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Impactos da Energia Eólica

16/04/2019 By Samantha Leave a Comment

Ilustração mostrando uma casa com a lâmpada interior e exterior acesas. Do lado de fora, duas turbinas eólicas, sugerindo que essa é a fonte de energia da casa.
Stock Unlimited

A energia eólica é uma das mais limpas e sustentáveis, já que não produz nenhum tipo de resíduo direto e nem emissões de gases de efeito estufa. Além disso, há muitos locais onde o vento é abundante e não há restrições para obtê-lo.

Muitas vezes quando vamos pesquisar uma imagem para ilustrar sustentabilidade e maneiras limpas de produzir energia, inevitavelmente aparecem imagens de lindas paisagens com turbinas eólicas. Será que elas realmente não provocam nenhum impacto no ambiente? Será que essas paisagens são realmente lindas?

Atualmente a área de energias renováveis tem sido um importante mercado para os meteorologistas. Alguns colegas meus trabalham na área e muitos meteorologistas tem procurado se especializar no assunto. Muitos tem feito pós-graduação (lato sensu e stricto sensu) no assunto, buscando identificar quais são os melhores lugares para a instalação de usinas de geração de energia eólica e compreender a evolução dessa tecnologia.

Há um tempo atrás, li o livro Gaia: Alerta Final, do ambientalista James Lovelock onde ele já criticava as turbinas eólicas (o livro é de 2010). No livro, Lovelock diz que as turbinas prejudicam a vida selvagem e atrapalham as paisagens do interior do Reino Unido. Lovelock é inglês e gosta de apreciar a vida no campo e ele é um grande defensor das usinas nucleares (chegou a chamá-la de única solução verde), o que é bastante controverso, claro. Mas o que podemos dizer além das observações de Lovelock? Nesse post, vamos falar sobre cada um dos principais impactos da energia eólica separadamente.

Uso do solo

O impacto do uso da terra nas instalações de energia eólica varia substancialmente dependendo do local: as turbinas eólicas colocadas em áreas planas normalmente usam mais terra do que aquelas localizadas em áreas montanhosas. No entanto, as turbinas eólicas não ocupam toda essa terra, já que elas devem estar espaçadas entre si. Esse espaçamento deve ser entre 5 e 10 vezes o diâmetro do rotor da turbina eólica. Dessa maneira, as próprias turbinas e toda a infra-estrutura ao redor (estradas e linhas de transmissão) também ocupam uma parte da área total de uma instalação de energia eólica.

Uma pesquisa do National Renewable Energy Laboratory, laboratório norte-americano de energias renováveis, avaliou as grandes instalações eólicas dos Estados Unidos e descobriu que essas instalações usam entre 30 e 141 acres (entre 121.000 m² e 570.000m²) por megawatt de capacidade de produção de energia. Parte da área onde a instalação de energia eólica é construída pode ser usada com áreas para caminhada, rodovias, áreas para pecuária e agricultura, etc. A possibilidade de uso conjunto vai depender do tipo de terreno da instalação. Alternativamente, as instalações eólicas podem ser construídas em terrenos abandonados, terrenos industriais subutilizados ou áreas do tipo. Ou seja, essas áreas já ficariam “largadas” mesmo, então seria vantajoso colocar algum tipo de instalação nelas e dessa maneira a preocupação com o uso do solo seria diminuída.

Uma outra possibilidade seriam as instalações eólicas offshore, ou seja, no oceano. A questão é que elas exigem maiores quantidades de espaço porque as turbinas e as pás são maiores do que o modelo utilizado em instalações terrestres. Dependendo de sua localização, tais instalações offshore podem competir com uma variedade de outras atividades oceânicas, como pesca, atividades de lazer, extração de areia e cascalho, extração de petróleo e gás, navegação e aquicultura.

Vida Selvagem

O impacto das turbinas eólicas na vida selvagem, principalmente no que diz respeito a pássaros e morcegos, tem sido extensivamente estudado. Um trabalho do National Wind Coordinating Committee (NWCC) descobriu evidências de mortes de pássaros e de morcegos devido colisões com as turbinas eólicas, também devido às variações de pressão do ar causadas pelo movimento de ar das turbinas ao girarem e também em decorrência da destruição de seus habitats para a instalação das turbinas. No entanto, o NWCC chegou a conclusão de que a taxa de mortalidade é baixa e não causaria impacto nas populações dessas espécies (veja o estudo aqui).

De acordo com pesquisadores, estudos no comportamento da vida selvagem e avanços tecnológicos permitiram a redução das mortes dos pássaros e morcegos. Por exemplo, biólogos descobriram que morcegos são mais ativos quando a velocidade do vento é mais baixa e usando essa informação, concluíram que é melhor deixar as turbinas paradas quando a velocidade do vento está muito baixa (ou seja, usar mecanismos para impedir que elas não se movimentem nem um pouquinho). Com essa medida, a mortandade dos morcegos por colisão com as turbinas é reduzida significativamente (leia mais aqui).

Um artigo publicado no Conservation Biology mostra que águias de uma região da California foram mortas por turbinas eólicas e que a população dessas águias só não entrou em declínio porque águias da mesma espécie que vieram de outras regiões fora da área de estudo contribuíram para que a população de águias ficasse estável. Ou seja, não é assim tão tranquilo para os animais.

E no Brasil? Conversei com um colega que tem experiência profissional na área de energia eólica e ele me explicou que aqui no Brasil, antes de qualquer instalação de um parque eólico é necessário um EIA/RIMA (um estudo de impacto ambiental). Se os biólogos envolvidos na elaboração do EIA/RIMA detectarem que a região é caminho de aves migratórias, o projeto do parque eólico é cancelado. E claro, o projeto será vetado ou deverá ser modificado caso outras espécies de animais ou a flora da região seja minimamente afetada pelo empreendimento. Inclusive encontrei um EIA/RIMA de parque eólico como exemplo (veja aqui) e observe como tudo é documentado: informações sobre localização, relevo, tipo de vegetação, tipo de fauna, tipo de equipamento que será instalado, etc.

Turbinas eólicas marítimas podem ter impactos semelhantes em aves marinhas. Parques eólicos localizados no mar também terão impacto sobre peixes e outros animais marinhos. Alguns estudos sugerem que as turbinas podem na verdade aumentar as populações de peixes, agindo como recifes artificiais (leia mais aqui). O impacto varia de local para local e, portanto, são necessários sistemas adequados de pesquisa e monitoramento para cada instalação eólica offshore. Por outro lado, outros pesquisadores são cautelosos e afirmam que ainda não são muito claros quais são os impactos da instalação de turbinas eólicas offshore na vida marinha (leia mais aqui).

Saúde pública e impactos na comunidade

Aqui entra a questão do impacto visual da instalação das turbinas eólicas, que é uma das preocupações mencionadas por Lovelock em Gaia: Alerta Final.

O impacto sonoro é outra preocupação. A maior parte do som emitido pelas turbinas é aerodinâmico, ou seja, quando o vento as faz rodar. Há também sons mecânicos relacionados com o movimento das engrenagens. De um modo geral, a intensidade do som vai depender do design da turbina. Algumas pessoas que moram próximas a turbinas eólicas tem falado a respeito do som e esse é um ponto a ser considerado. Apesar da intensidade som não ser exatamente um problema de saúde pública (pelo o que pesquisei, não tem a quantidade de decibéis que preocupa), ter um “ruído de fundo” o tempo todo pode incomodar, sobretudo em áreas pacatas onde antes não havia esse ruído. Avanços tecnológicos estão ajudando a minimizar esse problema, usando materiais adequados que minimizam os sons emitidos (leia mais aqui).

Em determinadas condições de iluminação, as turbinas eólicas podem criar um efeito conhecido como oscilação de sombra. Esse efeito pode ser minimizado com a localização cuidadosa, plantando árvores, instalando toldos ou reduzindo as operações de turbinas eólicas quando certas condições de iluminação existirem.

O Federal Aviation Administration (FAA), órgão norte-americano da área de aviação também apresenta algumas restrições e detalhes que visam garantir segurança. Se a estrutura tiver mais de 200 pés de altura (60m), será necessário instalar luzes vermelhas na estrutura. No entanto, a FAA determinou recentemente que, desde que não haja lacunas na iluminação superior a meia milha (800m), não é necessário colocar uma luz vermeha em cada torre em um projeto eólico de múltiplas turbinas. A iluminação diurna é desnecessária desde que as turbinas sejam pintadas de branco.

A questão estética das turbinas é algo bastante pessoal. Como mencionei anteriormente, Lovelock parece considerá-las feias ou desagradáveis, como estruturas que estragam a beleza natural e a vista da região onde estão instaladas. Vou dar um exemplo muito pessoal que não envolve turbinas eólicas, mas sim antenas de celular. Há alguns anos viajei pela Chapada Diamantina e quando subi o Morro do Pai Inácio uma chamativa torre de celular estava bem ali ao lado. Não deixei de pensar que ela estava estragando a vista pois para mim estava, não combinava com o ambiente. Mas fato é que nós gostamos de ter cobertura de rede em todos os lugares e ter a antena ali naquela paisagem de tirar o fôlego era um preço a se pagar. Talvez possamos pensar da mesma maneira no que diz respeito às torres eólicas.

Uso d’água

Embora durante a operação as turbinas eólicas não precisem de água, claro que houve todo um gasto durante a fabricação e durante a instalação (para preparar o cimento das fundações, por exemplo).

Emissões de gases de efeito estufa

Embora não existam emissões de aquecimento global associadas à operação de turbinas eólicas, há emissões associadas a outras etapas do ciclo de vida de uma turbina eólica, incluindo produção de materiais, transporte de materiais, construção e montagem no local, operação e manutenção, etc. Como tudo que fazemos na vida, sempre vamos deixar uma pegada de carbono, nem que indiretamente.

As estimativas do total de emissões de aquecimento global dependem de vários fatores, incluindo a velocidade do vento, a porcentagem de tempo que o vento está soprando e a composição do material da turbina eólica (leia mais aqui).

A maioria das estimativas de emissões de aquecimento global do ciclo de vida de turbinas eólicas está entre 0,009kg e 0,018kg de dióxido de carbono equivalente (CO2e) por kilowatt-hora. Para colocar isso em contexto, as estimativas de emissões de aquecimento global do ciclo de vida para eletricidade obtida a partir de gás natural estão entre 0,027kg e 0,9kg de
CO2e por quilowatt-hora e estimativas para eletricidade gerada por carvão são 0,635kg e 1,6kg de CO2e por quilowatt-hora, de acordo com o SRREN Report do IPCC.

Conclusão

Quando eu cursei Técnico em Eletrotécnica há quase 20 anos, lembro de um professor resumir de maneira muito direta: não existe maneira de produzir energia elétrica que não tenha algum impacto ambiental. É importante termos isso em mente e não sonharmos com um custo zero, isso simplesmente não existe.

É necessário pensar em alternativas variadas para se produzir energia elétrica. Enquanto escrevo esse post, fico pensando no valor de minha conta de energia elétrica (que tem sido bastante elevado). No entanto, somos reféns da energia elétrica hoje em dia. Não tem jeito, a maneira que vivemos hoje depende inteiramente de energia elétrica e devemos pensar em maneiras inteligentes para produzi-la e usá-la. Nesse texto, tentei expor alguns dos pontos negativos da energia eólica. Sim, como vocês puderam observar, existem alguns pontos negativos e eles precisam ser conhecidos antes de tomar qualquer decisão quanto a instalação.

Além disso, assim como a energia solar, não adianta simplesmente sairmos instalando turbinas eólicas em qualquer lugar. É aqui que entra a expertise do meteorologista. Através de estudos de observação e modelagem, o meteorologista consegue detectar em quais áreas a instalação pode ser feita e o engenheiro vai poder dizer as melhores tecnologias a serem implantadas.

Leia mais:

Além dos links indicados ao longo do post, recomendo:

  • Environmental Impacts of Wind Power – Union of Concerned
  • Precificação da Energia – Monolito Nimbus
  • Distribuição de Energia Elétrica – Monolito Nimbus
  • Energia Eólica cresce no Brasil, apesar de ceticismo do governo – IHU
  • Turbina eólica é animal, mata água mata geral – Ceticismo.net

Livros Indicados

Recado final

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Filed Under: Blog, Energias Renováveis, Vento Tagged With: aquecimento global, energia eólica, mudanças climáticas

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