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Apesar de termos boas notas em exatas e biológicas, mulheres ainda são minoria em STEM

04/10/2018 By Samantha Leave a Comment

Mulher cientista da área de Química fazendo testes em tubos de ensaio e outras vidrarias de laboratório. Cortesia de Pixabay

Nessa semana, li a maravilhosa notícia de que após 55 anos, uma mulher recebeu o prêmio Nobel de Física. Estamos falando de Donna Strickland, que foi laureada pelo seu trabalho com lasers. É apenas a terceira mulher a receber o Nobel de Física, as outras foram Marie Skłodowska Curie (1903) e Maria Goeppert-Mayer (1963).

BREAKING NEWS The Royal Swedish Academy of Sciences has decided to award the #NobelPrize in Physics 2018 “for groundbreaking inventions in the field of laser physics” with one half to Arthur Ashkin and the other half jointly to Gérard Mourou and Donna Strickland. pic.twitter.com/PK08SnUslK

— The Nobel Prize (@NobelPrize) October 2, 2018

Destaque para Marie Curie, que além de receber o Nobel de Física em 1903, também foi laureada em 1911 com o Nobel de Química.

O Nobel de Física de 2018 foi dividido entre Donna Strickland e seus colegas Arthur Ashkin, dos Estados Unidos e Gerard Mourou, da França. A honraria é um reconhecimento ao trabalho desses 3 profissionais na área de lasers, estudos que permitiram desenvolver tecnologias para a área médica e para a área industrial. Alguns detalhes técnicos do trabalho de Strickland e seus colegas podem ser conferidos aqui.

Ainda nessa semana, o físico Alessandro Strumia, da Universidade de Pisa, disse que a física “foi inventada e construída por homens” ao discursar em um evento em Genebra, na Suíça. Como todo homem que se sente ameaçado pela perda de seus privilégios, Strumia ainda disse que se sentia alvo de discriminação por parte de instituições que segundo ele, agem ideologicamente. Sua fala misógina fez com que ele fosse suspenso do centro de pesquisa.

Claro que Strickland se pronunciou após a fala do colega. Disse que o comentário era “tolo”  e que nunca tomou provocações assim pelo lado pessoal. Acredito que como muitas de nós que atuam em áreas profissionais cuja maioria é masculina, pode ser que Strickland tenha criado uma casca que a deixou forte com o tempo. Pode ser também que ela nunca tenha sofrido preconceito direto, por ter a sorte de sempre ter trabalhado com colegas bacanas.

Outra mulher que recebeu destaque na premiação do Nobel de 2018 foi Frances Arnold, vencedora do Nobel de Química, que dividiu a láurea com seus colegas George Smith e Gregory Winter e foi a quinta mulher a receber o prêmio na área que Química.

As  ótima notícias sobre o Nobel de Física e o Nobel de Química de 2018 me fizeram pensar num artigo que li semana passada na Nature. Uma das conclusões do artigo foi o que me levou a escrever o título para o presente texto: Apesar de termos boas notas em exatas e biológicas, mulheres ainda são minoria em STEM.

STEM é a sigla para Science, Technology, Engineering e Mathematics (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), uma sigla emprestada do inglês para se referir a essas áreas. Conheça alguns projetos educativos englobando as 4 áreas de STEM nesse link.

Antes de falar do artigo, vou falar do que a gente vê na prática. Quando você entra numa faculdade de Engenharia ou em áreas ligadas ás Ciências Naturais em geral, você vai perceber que as mulheres são a minoria. Muitas vezes eu até acho que Meteorologia é uma estranha exceção à regra, já que de acordo com dados do IAG-USP, dos 85 alunos matriculados atualmente no curso de Bacharelado em Meteorologia, 36 são mulheres. Não somos exatamente a metade, mas acho que estamos muito bem representadas nesse curso quando a gente compara com outros.

Com relação aos programas de Mestrado e Doutorado da mesma instituição (IAG-USP), são 15 mulheres no mestrado contra 26 homens e 17 mulheres no doutorado contra 23 homens (dados de agosto/2018). E com relação aos docentes do Departamento de Ciências Atmosféricas do IAG-USP, são 13 homens contra 7 mulheres.

Sendo assim, quando estou falando do Departamento de Ciências Atmosféricas do IAG-USP, não somos exatamente metade das estudantes de Meteorologia do IAG-USP, mas acredito que estamos melhor quando comparamos com outras áreas das ciências exatas. Em um texto recente do G1, a partir de um levantamento do Inep com pessoas que se formaram em 2015:

  • nós somos a maioria quando nos referimos a todos os cursos superiores: 60% dos formandos em 2015 eram mulheres e 40% eram homens;
  • em cursos relacionados à Ciências, também usando dados de 2015, nós representamos 41% do total;
  • apenas considerando cursos de Engenaria, também usando dados de 2015, representamos apenas 29,3% do total.

Agora voltando ao artigo que mencionei antes.

O artigo em questão conclui que apesar das garotas irem melhor do que os garotos nas disciplinas escolares (ensino médio e fundamental) relacionadas a STEM, ainda somos minoria nos cursos universitários da área de STEM. Foram analisadas as notas de 820.158 moças e  826.629 garotos, em sua maioria dados norte-americanos (70% dos dados). No finalzinho do artigo há um “Supplementary Data”  onde são indicadas todas as fontes de dados.

O senso comum pode fazer que imaginemos que notas boas em uma determinada matéria durante o Ensino Básico poderiam antever qual carreira o estudante seguiria e dessa maneira, teríamos uma maior representatividade de mulheres na área de STEM. No entanto, na prática não é o que temos. E o que explicaria isso? Bom, o artigo sugere que pode haver um efeito backslash: as mulheres em atividades dominadas por homens, incluindo STEM, enfrentam um paradoxo: se elas se encaixam nos estereótipos de gênero, elas podem ser percebidas como menos competentes, mas se desafiar os estereótipos de gênero e se apresentar “como um homem”, seu progresso pode ser interrompido ou limitado tanto por homens quanto por outras mulheres.

Além disso, a análise feita pelo artigo também sugere que mulheres tem a maior tendência de possuírem habilidades em áreas não-STEM (Humanidades, Ensino, etc), pois as notas das garotas em disciplinas não-STEM apresentaram-se consistentemente maiores. Então isso pode fazer com que as mulheres se inclinem mais a seguirem carreiras não-STEM.

É preciso levar em consideração também que a resposta que uma garota dá para a pergunta “o que você vai ser quando crescer” depende muito do ambiente em que ela vive. Se a garota foi incentivada desde criança a seguir a carreira que desejar, certamente isso terá um impacto em sua escolha. As meninas, assim que terminam o Ensino Médio, tem chances iguais a dos garotos de seguirem uma carreira STEM, porém quando ela avalia a opção de cursar uma carreira STEM, ela pode mudar de ideia devido aos estereótipos sociais.

O artigo conclui que para aumentar o número de garotas em STEM, esse caminho deve ser mais atrativo para elas. E na minha opinião, tornar esse caminho atrativo é apresentar opções e possibilidade para as garotas desde sua primeira infância. Mostrar exemplos de mulheres cientistas, falar sobre as pioneiras, sobre as dificuldades do passado e sobre as expoentes atuais em diferentes áreas de atuação. Apresentar jogos que envolvam lógica, brinquedos de montar e atividades ao ar livre são exemplos de atividades que ao meu ver podem estimular o interesse na área de STEM nas garotas.

Entendam, pessoalmente não vejo nenhum problema em uma mãe querer que a filha seja arrumadinha e toda princesinha. A questão é que não devemos oferecer apenas isso às meninas. Devemos mostrar para elas que podemos ser lindas, arrumadas, glamurosas e que também podemos entender de motores de carros, fazer pequenos reparos domésticos, gostar de Astronomia, sonhar com livros de ficção científica etc. Vamos mostrar para as meninas que elas podem ser o que elas quiserem!

 

Observem a seção de brinquedos “de menino” e a seção de brinquedos “de menina”. Percebam que jogos, peças de montar e ferramentas sempre estão na seção de brinquedos masculinos. Quando uma menina brinca com carrinhos ou é “mais moleque” isso muitas vezes é colocado como algo negativo e a menina já se sente desmotivada logo cedo, pois ela está falhando em representar os papeis que a sociedade espera dela.

Algo semelhante ocorre quando um menino decide brincar com uma boneca ou brincar de cozinhar. Acredito que devemos deixar as crianças em paz e permitir que elas explorem várias opções de brincadeiras que estimulem a lógica e a imaginação. Brinquedo não tem gênero! Um garoto que goste de brincar de cozinhar pode se tornar um ótimo pai, que ao lado de sua companheira vai pensar na alimentação saudável da família.

Precisamos também olhar um outro lado da questão: vamos valorizar mais as profissões ditas “tipicamente femininas”. O que vejo por aí também é muita desvalorização do trabalho das pedagogas, psicólogas, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, esteticistas, etc. Imaginem um casal formado por uma pedagoga e um engenheiro. A pedagoga, uma profissional competente e querida. O engenheiro, um profissional mediano. Quem vai ser considerado “o inteligente” ou “o mais bem sucedido” do casal? Pois então, vamos celebrar essas profissões em que somos maioria. Somos a maioria dentro das escolas, principalmente nos primeiros anos de formação. Essas mulheres ajudam a moldar pequenos seres que serão atuantes na sociedade nos anos seguites e seu trabalho deve ser exaltado e celebrado.

Existem outros tipos de inteligência, não apenas a inteligência para raciocínio lógico. Vamos celebrar a diversidade de variedades e valorizar os trabalhos das mulheres, seja em qual área for.

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Filed Under: Blog, Educação, Feminismo Tagged With: educação infantil, feminismo, mulheres na ciência, prêmio nobel, professoras

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