com imagens que são exemplo para cada gênero de nuvem. A história do Sistema de Classificação de Nuvens pode ser lida aqui e o que utilizamos hoje em dia é uma versão internacionalmente padronizada pela Organização Meteorológica Mundial (World Meteorological Organization) e que pode ser consultada em um link especial no site da organização.

Na Figura 2 vemos que inicialmente as nuvens são classificadas de acordo com a altura que elas se formam. Temos dessa maneira as Nuvens Baixas (que possuem base em até 2000m de altura), as Nuvens Médias (que possuem base entre 2000m e 6000m de altura) e as Nuvens Altas (que possuem base acima de 6000m de altura). Essas alturas podem variar dependendo da latitude, porém esses são os valores médios usados como referência pela WMO. Na verdade, a gente não identifica as nuvens apenas usando como base a sua altura, pois usamos também como referência a aparência dessa nuvem (gênero), assunto que trataremos ao longo do texto.

Por falar em altura da base da nuvem, vamos mostrar a seguir uma imagem bastante didática e muito comum nos livros didáticos de Meteorologia ou até mesmo de Climatologia (dentro do contexto do ensino de Geografia). Trata-se da Figura 3 a seguir, onde podemos ver esboços com a aparência dos 10 gêneros de nuvens e sua distribuição ao longo da troposfera (primeira camada da atmosfera, a que é mais próxima da superfície e onde a maior parte das nuvens se formam).

Figura 3 – Alturas dos diferentes tipos de nuvens. Adaptado de AHRENS, C.D.: Meteorology Today 9th Edition

 

Curiosidade abaixo, em meu perfil do Instagram, onde fiz com meu filho um esboço da Figura 3. Ainda bem que não sou desenhista, não é mesmo?🤣

 

 

Visualizar esta foto no Instagram.

 

Meu diagrama com os 10 gêneros de nuvens ganhando toques artísticos😂 Ainda bem que não sou desenhista hahahahah #clouds #wolken #nuvens #mamãemeteorologista #nuages #arteeculturanoIAGUSP #arteeculturanoIAGUSP

Uma publicação compartilhada por Samantha Martins (@samanthaweather) em 19 de Set, 2018 às 1:02 PDT


Observem na Figura 3 que quando falamos em altura das nuvens para falar de sua classificação, nos referimos a altura da base dessas nuvens. Uma nuvem como a Cumulonimbus (Cb, a nuvem de tempestade) ocupa as 3 alturas e muitas vezes ela é chamada de nuvem de desenvolvimento vertical por essa razão. Entretanto, a nuvem Cb possui base na altura das nuvens baixas, por isso a consideramos uma nuvem baixa.

Essa classificação de altura pode mudar dependendo da aplicação. O pessoal da aeronáutica pode fazer outras considerações, mas o que estou apresentando aqui tem a ver com o uso meteorológico dentro do que a Organização Meteorológica Mundial define. Por favor, não “causem” nos comentários!

É preciso deixar claro que aprender a identificar os tipos de nuvem é algo que demanda muita prática. Não adianta pensar que apenas ler um post meu ou ver um vídeo no Youtube vai te transformar em um expert e você já vai poder observar todos os tipos de nuvem em todas as situações sem problema nenhum. Para vocês terem uma ideia, na Estação Meteorológica do IAG-USP há uma tradição de que o técnico precisa treinar por pelo menos 1 ano para poder identificar todos os tipos de nuvem. E eu me refiro a um treino quase que diário (ou ao menos 4 vezes por semana, que é normalmente quando estão escalados). Esse treino de pelo menos 1 ano é para que o técnico tenha contato com todas as situações em que as nuvens se formam ao longo de todas as estações do ano. Além disso, o técnico precisa estar escalado de noite e de dia para que possa ver a evolução do céu ao longo do dia todo e as diferentes configurações de nebulosidade que se apresentam. Esse acompanhamento de todo o ciclo diurno permite também que o técnico possa relacionar o tipo de nuvem com as variações de temperatura, umidade relativa, pressão do ar, etc.

Tenho a impressão que há pessoas que acreditam que uma busca no Google com uma simples leitura de alguns textos e visualização de alguns vídeos substituem o árduo trabalho de uma graduação ou de um treinamento especializado. Eu já escrevi sobre isso, me referindo a Meteorologia, mas tenho certeza que acontece em várias áreas! Na verdade, escrevi sobre isso em uma segunda ocasião também, falando sobre os tipos de serviço que o Meteorópole não oferece!

Se você é um Meteorologista Amador, um entusiasta do assunto ou é aluno de um curso técnico ou de graduação em Meteorologia, deixo em especial alguns posts que podem ajudar no aprendizado da identificação de nuvens:

  • Como é que se determina o nome de uma nuvem?
  • As nuvens possuem nomes!
  • Todos os posts do dossiê sobre nuvens

Os 10 gêneros das nuvens + possíveis ‘sobrenomes’

Vejam que mencionei anteriormente que é preciso bastante treino e dedicação para identificarmos os nomes das nuvens. Isso pode ser feito observando o céu de sua cidade constantemente. Inicialmente você pode fazer a observação cerca de 2x por dia em horários iguais todos os dias. Se você gostar mesmo, pode fazer a cada hora, das 7h até as 21h. Eu dei algumas dicas sobre como fazer isso sistematicamente nesse post.

Outra boa ideia para quem quer aprender a observar nuvens é procurar por imagens bem descritas na internet. A melhor fonte para isso é sem dúvida o site da WMO. Clicando nesse link, você vai poder ver excelentes fotografias de nuvens bem descritas, em suas diferentes alturas e em seus 10 diferentes gêneros.

Figura 4: Print de uma parte dentro do site da WMO que mostra fotografias de alta qualidade para explicar os 10 diferentes gêneros de nuvens. Consultei esse link no dia 26/09/2018 e você pode ir até ele por aqui.

Observe na Figura 4 (que mostra um print para esse link da WMO, conforme consultei em 26/09/2018) que ao lado esquerdo temos um menu onde é possível selecionar os 10 diferentes gêneros de nuvens e então encontrar uma descrição para cada um deles, com ótimas fotografias para ilustrar. Ao longo desse post usei muito o termo gênero de nuvens e são esses 10 diferentes gêneros que se referem a classificação que utilizamos cotidianamente. Esses 1o gêneros estão sumarizados na Figura 5 e no cotidiano da observação meteorológica, saber apenas os 10 gêneros já é o suficiente. Ou seja, não é necessário saber a espécie, variedade, nuvens anexas, etc, conforme mencionaremos adiante.

Figura 5: Tabela elaborada pela Estação Meteorológica do IAG-USP a partir de informações da WMO, onde temos na primeira coluna a altura das nuvens e os seus 1o gêneros. Há também outras informações como sua sigla, símbolo usado em mapas sinóticos e as possibilidades de subclassificar usando espécies, variedades, nuvens anexas e características suplementares e informações sobre a nuvem que a gerou.

No entanto, uma nuvem pode possuir até dois nomes adicionais, além do nome obrigatório de seu gênero. Um exemplo famoso é a nuvem Altocumulus lenticularis, aquela que parece um OVNI/UFO ou simplesmente um disco voador (Figura 6). Observem que ela é uma nuvem do gênero Altocumulus, porém possui uma característica peculiar chamada espécie (veja a quinta coluna da Figura 5) lenticularis.

Para saber mais sobre o processo de formação de nuvens Altocumulus lenticularis, consulte esse post.

Figura 6 – Altocumulus lenticularis. Imagem de Brian Sudol, mencionada nesse tweet

 

Nunca é demais falar de nuvens lenticulares, porque elas são muito famosas e muito interessantes.  São nuvens lindas, que popularmente as pessoas chamam de nuvens lenticulares, porém o nome técnico é Altocumulus lenticularis. O termo lenticularis indica o formato de lente que a nuvem possui. Em vários posts sobre nuvens, já contei para vocês que as nuvens podem ter nome + sobrenome(s) e lenticularis é um desses possíveis sobrenomes.

O nome da nuvem trata-se de seu gênero. É o nome principal dela e consiste em 10 categorias, como podem ser observadas na tabela a seguir. Se você quer aprender a classificar nuvens, minha dica é primeiro concentrar-se em identificar esses 10 gêneros.

Em seguida, vem o primeiro sobrenome que é a espécie da nuvem (podemos usar apenas uma espécie como sobrenome). Em alguns casos, podemos adicionar mais sobrenomes, que são a variedade e as nuvens anexas e características suplementares. A Figura 5 apresenta a tabela onde é temos uma ideia das possíveis combinações para formar o nome completo (nome + sobrenome(s)) de uma nuvem. A nuvem não precisa obrigatoriamente ter um sobrenome, ele só aparece quando a nuvem realmente apresenta alguma peculiaridade.

Seguindo as diretrizes para nomear nuvens a partir da tabela apresentada na Figura 5, podemos ter uma nuvem chamada Stratocumulus floccus virga. Claro, o nome precisa fazer sentido e descrever todas as características daquela nuvem. Repare também que os nomes sempre são em latim, com o nome do gênero com primeira letra maiúscula e os sobrenomes (espécie, variedade e/ou nuvens anexas e características suplementares) sempre com letra minúscula, o que lembra em muito o Sistema de Classificação das Espécies de Carlos Lineu.  {x}

Para saber mais sobre os “sobrenomes” das nuvens e ver fotos com exemplos, veja esse link no site da WMO.

Cada um dos gêneros: descrevendo com detalhes

A seguir, vou dar uma breve descrição sobre o aspecto visual das nuvens em seus 10 diferentes gêneros (conforme Figura 5). É uma descrição bem subjetiva e que foi copiada a partir desse post que escrevi há alguns anos. Lembre-se que se você quer começar a aprender sobre classificação de nuvens, meu conselho é que inicialmente você foque em identificar nuvens dentro dos seus 1o gêneros possíveis. Os “sobrenomes” é algo adicional, para se pensar após que a identificação dos 10 gêneros já esteja consolidada.

– Cirrus (Ci): É uma nuvem muito tênue. Seu aspecto muitas vezes lembra um véu. A nuvem branca e tênue contrasta com o céu azul. Não é uma nuvem de chuva. Normalmente está relacionada com mudança de tempo nas próximas 12h-36h (ela está relacionada com a aproximação de uma frente fria).

Figura 7: Nuvem Cirrus. Foto de Simon Eugster. Cortesia de Wikipedia

– Cirrocumulus (Cc): Essa é também uma nuvem alta. Caracteriza-se por pequenos floquinhos, muito pequenos, com formato de grânulos ou rugas. Em algumas situações aparecem com um efeito ondulado, lembrando escamas de peixe. Muitas vezes são vistas em conjunto com nuvens tipo Cirrus (Ci) e Cirrostratus (Cs).

Figura 8: Nuvem tipo Cirrocumulus. Foto de Wikimedia Commons

– Cirrostratus (Cs): são nuvens muito finas, compostas por cristais de gelo. Indicam a presença de umidade na alta atmosfera e podem ser um indício de chuva nas próximas 12h-24h. Normalmente essas nuvens são visíveis na forma de um belo fenômeno atmosférico chamado halo, que consiste em um círculo luminoso em torno do disco solar ou do disco lunar.

Figura 9: Halo em torno do Sol. Foto de Taluana Furlan

– Altocumulus (Ac): Essa nuvem aparece no céu em pequenos tufos ou elementos, com bordas não muito definidas. Entre cada um desses elementos, há um pequeno espaço onde podemos ver o céu azul visível. Essas nuvens surgem normalmente antes de uma frente fria.

Figura 10: Típica formação de nuvens Altocumulus. Fonte: Wikimedia Commons

Em algumas situações, quando o ar é forçado a subir uma montanha e há ventos muito intensos na altura onde as nuvens médias se formam (entre 2000m e 7000m), as nuvens Altocumulus ganham uma curiosa caraterísticas e formam as nuvens lenticulares, que são tecnicamente chamadas de Altocumulus lenticularis. Falamos um pouco mais de nuvens lenticulares em vários posts, como por exemplo aqui.

Figura 11: Outra imagem espetacular de nuvem lenticular (ou Altocumulus lenticularis) sobre o Monte Ranier em Kent, Washington, Estados Unidos. Foto de Ken Smith.

Em algumas situações, as nuvens Altocumulus podem ser confundidas com as nuvens baixas Cumulus (Cu) ou Stratocumulus (Sc) que veremos adiante. Porém, o tamanho de cada uma das nuvens é ligeiramente maior. Um teste normalmente feito pelos observadores de nuvem é o seguinte:

  • Estenda o braço com o punho fechado. Se cada uma das nuvens tiver o tamanho aproximado de seu polegar, trata-se de uma nuvem Altocumulus;
  • Se a nuvem for aproximadamente do tamanho de seu punho fechado, trata-se de uma nuvem Cumulus ou Stratocumulus.

– Altostratus (As): É uma nuvem bastante tênue, com uma coleração mais escura que a também tênue Cirrustratus. É uma nuvem também associada a aproximação de frentes frias. Sua mais importante características para distingui-la é o aspecto borrado que ela dá ao disco solar.

Quando uma nuvem deste tipo encobre o Sol, não conseguimos ver com clareza o disco solar. Ele fica borrado, um pouco turvado. É possível, no entanto, saber que o Sol encontra-se atrás da nuvem devido a claridade.

Figura 12: Nuvem Altostratus. O disco solar fica borrado atrás dela. Fonte: Wikimedia Commons

– Stratus (St): São nuvens que normalmente apresentam coloração ligeiramente acinzentada e são muito baixas, podendo inclusive tocar a superfície. Quando tocam a superfície, são chamadas de neblina, nevoeiro, cerração ou ruço, dependendo da região do país e nessas situações prejudicam muito a visibilidade, podendo fazer com que aeroportos ou estradas sejam fechados.

Figura 13: Intenso nevoeiro em uma estrada na Califórnia – EUA. Wikimedia Commons

Nuvens tipo Stratus podem produzir uma garoa muito fininha ou alguns floquinhos de neve, mas nunca uma chuva muito intensa. Há situações em que o céu está completamente cinza e não conseguimos nem ver o Sol. Em situações assim, normalmente o céu está encoberto por uma densa camada de nuvens Stratus. Nuvens Stratus, portanto, não estão associadas apenas a nevoeiros.

Figura 14: Nuvem Stratus encobrindo totalmente o céu. Wikimedia Commons

– Stratocumulus (Sc): são nuvens escuras, e com algum desenvolvimento vertical, sendo mais altas do que as nuvens Stratus. Enquanto as nuvens Stratus apresentam-se em uma grande e uniforme camada, as nuvens Stratocumulus apresentam elementos individuais. Os Stratocumulus também possuem contornos muito mais definidos que os Stratus, muitas vezes apresentando uma base bem definida. Em algumas situações, são confundidas com as nuvens médias Altocumulus, mas para evitar esta confusão, o observador da nuvem deve esticar o punho fechado. Se cada uma das nuvens tiver o tamanho aproximado do punho fechado, temos uma nuvem tipo Stratocumulus. Se for aproximadamente do tamanho do polegar, temos uma nuvem Altocumulus.

Figura 15: Nuvem Stratocumulus. Fonte: Muriel Martin Online

– Nimbostratus (Ns): São nuvens bastante espessas, que deixam o céu uniformemente cinzas e escuros. Quando elas surgem durante o dia, as luzes de iluminação pública chegam a se acender, tamanha é a escuridão. É uma nuvem de chuva bastante persistente e intensa, porém sem raios, relâmpagos ou trovões. Quando ocorre neve, normalmente este tipo de nuvem é o que está associado.

Figura 16: Nuvem tipo Nimbustratus. Fonte: NASA/S’COOL

– Cumulus (Cu): Nuvens cumulus são normalmente formadas pelo processo de convecção. São nuvens muito comuns, principalmente nas manhãs de dias de verão com muito calor. Elas caracterizam-se por serem muito fofinhas, terem os contornos muito bem definidos. Muitas vezes, nossa imaginação as relaciona seu formato com pipocas ou ovelhinhas.

Figura 17:  Nuvens tipo Cumulus. Aqui eu consigo ver uma galinha e um cachorro. E você, o que consegue ver? Não tenho a fonte dessa imagem, pois ela era do material de um professor que não anotou isso, embora eu também a tenha encontrado nesse post.

– Cumulonimbus (Cb): Como as nuvens tipo Cumulus podem crescer verticalmente, elas também são chamadas de nuvens de desenvolvimento vertical. Em um dia bastante quente, quando muitas parcelas de ar quente (ou termas) se formam e sobem, temos o consequente aumento dessas nuvens (leia aqui sobre convecção). Essas nuvens podem então aumentar seu tamanho, virando grandes e pesadas nuvens de chuva chamadas Cumulonimbus (Cb). Essas nuvens possuem muita chuva. Como possui grandes cristais de gelo, em algumas situações a chuva cai na forma de granizo. Em dias muito quentes de verão, esse tipo de nuvem é bastante comum em todo o Brasil. Essas nuvens possuem tanta chuva, que muitas vezes trazem transtornos, como alagamentos e deslizamentos de terra. Essas nuvens também podem vir com raios, relâmpagos e trovões.

Figura 18 : Nuvem de tempestade na Praça Panamericana – São Paulo-SP. É uma nuvem do tipo Cumulonimbus Foto de Taluana Furlan

Figura 19: Nuvem Cumulonimbus com raio. Fonte: David Pepper wiki

 

Um material que pode ajudar muito na tarefa de aprender a identificar os 10 gêneros de nuvens são esses .pdf da WMO, que tratam-se de diagramas de fluxo que fazem perguntas acerca do que você vê no céu e que podem te levar a resposta final que é identificar qual tipo de nuvem você está vendo. Esse outro link da WMO também ajuda e contém um sumário sobre as alturas das nuvens e seus gêneros.

Ok, mas e a imagem que abre o post?

Eu fiz uma pequena divergência e ainda não falei sobre a Figura 1. O que quis mostrar aqui é que classificação de nuvens é um tema bastante complexo, porém é necessário nos empenharmos e aprender sobre ele, se esse for seu objetivo. Como eu já disse anteriormente, inicialmente concentre-se nos 10 gêneros de nuvens e deixe essa história de “sobrenome” das nuvens para depois, quando estiver mais acostumado em observá-las.

Um grande desafio para o observador de nuvens é quando o céu apresenta-se com variados gêneros de nuvens em um mesmo instante e é exatamente esse exemplo que a Figura 1 apresenta. Temos na Figura 1 um céu com nuvens em alturas diferentes. E para dificultar ainda mais, a fotografia muitas vezes não nos dá a ideia de diferentes alturas. Quando estamos observando as nuvens com “nossos próprios olhinhos” muitas vezes conseguimos ver uma camada de nuvem se movimentando aparentemente mais rapidamente (o que indica uma nuvem mais baixa) e conseguimos ter uma noção de que as nuvens apresentam-se em diferentes camadas (ou diferentes alturas). Além disso, quando estamos vendo com nossos próprios olhinhos, conseguimos ver a evolução de um tipo de nuvem (um Cumulus que evoluiu para Cb, por exemplo) e isso muitas vezes ajuda na identificação.

Céus “confusos” são relativamente comuns logo após uma tempestade, quando a nuvem Cb já se dissipou e acabou dando origem a novos tipos de nuvem. Na Figura 1 (vou reproduzi-la a seguir para que você não precise subir o texto) conseguimos ver uma primeira camada em um primeiro plano da fotografia, onde é possível ver até as bases mais retas das nuvens. Além disso, nesse primeiro plano nós também podemos notar que essas nuvens de base bem definida também possuem contornos bem definidos, que lembram ‘pipocas estouradas’. Essas aparentam ser nuvens mais baixas, provavelmente nuvens Cumulus.

 

Em uma altura aparentemente intermediária, com cor escura no lado esquerdo da foto, também vemos uma camada de provavelmente Altocumulus. Essa questão da cor das nuvens também já foi tema de vários posts daqui do blog. Ocorre que o topo das nuvens é branco brilhante, principalmente se essa nuvem é alta e/ou possui algum desenvolvimento vertical.

Por volta do meio-dia, quando tem mais luz, as nuvens também aparentam ser mais brancas. Mas sempre observe que a base é geralmente mais escura (principalmente em se tratando de nuvens baixas e espessas, ou seja, com desenvolvimento vertical) porque a luz solar não incide diretamente na base das nuvens, apenas em seu topo.

Conforme vai escurecendo, as nuvens vão aparentando ficar mais escuras e é o que acontece na Figura 1. E isso fica bem evidente nas nuvens mais baixas, uma vez que as nuvens mais altas ainda conseguem receber radiação solar e exibem um pouco da coloração branca. O aspecto alaranjado/avermelhado de algumas nuvens no nascer e no pôr do Sol tem a ver com o tipo de espalhamento da luz solar (espalhamento Mie).

A Figura 1 também mostra nuvens bem brancas na parte superior da fotografia, que certamente são nuvens altas (Cirrus). Podemos ver também o topo muito branco de uma nuvem Cumulus congestus, que trata-se de uma nuvem Cumulus um pouco maior e que quase está evoluindo para Cb (Cumulonimbus).

Sendo assim, na Figura 1 podemos ver várias nuvens em uma mesma paisagem. E isso é totalmente comum, ou seja, é algo que os observadores meteorológicos conhecem e que faz parte de seu cotidiano. Para chegar ao nível de conseguir observar e identificar nuvens, o interessado precisa se dedicar bastante no treinamento de observação, ver muitas fotografias e ler muito material (eu indico bastante coisa para ler e ver ao longo dos links do texto). E não se desespere se na primeira tentativa de observação sua identificação sair errada, pois a prática tem que ser constante e por muito tempo para que a identificação seja feita de maneira correta.

Olhem os links!

Já contei em outra ocasião que há um tempo atrás uma pessoa disse nos comentários que eu não coloco referência de meus textos. Pois minha gente, meus textos são CHEIOS de links. Em alguns posts eu costumo às vezes até colocar uma lista de bibliografia e sites consultados ao final do texto, trabalho que se torna muitas vezes redundante porque eu já coloco os links ao longo do texto!

Sendo assim, fiquei bem ofendida com o comentário infeliz. Espero que se trate de uma pessoa que não tem tanta afinidade com a linguagem dos blogs e não entenda o que é um link. Se você usa a internet rotineiramente há muito tempo, certamente está me achando maluca por supor isso. Só que eu tenho certeza que devido a maneira que muitas pessoas começaram a acessar a internet recentemente (apenas vendo redes sociais), elas não conseguem entender que existem links externos que levam para outros locais, fora do site inicial onde a pesquisa começou. Lamentável, porém acho possível que tal raciocínio ocorra.

Além disso, claro que não faz sentido indicar uma referência bibliográfica para cada definição que dou aqui. Vocês sabem, sou Bacharel em Meteorologia e se eu precisar colocar um link indicando de onde eu tirei a definição do que é nuvem (por exemplo), o texto vai ficar muito estranho e cheios de links redundantes.

Sendo assim, sempre olhem os links que vou indicando ao longo do texto, pois é neles que há informações adicionais para que você faça uma boa pesquisa.

Livros indicados

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Vou falar de um livro em português que é super recomendado para quem está iniciando seus estudos em Meteorologia. Meteorologia: noções básicas conta com um time de autores excelentes (Rita Yuri Ynoue, Michelle S. Reboita, Tércio Ambrizzi, Gyrlene A. M. da Silva), todos professores de cursos de Meteorologia de diversas regiões do Brasil.

Hoje, o jornal em qualquer mídia apresenta e explica a dinâmica meteorológica. Embora façam parte de um sistema complexo, os fenômenos meteorológicos são apresentados nesta obra de forma simples e didática, desde os conceitos básicos de composição e estrutura da atmosfera até a previsão do tempo e do clima e as mudanças climáticas. {x}

Vale muito a pena comprá-lo!

Outro livro bem bacana é o Geografia Aplicada ao Turismo, livro escrito por vários autores com organização do Raphael de Carvalho Aranha e do Antônio José Teixeira Guerra.

A obra apresenta uma abordagem ampla e integradora das ciências sociais e ambientais, numa perspectiva interdisciplinar, evidenciando a aplicabilidade da climatologia, geologia, geomorfologia, biogeografia, cartografia, geopolítica e cultura no Turismo, auxiliando esses profissionais a planejarem suas atividades turísticas, em escalas locais e regionais.

Todos os autores do livro são especialistas nas suas áreas e já vêm trabalhando há bastante tempo nos temas que se propuseram a escrever. Os sete capítulos abordam questões cruciais para a boa formação de um profissional em Turismo e para aqueles formados em Geografia que também se interessam pelo tema.

A grande quantidade de fotos, ilustrações, tabelas e gráficos pode auxiliar os leitores a entender melhor essas questões. A bibliografia apresentada também possibilita aos leitores se aprofundar em algum tema abordado no livro. O livro Geografia aplicada ao turismo pretende atender tanto a alunos de graduação como de pós-graduação em Turismo, Geografia e áreas afins, bem como a outros profissionais e ao público em geral interessado nessa temática. {x}

Geografia Aplicada ao Turismo é um livro muito indicado para profissionais da área do Turismo e Geografia. Se você viaja bastante, também é super recomendado! Confira!

E preciso indicar também dois livros de Climatologia, matéria essencial nos cursos de Geografia e Meteorologia (embora com abordagens diferentes). Indico Climatologia Fácil, de Ercília Torres Steinke. De acordo com o texto de divulgação:

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O que faz a asa-delta voar? O que é o fenômeno El Niño? Como são formados os desertos? Qual a diferença entre furacão e tornado? Perguntas cotidianas, feitas por alunos e reunidas pela autora durante seus mais de 15 anos de experiência no ensino de Climatologia, servem como ponto de partida para explicar conceitos e fenômenos climáticos de forma prática e original.
Ricamente ilustrada, a obra utiliza exemplos práticos para explicar os principais conceitos da Climatologia Geral, como movimentos de rotação e translação da Terra, radiação solar, umidade, precipitação e circulação atmosférica. Ao final do livro, a autora discute o aquecimento global e as polêmicas que o envolvem, levando o leitor a refletir sobre esse importante tema.

Climatologia fácil é uma referência prática e descomplicada para alunos de graduação em Geografia e Meteorologia e professores de ensino fundamental e médio, assim como todos aqueles interessados em conhecer mais sobre os fenômenos climáticos a partir de exemplos do nosso dia a dia. {x}

Recomendo!

O próximo livro de Climatologia é o Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. Os autores são Francisco Mendonça e Inês Moresco Danni-Oliveira. De acordo com o texto de divulgação:

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Climatologia: noções básicas e climas do Brasil é uma obra de referência que reúne conceitos básicos de climatologia e meteorologia, com destaque para os domínios climáticos e sistemas atmosféricos que regem tempo e climas do continente sul-americano e Brasil.

Ao longo de sete capítulos, o livro traz um panorama sobre o clima e define didaticamente as diferenças entre climatologia e meteorologia. Iniciando com o ambiente onde ocorrem os fenômenos, analisa as propriedades da camada atmosférica com 10km de altura em torno da Terra e sua circulação. Mostra a dinâmica determinada por massas e frentes de ar na América do Sul.

O livro resgata o papel histórico das classificações, discute os modelos de classificação climática da Terra e apresenta os grandes domínios climáticos. Analisando as variações de temperatura e pluviometria ao longo dos anos, nas diversas regiões do País, define e apresenta os tipos climáticos do Brasil.

O livro reserva um capítulo final para falar sobre efeito estufa, desertificação, El Niño e La Niña, associados às mudanças climáticas globais.

Francisco de Assis Mendonça é mestre em Geografia Física, doutor em Clima e Planejamento Urbano. Atualmente é professor titular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), pesquisador do CNPq, consultor da CAPES e FAPESC. É professor colaborador do mestrado em várias universidades do País. Atua nas áreas de climatologia, epistemologia da geografia, ambiente urbano e geografia da saúde.

Inês Moresco Danni-Oliveira é mestre e doutora em Geografia Física. Atualmente é professora adjunta da UFPR. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Climatologia Geográfica, atuando principalmente em clima urbano, poluição do ar e saúde, acidentes climáticos, impactos socioambientais e variabilidade climática. {x}

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Filed Under: Blog, Nuvens Tagged With: atlas de nuvens, classificação de nuvens, dúvida do leitor, etimologia, nuvens lenticulares, sistema de classificação de nuvens

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A menor temperatura registrada no planeta Terra foi -89,2°C e foi registrada na estação científica…

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