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Hoje vou escrever algumas reflexões sobre maternidade. Tem a ver com algo que eu discutia com um grupo de amigas.
A expressão “cuspir para cima” significa “falar de forma esnobe sobre algo que pode vir acontecer futuramente”{x}. Eu vejo muitas amigas e conhecidas que ainda não são mães tecendo verdadeiros tratados sobre a maternidade. Dizendo que com elas será diferente, que elas agirão dessa ou daquela maneira quando forem mães, escandalizadas com o comportamento de uma determinada criança em um ambiente público e até julgando ou dando verdadeiras “lições de moral” em posts que retratam supostos flagrantes de mães irresponsáveis. Minhas queridas, eu não tenho raiva de vocês e nem as censuro. Até porque eu já fui igualzinha! E na verdade, eu ainda ajo assim. Quando vejo uma mãe tendo um comportamento que desaprovo, meu cérebro registra aquilo como algo negativo. Porém eu aprendi a ficar quieta, porque posso realmente cuspir para cima e cair na minha testa.
Também comecei a entender que quando nós vemos uma cena que desaprovamos, como a de uma criança fazendo birra em um shopping, nós não temos acesso ao todo. Não sabemos como está a dinâmica daquela família, não sabemos se aquela criança está doente ou cansada, não conhecemos a personalidade da criança, etc. Sendo assim, o melhor é observar e não falar nada. Observe rapidamente e não encare! Hoje é comum que algumas pessoas filmem certas cenas familiares alheias, postem nas redes sociais em tom de desaprovação e com isso provocam um levante de comentários contrários àquela mãe ali retratada. Ou até mesmo a própria mãe filma algo que considera fofo e é alvo de críticas. Recentemente mostrei um vídeo de meu filho fazendo uma gracinha para uma pessoa e ela me criticou por “não ter colocado blusa de frio nele”. Fiquei bem chateada, porque a pessoa não sabia das condições de temperatura de minha casa no momento da filmagem e ignorou o fato de meu filho ser uma pessoa calorenta. Estar no papel de “vítima” nos faz considerar o quanto muitas vezes (quase sempre!) julgamos sem saber o todo.
Eu tenho um filho de quase 3 anos e meio e estou grávida de 32 semanas de meu segundo filho. Uma coisa que entendi é que eu tenho que ter meu coração em paz e isso (para mim) é o mais importante pois é o que vai fazer com o que seja uma boa mãe. Bom, é o que eu acho no momento. Ser mãe também é um exercício de constante aprendizado e de mudança de opinião e muitas vezes somos obrigadas a reconhecer que essa opinião passou por uma mudança radical. Vamos percebendo como é a personalidade da criança, como estão as circunstâncias e também vamos obtendo novas informações através da leitura e da observação. Isso faz com que nós mudemos e mudemos muito! Não acredito em “pacote fechado” de educação. Eu sei que precisamos dar bons exemplos, sermos honestas e sermos realistas. Sei também que é importante transmitirmos alguns valores e tradições familiares. Mas eu entendo que o mundo está em constante transformação, então precisamos nos empoderar em conhecimento para que sejamos mães mais confiantes.
É importante tomarmos cuidado para não ficarmos tão confusas diante de tanta informação. Com o tempo aprendemos a filtrar todas as informações que recebemos e vamos também aprendendo a consultar boas fontes de informação. Quando falo em boas fontes de informação, falo em consultar pessoas sábias e experientes de sua confiança, textos informativos bem escritos e bem referenciados e materiais produzidos por pessoas que tem um estilo de vida semelhante ao seu. Se você se espelhar totalmente “naquela blogueira famosa”, vai acabar se frustrando. Ela é de um jeito, ela tem uma história de vida e você tem outra. Portanto, aprenda a filtrar e aplicar o que está dentro de seus valores e dentro de sua realidade socioeconômica.
E não se importe se “cuspir para cima” de vez em quando. Muitas vezes nos sentimos um tanto contraditórias ao mudarmos de ideia, mas entenda: novas informações vão surgindo e o amadurecimento vai chegando. Por isso, é normal e muitas vezes até saudável que nossa postura mude. Vamos procurar ter paz no coração!
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