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A “Cientista” Grávida (segunda temporada) – Trabalho de campo durante a gravidez (episódio 3)

05/10/2018 By Samantha Leave a Comment

Mulher grávida (close na barriga) ao ar livre. Photo by Xavier Mouton Photographie on Unsplash

A ideia para escrever esse post partiu desse tweet:

Fieldwork is essential for archaeology and many other fields of science. Here is a useful guide to juggling fieldwork with pregnancy. https://t.co/M1F9PymodB @NatureNews @tidepoolsinc #WomeninScience

— Siân Halcrow / @RealScientists (@realscientists) October 5, 2018

E depois eu fiquei pensando em meu próprio trabalho. Não que eu tenha que viajar ou fazer trabalhos de campo em áreas remotas. Mas muitas vezes em meu trabalho preciso caminhar bastante, acompanhar turmas, manusear instrumentos meteorológicos, etc. Ou seja, é um trabalho no qual eu não fico apenas sentada em frente ao meu computador. No meu caso particular, acredito que a dinâmica de meu trabalho me é favorável porque possibilita que eu caminhe um pouco e varie minhas atividades, o que é excelente para qualquer um e me permite ser uma gestante mais saudável até mesmo dentro do ambiente de trabalho.

Mas o que eu quero mesmo é falar sobre o artigo que a bioarqueóloga Siân Halcrow destacou recentemente no excelente perfil @realscientists. Nesse perfil rotativo, cientistas de diversas áreas ficam tuitando por uma semana e divulgando sua área de pesquisa. Descobri o perfil através do Rodrigo Bombardi, amigo meu que atualmente é professor da Texas A&M e que participou do @realscientists  há um tempo atrás. O Rodrigo também escreve no @Dr_Monsoon, onde fala sobre Climatologia e generalidades.

O artigo que a Siân destacou fala dos desafios de se fazer trabalho de campo enquanto está grávida. Na verdade, é preciso sempre deixar algo muito bem destacado: gravidez não é doença! Infelizmente muitas pessoas ainda não internalizaram isso e acabam tratando suas colegas de trabalho com certa condescendência. Se você está bem de saúde e não tem nenhum impedimento médico, pode realizar várias atividades. Em meu trabalho eu subo e desço escadas, caminho um pouco e carrego pacotes pequenos. Não há nenhum problema nisso! Além de seguir as recomendações médicas, você precisa ter bom senso e aprender a interpretar os sinais de seu próprio corpo. Se você acha que agachar para pegar algo é desconfortável para você, peça o auxílio de um colega, por exemplo. Cada uma de nós, durante a gestação, precisa aprender a ter essa própria consciência corporal e sempre lembrar que não somos super-heroínas. Temos que respeitar os limites de nosso corpo e não dá para ficar julgando o que a colega grávida faz ou deixa de fazer. Cada mulher é de uma maneira e cada corpo possui uma história. Conheço mulheres grávidas que usam salto alto diariamente até o final da gestação, enquanto outras já não o fazem. Sei de casos de mulheres super ativas fisicamente, que continuam frequentando a academia até o final da gestação, fazendo inclusive leves exercícios de levantamento de peso. Ora, se a pessoa se sente bem, não há exageros e nem impedimento médico, não vejo problemas. Acredito que todas nós precisamos adquirir inteligência e sabedoria para podermos decidir sobre o que fazer ou não com nossos corpos. Uma discussão da qual sempre participo entre amigas é a questão do empoderamento através do conhecimento, através de cursos bons, leituras e rodas de conversa e eu posso falar sobre isso em outra ocasião.

Sendo assim, é totalmente possível fazer um trabalho de campo enquanto está grávida, claro, isso vai depender do tipo de trabalho de campo, de sua saúde, das orientações médicas, de seus limites, de sua idade gestacional, etc. Há trabalhos de campo simples, em que você vai para áreas que não são muito distantes de centros urbanos. Nesse caso, acredito que é totalmente possível. Claro, há outro ponto a se destacar: é desejável que você esteja com uma equipe amigável e compreensiva. Eu por exemplo sou o tipo de grávida que não anda muito rapidamente. Não me canso de andar, mas agora com 27 semanas de gestação, não consigo andar muito rápido e a tendência e que esse caminhar fique cada vez mais lento. Você precisa estar com colegas que compreendam suas limitações de deslocamento e que entendam que vão ter que retirar caixas  muito pesadas de equipamentos de dentro do carro, por exemplo.

Um trabalho de campo nem sempre envolve trabalho “pesado”, no sentido de carregar muito equipamento pesado. Envolve muitas anotações, observações e fotografias. Use bastante protetor solar, use também roupas confortáveis e apropriadas (se tiverem fotoproteção, melhor), calçados adequados e faça seu trabalho da maneira competente que você sempre faz! Sei que muitas geógrafas acompanham meu site e pode ser que eu receba visitas de geólogas, cartógrafas, biólogas e profissionais de outras áreas onde parte do trabalho envolve algum tipo de trabalho de campo. Muitas professoras que me visitam diariamente também levam seus alunos para estudos ao ar livre, o que não deixa de ser um trabalho de campo.

No artigo, a bióloga Amy Dickman destaca que teve uma equipe compreensiva e que a deu todo apoio, possibilitando que ela pudesse fazer seus trabalhos de campo mesmo durante a gravidez. E claro, a preocupação é maior, já que você carrega um pequeno ser dentro de você e precisa fazer bons julgamentos sobre os riscos a se correr num trabalho de campo, segundo a bióloga.

Uma viagem de campo mais longa e para um lugar mais afastado é sempre um desafio. Envolve logística adequada para prever todos os eventuais problemas que podem acontecer dentro de uma viagem de campo. Alguém sempre pode se ferir ou ficar doente e outros imprevistos podem acontecer. Ter uma colega grávida na equipe pode fazer com que haja uma preocupação adicional para essa logística e esse desafio faz muitas cientistas de campo ponderarem se devem ou não continuar a viajar enquanto estão grávidas.

As acadêmicas, principalmente as acadêmicas de campo, quase sempre ficam em dúvida sobre quando começar uma família. Muitas decidem nem ter filhos, enquanto outras acabam adiando essa decisão para quanto estiverem mais estáveis em suas carreiras. É uma decisão muito difícil e quando conto para as pessoas que uma de minhas razões por não continuar na carreira acadêmica foi o sonho de ter filhos, muitas não compreendem. É difícil tomar esse tipo de decisão, mas uma vez que você escolhe o que fazer, deve procurar ficar em paz com isso.

A bioarqueóloga Siân Halcrow  também deu sua contribuição ao artigo,  ao contar sua própria experiência quando tentou omitir a gestação de seu superior até o segundo trimestre, porque ela descobriu que não era legalmente obrigada a contar. Siân recomenda documentar as comunicações, pois em sua primeira gravidez, seus planos para uma viagem de campo para outro país foram cancelados uma vez contra sua vontade, e agora ela aconselha pesquisadores grávidas a colocarem todas as discussões por escrito e a acompanharem reuniões cara-a-cara e com e-mails que resumem as conversas e enfatizam desejo da pessoa de se envolver no trabalho de campo. “A gravidez não é um fracasso”, conforme ela sintetiza.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que o segundo trimestre é o mais seguro para viajar. E também recomenda não se dormir em localidades com altitudes acima de 3000m e fala das complicações graves que uma grávida pode enfrentar se contrair malária ou hepatite E, por exemplo. Além disso, mulheres grávidas estão mais sujeitas a problemas circulatórios do que a população de modo geral, por isso fazer longos voos onde a gente passa muito tempo sentada pode não ser recomendado para grávidas, principalmente no último trimestre.

Várias cientistas ouvidas no artigo ainda indiretamente destacam a questão da resignação. Ter sua participação cancelada em uma viagem de campo, por orientações médicas ou por bom senso pessoal, não é o fim do mundo. Isso pode acontecer e como disse Siân Halcrow: gravidez não é fracasso! As cientistas também falam sobre ‘mitigar a ansiedade’. Ter todos os seus atestados de saúde, atestados e laudos médicos provando que você pode viajar e trabalhar sem problemas, ter contatos de obstetras e hospitais em cidades próximas de onde você vai trabalhar, ou seja, ter todo um arsenal de planejamento pessoal pode te ajudar a minimizar a ansiedade normal de se fazer um trabalho de campo enquanto se está grávida.

O perfil @trowelblazers, gerenciado por arqueólogas, criou a hashtag #pregnantinthefield onde cientistas do mundo inteiro compartilham suas próprias experiências de gravidez e trabalho de campo. Há fotos lindas e inspiradoras, como a da vulcanologista Dra. Rebecca Williams, fazendo trabalho de campo e grávida de 7 meses:

Field teaching has had an additional challenge this year #pregnantinthefield #7monthsawesome pic.twitter.com/2v1BpPIcXq

— Dr Rebecca Williams (@Volcanologist) September 17, 2017


Ou da geóloga Ellen Stofan, que também fazia trabalho de campo durante a gravidez:

.@trowelblazers late to the thread #pregnantinthefield – volcanic dome fieldwork in CA, 1992 with @MissEmilyDunzo pic.twitter.com/vLjVVQhnjn

— Ellen Stofan (@EllenStofan) March 27, 2017


E da arqueóloga Dra. Briana Pobiner, foto linda que inclusive aparece no artigo que estou discutindo:

Our own Dr. Briana Pobiner is in this @guardian piece on doing fieldwork while pregnant! #pregnantinthefield https://t.co/TFtCG89T44 pic.twitter.com/u0ozkccpo1

— Human Origins at SI (@HumanOrigins) July 1, 2017


São todas profissionais valentes, corajosas, mas que não são irresponsáveis. Fizeram seu trabalho de campo tomando todo tipo de precauções e se cercando de cuidados, sempre usando o bom senso. Mesmo que sua profissão não tenha a ver com fazer trabalhos de campo, não deixe ninguém ditar o seu ritmo. Você e o médico ou médica que te acompanham com certeza sabem até onde você pode ir.

***

Acompanhem a primeira temporada da série  A “Cientista” Grávida – A Série  aqui (posts sobre minha primeira gravidez). E acompanhem também a segunda temporada (posts sobre minha segunda gravidez).

E para fazer um pequeno “merchan“, confiram minha vitrine no Repassa e me acompanhem nas redes sociais:

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Filed Under: Blog, Feminismo, Profissão Tagged With: A "Cientista" Grávida - A Série - segunda temporada, arqueologia, feminismo, geologia, grávida, gravidez e trabalho, trabalho de campo, twitter

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