
Eu já reclamei que há pessoas que não sabem fazer pesquisas na internet. E bom, meio que vou falar disso novamente.
Escrevo no Meteorópole desde 2011 e escrevo em blogs desde 2006 mais ou menos. O Meteorópole é o blog que eu realmente levei a sério. Antes meus blogs tinham aquela cara de “querido diário” e eu não pensava em compartilhar pensamentos mais elaborados ou informações relevantes. Eu nem imaginava que eu pudesse falar de Ciências, embora eu já consumisse divulgação científica em forma de livros e documentários.
Um blog não pode ser considerado uma “fonte definitiva de pesquisa”. Meus leitores mais atentos perceberam que sempre indico minhas fontes ao longo do texto ou ao final do texto, sempre procurando indicar os links direitinho. Em uma pesquisa na internet, para um trabalho escolar ou simplesmente para satisfazer uma curiosidade pessoal, temos que realmente ir clicando de link em link. Isso é navegar na internet, como chamávamos nos primórdios. Você pega um barquinho e segue rumo ao desconhecido, porém com o objetivo de procurar as suas especiarias e vai encontrar surpresas pelo caminho.
Mas, parece que alguns leitores pensam que eu tenho a obrigação de lhes fornecer a fonte definitiva de pesquisa meteorológica. Não é assim, mesmo que eu quisesse. Eu tenho limitações, não sei tudo de Meteorologia e nem tenho tempo para escrever sobre tudo o que eu gostaria. Eu faço o que posso aqui, nem sempre acerto mas eu posso melhorar. Por isso sugestões e comentários educados e com conteúdo sempre são bem vindos. Se você não achou o que procura aqui no meu blog, não adianta me xingar. Procure outro texto em outro blog: ou seja, navegue na internet. Não pare no primeiro link que achar. Você também pode deixar um comentário educado sugerindo um tema e se eu tiver condições de escrever sobre o assunto, claro que escreverei assim que possível.
Há ainda aqueles que se doem porque lhes apresento um fato científico que contradiz àquilo que previamente acreditavam. Sinto muito, o mundo não é a projeção de sua mente. Há coisas que desconhecemos, há ideias pré-concebidas que não condizem com a realidade. E no tocante à Meteorologia, estou aqui para tentar apresentar alguma coisa no intuito de esclarecer esses enganos.
E há aqueles que simplesmente discordam de mim em algum assunto banal, por pura ignorância ou apenas por ter um modo de viver diferente do meu. Se a discordância for colocada de maneira educada, tudo bem. Mas há quem chegue aqui já “dando voadora”. Por favor, esse é apenas um blog e apenas uma opinião em meio há tantas e nem todas as opiniões serão iguais.
Vez ou outra recebo comentários completamente imbecis. Imbecis porque são ignorantes, grosseiros ou simplesmente desnecessários. Eu até já falei sobre isso nesse post. Como exemplo, emana passada recebi a seguinte pérola:
Não se deve acreditar em previsão de economista, meteorologista, cartomante e político. Economista: as previsões econômicas indicam….! Meteorologista: Hoje tem bom com previsão de “tempo ruim” para o período a tarde. Cartomante: as cartas indicam que no futuro você estará rico. Político: no futuro prometo acabar com a pobreza no Brasil.
Acho que esse comentário tem a ver com o cenário de desespero que vivemos, onde as pessoas não conseguem vislumbrar nada de positivo, lamentavelmente. O firehosing faz as pessoas acreditarem em cada besteira sem sentido e assim deixam de considerar o que realmente pode ajudar a tomar decisões e planejar um futuro. É como ficar apenas de um lado para o outro, correndo.

Quadrinho do Mauricio de Souza onde Seu Cebola, Cascão e Floquinho correm de um lado para o outro perguntando-se “O que está acontecendo?” e a resposta para essa pergunta retórica é “Eu não sei!”
Além disso, o comentarista veio no intuito de atacar meu conteúdo e eu me pergunto se ele realmente tem lastro intelectual para discutir Economia, Política ou Meteorologia. Que fique aqui muito claro que eu não estou “me achando” e nem penso que em qualquer discussão sobre qualquer assunto é necessário que as pessoas envolvidas tenham pós-graduação no assunto discutido. Apenas questiono aqui que o comentarista já chegou com pedras nas mãos e com uma opinião previamente estabelecida de que não se deve acreditar em previsões de meteorologistas ou economistas, como se esses profissionais se valessem dos mesmos ‘mecanismos’ de adivinhos. E eu me pergunto:
- como discutir com alguém que já chega até você com essa postura?
- o que esse sujeito quis a não ser “causar treta” no meu blog?
- o que uma pessoa ganha fazendo esse tipo de comentário?
- por que esse sujeito visitou meu blog para começo de conversa?
Algumas pesquisas apresentam “fórmulas” para acabar com a desinformação (falei sobre isso aqui). Acredito que a maioria dos divulgadores de ciência fazem o seu melhor (e eu concordo com o Luiz, temos que fazer isso com empatia). Só que uma coisa é lidar com uma pessoa supersticiosa e educada. Outra coisa é lidar com pessoas arrogantes e mal educadas. Daí complica mesmo, por isso na maioria das vezes prefiro simplesmente deletar ou ignorar certos comentários daqui do blog.
Por fim, um alerta: vamos sempre tentar manter nossas mentes abertas e dispostas a aprender. Que aprendamos a não chegar nos lugares com “os dois pés na porta”. Vamos ouvir e entender, mesmo que não concordemos. E vamos respeitar o saber do outro e o esforço empregado em sua formação. Nosso país precisa aprender a valorizar o conhecimento e a valorizar quem busca por conhecimento.
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