• Política de Privacidade
  • Sobre Mim
  • Sobre o Projeto
  • Contato
  • Skip to primary navigation
  • Skip to main content
  • Skip to primary sidebar
  • Skip to footer

Meteorópole

Uma meteorologista além da Meteorologia

  • Início
  • Sobre
    • Sobre o Projeto
    • Sobre Mim
    • Palestras
    • Parceria
    • Anuncie!
  • Experiências
  • Perguntas sobre Meteorologia
    • Envie sua foto meteorológica
    • Faça sua pergunta
  • Contato
  • Show Search
Hide Search
You are here: Home / Blog / Por que o aumento da temperatura média da Terra em apenas 0,5°C é algo preocupante?

Por que o aumento da temperatura média da Terra em apenas 0,5°C é algo preocupante?

14/11/2018 By Samantha 2 Comments

Ilustração do planeta Terra sendo protegido por mãos. Cortesia de Pixabay

 

Se nós formos pensar em um único dia, um dia de verão por exemplo, 0,5°C de aumento de temperatura ao longo daquele dia não é nada. Na verdade, em um dia de verão, um aumento de 0,5°C pode até acontecer ao longo de menos de 1h. Bom, vamos imaginar que a temperatura seja de 30,o°C em um determinado momento em um dia de verão e que meia hora depois a temperatura tenha subido para 30,5°C. Bom, você já estava sentindo calor mesmo e 0,5°C a mais não fez muita diferença.

Só que quando estamos falando da média da temperatura da Terra, 0,5°C faz uma enorme diferença. E nesse post vou tentar explicar o motivo! Peço que vocês deixem dúvidas e comentários na caixa de comentários, para que esse post possa ter um adendo caso seja necessário.

Antes eram 2,0°C e agora se fala de 1,5°C. 

O Acordo de Paris, elaborado e assinado por 196 países em dezembro de 2015, apela sobre a importância de se manter o aumento contínuo da temperatura média global “bem abaixo de 2,0° C acima dos níveis pré-industriais”, enquanto “busca esforços para limitar o aumento de temperatura a 1,5°C”. A pergunta que muitos fazem é o quanto esse 0,5°C faz diferença.

A European Geosciences Union (EGU) publicou um estudo em 2016 que examinou a diferença entre o impacto de 1,5°C e o impacto de 2,0°C até o final do século, considerando o que sabemos até agora sobre como o clima funciona. Descobriu-se que o salto de 1,5°C para 2,0°C – um terço a mais de um aumento – aumenta o impacto em aproximadamente a mesma fração, falando de maneira bem simples, na maioria dos fenômenos abordados pelo estudo. As ondas de calor durariam cerca de um terço mais, as tempestades seriam cerca de um terço mais intensas, o aumento do nível do mar seria maior e a porcentagem de recifes de coral tropicais em risco de degradação seria também maior.

Mas em alguns casos, esse aumento extra de temperatura torna as coisas muito mais terríveis. A 1,5°C, o estudo constatou que os recifes de corais tropicais têm uma chance de se adaptar e reverter uma parte de seu desaparecimento na última metade do século. Mas a 2,0°C, a chance de recuperação desaparece. Os corais tropicais são praticamente eliminados até o ano 2100.

Com um aumento de 1,5° C na temperatura, prevê-se que a área do Mediterrâneo tenha cerca de 9% a menos de água doce disponível. A 2,0 °C, esse déficit de água quase dobra. O mesmo acontece com a diminuição da colheita de trigo e milho nos trópicos.

Em escala global, prevê-se que a produção de trigo e soja aumente com um aumento de temperatura de 1,5 C, em parte porque o aquecimento é favorável para a agricultura em latitudes mais altas e em parte porque o dióxido de carbono adicionado na atmosfera é o grande responsável pelo aumento da temperatura e acredita-se ter um efeito de fertilização. Mas a 2,0°C, essa vantagem cai 700% para a soja e desaparece totalmente para o trigo {x}.

Eu mencionei esse exemplo relacionado à produção de alimentos, mas também é muito importante deixar claro a questão do aumento do nível do mar. Existem no mundo nações insulares, cujo aumento no nível do mar pode fazer com que seus territórios sejam reduzidos. Outras nações que não são insulares, como Bangladesh, possuem boa parte de seu território formado por planícies. Bangladesh por exemplo tem uma extensa área de planície formada pelo delta dos rios Ganges, Bramaputra e Meghna. Isso faz com que o país tenha áreas muito férteis, porém muito sujeitas a alagamentos normalmente. Com a elevação do nível do mar e com a mudança no regime de chuvas (em muitos locais já estão sendo registradas tempestades muito mais intensas), mais áreas podem ficar alagadas por mais tempo durante o ano (e até permanentemente). E conforme esse estudo da EGU apontou, um salto de 0,5°C no aumento de temperatura média do planeta representa um maior aumento no nível médio dos oceanos.

Fala-se muito na necessidade de justiça climática. Ocorre que Bangladesh é uma nação muito pobre, sem condições de pensar em planos de recuperação ou de mitigação. Se a gente for pensar nos Países Baixos, por exemplo, eles tem dinheiro para poder bancar a resiliência necessária. Na prática, quanto maior o aumento de temperatura, maiores os impactos no clima e se nada for feito, ainda maiores serão as desigualdades entre as nações.

O aquecimento não é homogêneo em todo o planeta!

É necessário consideramos que a Terra não se aquece homogeneamente. A superfície de nosso planeta é muito variada. Temos florestas e vegetações de diversos tipos, vastas regiões cobertas por gelo, desertos, áreas densamente povoadas e urbanizadas, etc. Cada uma dessas superfícies responde de uma maneira diferente ao aquecimento. E claro, isso sem mencionar como o relevo influencia no clima de uma localidade normalmente.

O conjunto de mapas acima foi feito usando o conjunto de dados HadCRUT4. Inclusive eu falei desses dados nesse post, onde explico porque eles são importantes. Bom, esse conjunto de mapas mostra anualmente as mudanças na temperatura média. da superfície da Terra de 1850 até 2016. É possível deduzir que antes tínhamos uma espécie de ciclo, que apontava para épocas de temperatura média mais baixa e épocas de temperatura média mais alta. Nos últimos 30 anos, no entanto, os mapas indicam que tivemos um consistente e sistemático aumento de temperatura, sem nenhuma redução evidente.

O conjunto de mapas foi destaque na Wired a foi feito pelo Ed Hawkins, o mesmo cientista que fez aquela animação famosa que apareceu na cerimônia de abertura das Olimpíadas no Rio de Janeiro (falei sobre isso aqui). Claro que como essa composição de mapas ficou pequena, fica difícil ver o mapa-múndi em detalhes se considerarmos cada mapa individualmente, porém é possível ver claramente que as regiões de latitudes médias do Hemisfério Norte no momento são as que mais sofreram com o aquecimento global, onde a elevação de temperatura foi maior.

Como eu mencionei anteriormente, cada região do globo está se aquecendo de maneira diferente. Há inclusive regiões onde quase não observamos aquecimento ao longo das últimas décadas. Ocorre que cada país não é um compartimento fechado. Quando a gente fala dos fatores que influenciam no clima, eles não são respeitam as fronteiras impostas pela humanidade. A elevação de temperatura em uma determinada região continental ou em uma determinada área do oceano afeta a circulação global da atmosfera como um todo, afetando as correntes marítimas e outros padrões de circulação. Isso faz com que as áreas vizinhas aos locais mais quentes tenham seus climas alterados também, que consequentemente vão afetar seus entornos. É um efeito cascata e de proporções que agora os cientistas estão podendo compreender, através de simulações computacionais e através de dados observados.

Sendo assim, embora algumas regiões estejam se aquecendo mais do que outras, calculando a média global chega-se a determinados valores. Hoje a comunidade científica concorda que o ideal é não ultrapassarmos os 2,0°C e se possível, não devemos ultrapassar os 1,5°C. Conforme os argumentos mencionados anteriormente, 0,5°C fazem muita diferença quando estamos falando em médias globais.

Dica

Responda esse quiz elaborado pelas Nações Unidas para que você avalie sua #climattitude. Ou seja: você já pensou nos impactos das mudanças climáticas em seu cotidiano?

Bibliografia (além do que linkei ao longo do texto)

  • ClimateKids – Nasa
  • 11 mapas que ajudam a explicar o aquecimento global (em inglês)
  • Impacto das mudanças climáticas na produção de soja e milho (NASA em inglês)
  • What does 1,5°C mean in a warming world?

Série sobre o Aquecimento Global

Há alguns meses, fiz uma série de 3 episódios sobre o Aquecimento Global, falando de maneira geral do que se trata:

  • Série sobre o Aquecimento Global – Episódio 1
  • Série sobre o Aquecimento Global – Episódio 2
  • Série sobre o Aquecimento Global – Episódio 3

Dica – Divulgação Científica para crianças

  • ClimateKids – Nasa
  • Ameaças naturais – CEMADEN
  • Minha Moment onde compartilho links com materiais didáticos sobre Ciências da Terra

Alguns destaques e dicas no site da Oficina de Textos e da Amazon

Agora vou falar de um livro em português que é super recomendado para quem está iniciando seus estudos em Meteorologia. Meteorologia: noções básicas conta com um time de autores excelentes (Rita Yuri Ynoue, Michelle S. Reboita, Tércio Ambrizzi, Gyrlene A. M. da Silva), todos professores de cursos de Meteorologia de diversas regiões do Brasil.

Hoje, o jornal em qualquer mídia apresenta e explica a dinâmica meteorológica. Embora façam parte de um sistema complexo, os fenômenos meteorológicos são apresentados nesta obra de forma simples e didática, desde os conceitos básicos de composição e estrutura da atmosfera até a previsão do tempo e do clima e as mudanças climáticas. {x}

Vale muito a pena comprá-lo! Na obra, há material introdutório sobre ciclones tropicais. Um excelente ponto de partida, sem dúvidas. Comprando o livro a partir do meu link, você ajuda na manutenção do Meteorópole, já que eu recebo uma pequena comissão. É uma maneira de ajudar o blog, pois como disse aqui, é através das propagandas que o site se mantém.

Todas as dicas que eu compartilho aqui referem-se a livros que eu consultei ou que eu comprei. Alguns eu até resenhei!  Como vocês já perceberam, tenho formas de tentar ganhar dinheiro com o blog: Google AdSense, PayPal e links patrocinados ou de programas de afiliados (Hotmart, Oficina de Textos e Amazon). Por exemplo, se você comprar livos de Meteorologia usando esse link, você ajuda o blog!


Sou afiliada da Oficina de Textos e da Amazon. Portanto, você pode comprar Meteorologia: noções básicas a partir dos dois links que destaquei!

Eu resenhei o Meteorologia Prática (título acima) nesse post. O livro Atmosfera, Tempo e Clima por outro lado é um título mais geral, indicado para quem está principalmente no primeiro ano de Meteorologia.

O Para Entender a Terra é um livro mais geral, para quem gosta de Ciências da Terra de um modo geral. Excelente livro para professores de Geografia, por exemplo.

 

Compartilhe:

  • Clique para enviar por e-mail a um amigo(abre em nova janela)
  • Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
  • Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
  • Clique para compartilhar no Skype(abre em nova janela)
  • Clique para compartilhar no Pocket(abre em nova janela)

Filed Under: Blog, Clima, Mudanças Climáticas Tagged With: aquecimento global, gráficos, HadCRUT4, mapas, mudança climática, mudanças climáticas, temperaturas

Reader Interactions

Comments

  1. Nemo says

    14/11/2018 at 9:03 pm

    Voltei.

    Creio que a notícia é verdadeira.

    https://ovnihoje.com/2015/11/25/civilizacao-alieningena-avancada-descobre-planeta-inabitavel-humor-negro/

    Mas tenho esperança ainda.

    Nemo, o “chaato”

  2. Samantha says

    15/11/2018 at 7:38 pm

    hahaha parece ser verdadeira mesmo 😉
    Tem que manter a esperança mesmo, penso assim tb.

Comente Cancelar resposta

Primary Sidebar

Minhas redes sociais

  • Twitter
  • Instagram
  • Facebook
  • LinkedIn
  • Pinterest

Publicidade

Gosta do Meteorópole?

Doe pelo PicPay: @samanthaweather

Assinar blog por e-mail

Digite seu endereço de e-mail para assinar este blog e receber notificações de novas publicações por e-mail.

Categorias

Blogroll

  • Aqui só tem História!
  • Das Minucias – Lorena
  • Habeas Mentem
  • Mamãe Plugada
  • Meteorologia Sinótica (Prof. Rita Ynoue)
  • Momentum Saga
  • Monolito Nimbus
  • Outra Cozinha (Carla Soares)
  • Poeira Cósmica (Aline Ribeiro)
  • Tá em promoção! – Blog

Banners de Blogs Bacanas (BBB)



Informações Importantes

  • Política de Privacidade
  • Sobre Mim
  • Sobre o Projeto
  • Contato

FAQ

Qual a diferença entre nevoeiro e neblina?
A única diferença entre nevoeiro e neblina (também chamada de cerração, ruço, névoa, librina o brêtema) é…

Clique para ver resposta completa

Footer

Tags

A "Cientista" Grávida - A Série aquecimento global arte calendário do advento chuva classificação de nuvens clima Curiosidades dicas divulgação científica dúvida do leitor educação ensino eventos feminismo ficção científica filosofia de buteco furacão furacões leitura literatura livros maternidade mudança climática mudanças climáticas natal nuvens opinião palestras previsão do tempo profissão pseudociência publicidade raios reflexões religião seca sobre escrever star trek são paulo tornado tufão vida de mãe vídeo vídeos

Posts Recentes

  • O nome popular das plantas: o caso onze-horas
  • Mais uma ocorrência de cabeça d’água: cuidado nos rios e quedas d’água
  • Brinco de Oxum
  • A ausência do olhar
  • A perda de uma árvore

Meteorópole Copyright © 2021 · Hospedagem Gerenciada Girardi♥Pauly · Log in

#meteoropole no Instagram

No images found!
Try some other hashtag or username
loading Cancelar
Post não foi enviado - verifique os seus endereços de e-mail!
Verificação de e-mail falhou, tente novamente
Desculpe, seu blog não pode compartilhar posts por e-mail.