• Política de Privacidade
  • Sobre Mim
  • Sobre o Projeto
  • Contato
  • Skip to primary navigation
  • Skip to main content
  • Skip to primary sidebar
  • Skip to footer

Meteorópole

Uma meteorologista além da Meteorologia

  • Início
  • Sobre
    • Sobre o Projeto
    • Sobre Mim
    • Palestras
    • Parceria
    • Anuncie!
  • Experiências
  • Perguntas sobre Meteorologia
    • Envie sua foto meteorológica
    • Faça sua pergunta
  • Contato
  • Show Search
Hide Search
You are here: Home / Blog / Mulheres na Ciência – Joanne Simpson

Mulheres na Ciência – Joanne Simpson

01/04/2019 By Samantha Leave a Comment

Queridos colegas meteorologistas, sabe o TRMM (Tropical Rainfall Measuring Mission)? Então, Joanne Simspson ajudou a desenvolvê-lo. Ela foi uma pioneira da Meteorologia nos EUA, sendo a primeira mulher nos Estados Unidos a receber um título de doutorado em Meteorologia (recebido em 1949 pela University of Chicago). No post de hoje, vamos falar sobre ela.

Bom, só para esclarecer, eu falei do TRMM várias vezes no Meteorópole, mas acredito que nesse post está melhor explicado e o verbete da Wikipedia está bem detalhado também. Resumindo, o TRMM é um satélite feito para estudar a chuva nos trópicos.

Joanne Simpson (1923-2010) estudou na University of Chicago até o doutorado. Fez um pós-doutorado no Dartmouth College e deu aulas em várias instituições norte-americanas. Ela estudou várias áreas da meteorologia, porém se especializou em Meteorologia Tropical.

Dentro da meteorologia tropical, Joanne estudou as chamadas hot towers, que é o nome dado às nuvens Cumulonimbus (Cb) que são enormes e chegam no comecinho da estratosfera e liberam muito calor latente. A propósito, se você pesquisa hot towers certamente já ouviu o nome de Joanne porque toda bibliografia inicial do assunto inclui o nome dela, uma vez que ela e seu colega Herbert Riehl foram os criadores dessa hipótese. Sendo assim, inevitavelmente, o nome dela aparece nas revisões bibliográficas sobre o tema.

Coincidentemente, falei sobre a altura das nuvens Cb nesse post recente.

Joanne também pesquisou a respeito de furacões, ventos alíseos e interação oceano-atmosfera. Ao todo, Joanne publicou cerca de 190 artigos (como autora ou co-autora). Ela não era fraca não. Foi reconhecida durante sua carreira, ganhando inclusive a Medalha Rossby em 1983. Eu acredito que a Medalha Rossby é como o “Prêmio Nobel da Meteorologia e Oceanografia” (assim como a Medalha Fields é importante para os matemáticos).

A propósito, até hoje apenas 3 mulheres ganharam a Medalha Rossby. Joanne Simpson foi a primeira em 1983. Em 2000, Susan Solomon também foi condecorada (estudos sobre a camada de ozônio) e em 2019,
Inez Y. Fung foi condecorada (estudos na área de interação biosfera-atmosfera). A medalha é entregue desde 1953 pela American Meteorological Society {x}.

Chamou minha atenção o que teria dito Joanne ao receber a Medalha Rossby:

“It isn’t really so ridiculous that I did all of this. I’m not really a freak; I am a member of the community.”


“Não é realmente tão ridículo que eu fiz tudo isso. Eu não sou realmente uma esquisita; eu sou um membro da comunidade.”

Joanne Simpson

Se hoje em dia ainda acham “estranho” quando uma mulher se dedica aos estudos na área de Ciências Exatas, imagine só na época em que Joanne iniciou seus estudos. Quando ela diz que não é uma “esquisita”, ela provavelmente se refere a todas as vezes que disseram isso para ela ou que fizeram ela se sentir assim. No entanto, apesar disso, a frase dela transmite uma autoestima elevada e um sentimento de merecimento: ela realmente sabia que merece o reconhecimento. Além disso, ela sabe a importância desse conhecimento para a comunidade.

Quantas de nós sofremos da tal Síndrome do Impostor que só nos coloca para baixo e impede que tenhamos ambição? Portanto, que todas nós possamos pensar nas palavras de Joanne e tê-la como inspiração!

Algumas das instituições onde Joanne trabalhou foram: University of Chicago, New York University, Illinois Institute of Technology, Woods Hole Oceanographic Institution, UCLA, Environmental Satellite Services Administration (ESSA), National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e University of Virginia.

Lembram-se do Projeto Stormfury (falei dele nesse post e nesse outro post)? Então, o projeto tinha como objetivo o estudo dos furacões e até pensava na possibilidade de modificá-los, para mudar sua intensidade e sua rota (o que evidentemente não é possível). Joanne foi diretora do projeto em 1966. Estudar Meteorologia Tropical sem mencionar o nome de Joanne é praticamente impossível.

E o sobrenome Simpson também tem a ver com Meteorologia. O nome de solteira de Joanne é Joanne Gerould. Ocorre que Joanne foi casada com Robert Simpson, meteorologista norte-americano que era especialista em furacões. Sabe a escala Saffir-Simpson que classifica a intensidade de um furacão usando como base principalmente a intensidade dos ventos? Então, Robert Simpson foi um de seus desenvolvedores, por isso a escala tem seu nome.

O meteorologista realiza bastante trabalho observacional, dependendo de sua área de atuação. Hoje em dia há meteorologistas formados que não sabem distinguir um anemograma de um barograma apenas “batendo o olho” (sério), não porque não saibam o que são essas grandezas físicas, mas porque atuam na frente dos computadores trabalhando com dados de modelos meteorológicos e não tem afinidade com os instrumentos meteorológicos. Há também muitos meteorologistas que não sabem identificar as nuvens através de observações, justamente porque trabalham em escritórios, sempre na frente dos computadores.

Na época que Joanne atuou profissionalmente, o trabalho observacional era praticamente realizado por todos meteorologistas, já que a ideia de fazer uma previsão do tempo operacional usando computadores estava apenas começando. Joanne teve grande atuação na Meteorologia Observacional e inclusive realizou alguns sobrevoos no Pacífico Tropical para melhor compreender a formação das intensas nuvens de tempestade típicas dos trópicos. As observações de Joanne possibilitaram que modelos de parametrização de nuvens pudessem ser inseridos nos modelos meteorológicos que começaram a ficar cada vez mais sofisticados ao longo da segunda metade do século XX e seu trabalho foi pioneiro nisso. Por essa razão, o primeiro modelo de nuvens é atribuído a Joanne.


Joanne Simpson em uma mesa de trabalho, debruçada sobre imagens de nuvens que foram filmadas no Pacífico Tropical. Cortesia de Wikimedia Commons

Ainda muito jovem, Joanne decidiu estudar e se tornar autossuficiente quando observou sua mãe, que passou por um divórcio difícil {x}. Ela foi alvo de hostilidades durante sua carreira acadêmica (veja aqui), quando membros do corpo docente da Universidade chegaram a dizer que nenhuma mulher conseguiu e nunca conseguiria um doutorado em Meteorologia naquela instituição e que se conseguisse, jamais conseguiria um emprego na área. Além disso, o próprio Carl-Gustaf Rossby teria dito que ela poderia estudar nuvens já que era um assunto que ninguém tinha interesse e “era ótimo para uma garotinha estudar” {x}. E como vocês já leram anteriormente, ela foi vencedora da Medalha Rossby em 1983, mostrando mais uma vez uma das típicas ironias do destino.

Nesse texto sobre Joanne, é dito que ela começou a se interessar por Meteorologia durante a Segunda Guerra Mundial, quando se interessou em ser piloto de aeronaves. E quem quer ser piloto de aeronaves precisa estudar Meteorologia. A partir disso, Joanne acabou se apaixonando pela área e acabou dando aulas de Meteorologia para os cadetes da aviação.

Em sua biografia em um link da NASA, é dito que Joanne mantinha seu entusiasmo mesmo estando na casa dos 80 anos. Ela demonstrava orgulho de sua família, tendo fotos de seus filhos e netos em seu escritório.

Joanne Simpson, já na casa dos 80 anos. Joanne faleceu em 2010. Fonte: Earth Observatory – NASA

Outros posts da série

Para conferir todos os posts da série Mulheres na Ciência, clique aqui.

Livro recomendado



Vou falar de um livro em português que é super recomendado para quem está iniciando seus estudos em Meteorologia. Meteorologia: noções básicas conta com um time de autores excelentes (Rita Yuri Ynoue, Michelle S. Reboita, Tércio Ambrizzi, Gyrlene A. M. da Silva), todos professores de cursos de Meteorologia de diversas regiões do Brasil.

Hoje, o jornal em qualquer mídia apresenta e explica a dinâmica meteorológica. Embora façam parte de um sistema complexo, os fenômenos meteorológicos são apresentados nesta obra de forma simples e didática, desde os conceitos básicos de composição e estrutura da atmosfera até a previsão do tempo e do clima e as mudanças climáticas. {x}

Vale muito a pena comprá-lo! Na obra, há material introdutório sobre ciclones tropicais. Um excelente ponto de partida, sem dúvidas. Comprando o livro a partir do meu link, você ajuda na manutenção do Meteorópole, já que eu recebo uma pequena comissão. É uma maneira de ajudar o blog, pois como disse aqui, é através das propagandas que o site se mantém.

Eu recomendo esse livro com bastante frequência porque ele realmente é muito bom. Eu o recebi na versão digital e na versão física e em várias ocasiões ele me serviu como consulta rápida para elaborar um texto aqui para o blog ou para tirar alguma dúvida sobre meu trabalho. Recomendo sempre. E se preferir, pode comprá-lo na Amazon também pois também recebo comissão.

Ajudando o blog de outras formas

Além de comprar os livros e outros produtos que indico a partir dos links daqui do blog, você pode doar pelo PayPal (qualquer quantia já ajuda no café) e para isso basta clicar no link.

Se você está sem grana sobrando e gosta do meu conteúdo, compartilhe meus links com as pessoas que você conhece e que possam se interessar. Por favor, compartilhe os links de coisas que você gosta (não apenas meu blog). Jamais copie e cole todo o conteúdo.

Minha lojinha no Repassa

Se você gosta da proposta de reaproveitamento e economia, sempre pensando no meio ambiente e no bolso, confira minha lojinha no Repassa.

Siga-me também nas redes sociais!

  • Twitter
  • Instagram

Compartilhe:

  • Clique para enviar por e-mail a um amigo(abre em nova janela)
  • Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
  • Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
  • Clique para compartilhar no Skype(abre em nova janela)
  • Clique para compartilhar no Pocket(abre em nova janela)

Filed Under: Blog, Feminismo, Furacão, História Tagged With: furacões, hot towers, joanne simpson, meteorologia tropical, mulheres na ciência, mulheres na meteorologia, pioneiras, pioneiras na meteorologia

Reader Interactions

Comente Cancelar resposta

Primary Sidebar

Minhas redes sociais

  • Twitter
  • Instagram
  • Facebook
  • LinkedIn
  • Pinterest

Publicidade

Gosta do Meteorópole?

Doe pelo PicPay: @samanthaweather

Assinar blog por e-mail

Digite seu endereço de e-mail para assinar este blog e receber notificações de novas publicações por e-mail.

Categorias

Blogroll

  • Aqui só tem História!
  • Das Minucias – Lorena
  • Habeas Mentem
  • Mamãe Plugada
  • Meteorologia Sinótica (Prof. Rita Ynoue)
  • Momentum Saga
  • Monolito Nimbus
  • Outra Cozinha (Carla Soares)
  • Poeira Cósmica (Aline Ribeiro)
  • Tá em promoção! – Blog

Banners de Blogs Bacanas (BBB)



Informações Importantes

  • Política de Privacidade
  • Sobre Mim
  • Sobre o Projeto
  • Contato

FAQ

Qual a maior temperatura registrada no Planeta Terra?
Muitos ainda acreditam que a maior temperatura registrada na Terra foi 57,8°C, na pequena cidade…

Clique para ver resposta completa

Footer

Tags

A "Cientista" Grávida - A Série aquecimento global arte calendário do advento chuva classificação de nuvens clima Curiosidades dicas divulgação científica dúvida do leitor educação ensino eventos feminismo ficção científica filosofia de buteco furacão leitura literatura livros maternidade mudança climática mudanças climáticas natal nuvens opinião palestras previsão do tempo profissão pseudociência publicidade raios reflexões religião resenha seca sobre escrever star trek são paulo tornado tufão vida de mãe vídeo vídeos

Posts Recentes

  • Sida rhombifolia – guanxuma
  • Ilha Gough – a ilha dos meteorologistas
  • Rockhopper Cooper – Resenha
  • O nome popular das plantas: o caso onze-horas
  • Mais uma ocorrência de cabeça d’água: cuidado nos rios e quedas d’água

Meteorópole Copyright © 2021 · Hospedagem Gerenciada Girardi♥Pauly · Log in

#meteoropole no Instagram

No images found!
Try some other hashtag or username
loading Cancelar
Post não foi enviado - verifique os seus endereços de e-mail!
Verificação de e-mail falhou, tente novamente
Desculpe, seu blog não pode compartilhar posts por e-mail.