
Hum, vamos começar. Eu disse para vocês no post anterior que eu ia abrir meu coração e falar o que me fez escrever tão pouco no segundo semestre de 2019. Vai ser uma série de posts falando sobre isso.
Inicialmente, muitos de vocês sabem que no comecinho de 2019 nasceu meu segundo filho e minha vida mudou completamente. E 2019 foi um ano doido, o ano mais agitado da minha vida até agora. Porém eu só tenho a agradecer à Deus e à minha família. Foi doido, muita mudança, porém muita solidariedade e amor. Foi um ano de empoderamento para mim e eu tenho buscado muito em Cristo uma série de virtudes e frutos que eu nunca tive.
Antes de falar sobre o título do post, eu deveria ter falado em mais detalhes sobre o ano de 2019, mas farei isso em outra ocasião. Meu objetivo aqui é dividir com vocês um sentimento tolo desde que deixei de trabalhar na Estação Meteorológica do IAG-USP e passei a me dedicar apenas à minha família e a algumas atividades online. Esse sentimento é resumido pela sociedade como:
Seu diploma não serve pra nada.
Claro, quando falo sociedade eu fiz uma enorme generalização. O que acho é que a maioria das pessoas é extremamente utilitarista. Se eu estudei tanto, eu deveria estar recebendo algo palpável em retorno: sucesso e dinheiro, em outras palavras. Se eu não estou tendo sucesso e nem dinheiro em retorno, então meu diploma de Bacharel em Meteorologia de nada serve.
Bom, esse é o pensamento da maioria das pessoas, tenho certeza. O dinheiro e o sucesso são coisas extremamente almejadas e não se mede esforços para obter isso. Por favor, caro leitor, aqui tenha um entendimento da questão. Claro que precisamos de dinheiro para viver, precisamos ter onde morar e o que comer, conforto, vestimentas, etc. O que quero pontuar aqui é a idolatria ao dinheiro e o dinheiro como único possível objetivo dentro da ideia de almejar um diploma universitário. Acredito que quem conseguir fazer esse recorte vai ter um melhor entendimento do que quero compartilhar.
O julgamento da sociedade incomoda a gente, não tem jeito. Por mais que você se empodere, você está cercada de pessoas que pensam de maneira diferente. E muitas nem raciocinam sobre o que estão comentando, elas só comentam assim porque seguem a maré. Ou seja, tem gente que critica apenas porque ouviu esse tipo de ‘verdade’ a vida toda.
A vida não é como a gente idealiza. Muitas vezes você se forma em uma área e acaba trabalhando em outra completamente distinta. Conheço muita gente nessa situação e isso não significa fracasso, nem de longe. O que conquistei ao longo da minha vida acadêmica e no mercado de trabalho me possibilitou muitos ganhos. Ganhos materiais, claro, mas também um ganho maravilhoso: fazer um curso numa universidade renomada mudou completamente minha maneira de pensar, expandiu meus horizontes de maneira incrível. Isso é refletido na maneira que crio meus filhos, na maneira que tomo minhas decisões e na maneira como acredito que é possível me reinventar. E ninguém tem o direito de tirar isso de mim. Mais do que isso: ninguém pode tirar isso de mim.
Mas as vozes que falam demais e repetem o que todo mundo diz sem pensar, ah, essas vozes machucam. Não sou feita de rocha, por mais que eu tivesse certeza de minhas decisões. Não romantizei nada, não idealizei. Decidi então me isolar um pouco, voluntariamente e com o objetivo de autoconhecimento. Foi bom. Esse ano me sinto mais renovada.
Foram muitos sentimentos em 2019. Eu tive o sentimento mágico de ter meu pequeno Z, minha família é linda. Minha vida mudou por causa da saída do emprego convencional. Sentimentos relacionados com o puerpério, com mudança de endereço e com estar longe da família e amigos. Vou demorar anos para entender o ano de 2019. Com todo esse turbilhão, veio muito crescimento e várias promessas. Vamos decolar!
Imagem que abre o post: trilhos de trem, Free Digital Photos
Meu único comentário é:
https://youtu.be/Ka8Dm6oPZak
Nemo