• Política de Privacidade
  • Sobre Mim
  • Sobre o Projeto
  • Contato
  • Skip to primary navigation
  • Skip to main content
  • Skip to primary sidebar
  • Skip to footer

Meteorópole

Uma meteorologista além da Meteorologia

  • Início
  • Sobre
    • Sobre o Projeto
    • Sobre Mim
    • Palestras
    • Parceria
    • Anuncie!
  • Experiências
  • Perguntas sobre Meteorologia
    • Envie sua foto meteorológica
    • Faça sua pergunta
  • Contato
  • Show Search
Hide Search
You are here: Home / Blog / A imprensa tem que mostrar “o outro lado”? – segunda parte

A imprensa tem que mostrar “o outro lado”? – segunda parte

27/03/2020 By Samantha 2 Comments

Desenho de uma mão apontando para um jornal onde diz "journal" (períodico científico) e símbolos relacionados com pesquisa científica ao redor. Fonte: StockUnlimited.

Bom, muita coisa aconteceu desde outubro do ano passado quando escrevi esse post. No texto, eu discorro de maneira bem simplificado sobre fato científico e opinião. Portanto, leia o post em questão primeiro para compreender a sequência que darei a seguir.

Eu conversei com a querida Luiza Caires, jornalista de ciências. Conheci a Luiza quando ela me entrevistou para um podcast em que falamos sobre a profissão de Meteorologista. Ela é extremamente competente e comprometida em fazer uma boa comunicação científica. Na minha conversa com a Luiza, pedi para ela me dar um depoimento a respeito de sua vivência:

Muitos jornalistas levam o “ouvir o outro lado” ao pé da letra. Já trabalhei, por exemplo, com um colega que, fazendo matéria sobre campanhas de vacinação, achava que tinha que ouvir pessoas do movimento antivax. A intenção dele era boa, de tentar entender o que se passa na mente destas pessoas, e desmistificar o assunto. Mas não é assim que funciona. Toda vez que damos voz a quem é deste movimento, ainda que para criticar, ajudamos a difundi-lo. Ou, popularmente, “dar palco para louco”, “bater palma para maluco dançar” (forças de expressão, que fique claro – nem acho que estas pessoas tenham problemas de sanidade mental). Acabei o dissuadindo da ideia, felizmente. Há um dito do meio jornalístico, não me recordo o autor, de que se um repórter olha pela janela e está chovendo, ele deve informar isso ao leitor, e não ir atrás de uma “segunda opinião”. Fatos, afinal, são fatos. Muitos deles podem dar margem a interpretações, mas para certas coisas não há o que negociar. Está chovendo, e pronto. A Terra é redonda – o assunto já deixou de ser questão para debate científico há alguns séculos, não há por que regredirmos. Certa vez, antes do documentário famoso que saiu na Netflix, sugeriram fazermos um vídeo sobre terraplanismo. É algo bastante delicado e acabamos abortando a ideia. No final, por mais que seja uma excelente produção, o documentário da Netflix usa de uma ironia fina que nem sempre é acessada pelo público médio. E também achei que as falas dos especialistas ficaram em segundo plano, quando deveria ser o contrário. Isso é uma visão pessoal. Mas trabalhar estes temas na comunicação de massa exige muita responsabilidade.

Responsabilidade. Sim, o jornalista precisa ter responsabilidade e muita humildade. Ele é um comunicador e não tem obrigação de saber tudo sobre o que está escrevendo. Como me disse uma colega jornalista certa vez: jornalistas precisam saber contar histórias. Conversar, perguntar, pedir para o entrevistado repetir, explicar o básico. Uma vez atendi uma jornalista que não estava entendendo quando falei sobre o movimento de translação. Eu sei, há o problema do analfabetismo científico e isso é muito sério (e não está em questão agora). Eu admirei a humildade e sinceridade da jornalista, que preferiu pedir para eu explicar o básico antes de sair escrevendo qualquer coisa. Ela queria fazer um bom trabalho.

Num tweet recente, a Luiza falou sobre o cuidado que os jornalistas precisam ter quando forem falar a respeito das pesquisas para o tratamento do COVID-19:

O que jornalismo de ciências NÃO deve fazer agora? Entre outras coisas, matéria sobre QUATRO pessoas que melhoraram com cloroquina. E lá no meio citar que não está comprovada causalidade. A maioria não entenderá que é quase irrisório. Num momento desses, não se pode fazer isso.

— Luiza Caires (@luizacaires3) March 26, 2020

O Jornal da USP tem uma seção só com as notícias mais recentes a respeito do Coronavírus.

Ou seja, o tweet da Luiza fala de tratar a questão com responsabilidade, respeitando o trabalho dos cientistas e interpretando os fatos para a população compreender. Um jornalista está se comunicando com pessoas muito variadas. Algumas entendem mais a respeito de pesquisa científica, enquanto outras não compreendem os passos necessários para chegar no desenvolvimento de um tratamento ou medicação.

Espero que esse breve post com as palavras da Luiza nos façam pensar na importância de nos comunicarmos bem. Aqui no Meteorópole já escrevi posts muito bons. Outros, deram margem a dúvidas e eu tentei esclarecer. Em algumas situações, recebi bons comentários: críticas de qualidade, educadas. Em outras ocasiões, recebi comentários grosseiros e críticas que me fizeram desanimar, pois foram escritas de maneira mal educada ou injusta.

Jornalistas ou não, devemos nos atentar a maneira de nos comunicarmos. Temos que procurar escrever e falar pensando na pessoa que está do outro lado. Parece obvio, mas o que tem de gente que parece falar apenas para alimentar o próprio ego. Eu já tive professores assim e preciso admitir que já agi assim, infelizmente. Acho que meu leitor entende o que quero dizer, é como se o sujeito falasse apenas para aparecer e mostrar para o mundo o quanto sabe, usando jargões em situações desnecessárias (e sem explicá-los) e citando experiências pessoais, titulações e premiações quando não cabem.

Eu quero ser ouvida. E para isso acontecer, eu preciso pensar no outro de maneira global, pensando em suas necessidades sem tratá-lo como inferior ou menos capaz. Um exercício diário de humildade.

Compartilhe:

  • Clique para enviar por e-mail a um amigo(abre em nova janela)
  • Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
  • Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
  • Clique para compartilhar no Skype(abre em nova janela)
  • Clique para compartilhar no Pocket(abre em nova janela)

Filed Under: Blog, Escrever Tagged With: cobertura da imprensa, comunicação científica, coronavírus, covid-19, escrita compassiva, mídia, sobre escrever

Reader Interactions

Comments

  1. Izabel says

    27/03/2020 at 8:49 pm

    Oi, Samantha!

    Gostei bastante do post. A reflexão que ela traz é pertinente em todos os momentos, mas, ultimamente, acho que é mais necessária ainda.

  2. Samantha says

    31/03/2020 at 5:04 am

    Muito necessária!
    Depois das declarações da Gabriela Prioli após deixar a CNN, vi que é extremamente pertinente. Bjos 🙂

Comente Cancelar resposta

Primary Sidebar

Minhas redes sociais

  • Twitter
  • Instagram
  • Facebook
  • LinkedIn
  • Pinterest

Publicidade

Gosta do Meteorópole?

Doe pelo PicPay: @samanthaweather

Assinar blog por e-mail

Digite seu endereço de e-mail para assinar este blog e receber notificações de novas publicações por e-mail.

Categorias

Blogroll

  • Aqui só tem História!
  • Das Minucias – Lorena
  • Habeas Mentem
  • Mamãe Plugada
  • Meteorologia Sinótica (Prof. Rita Ynoue)
  • Momentum Saga
  • Monolito Nimbus
  • Outra Cozinha (Carla Soares)
  • Poeira Cósmica (Aline Ribeiro)
  • Tá em promoção! – Blog

Banners de Blogs Bacanas (BBB)



Informações Importantes

  • Política de Privacidade
  • Sobre Mim
  • Sobre o Projeto
  • Contato

FAQ

Qual a diferença entre nevoeiro e neblina?
A única diferença entre nevoeiro e neblina (também chamada de cerração, ruço, névoa, librina o brêtema) é…

Clique para ver resposta completa

Footer

Tags

A "Cientista" Grávida - A Série aquecimento global arte calendário do advento chuva classificação de nuvens clima Curiosidades dicas divulgação científica dúvida do leitor educação ensino eventos feminismo ficção científica filosofia de buteco furacão furacões leitura literatura livros maternidade mudança climática mudanças climáticas natal nuvens opinião palestras previsão do tempo profissão pseudociência publicidade raios reflexões religião seca sobre escrever star trek são paulo tornado tufão vida de mãe vídeo vídeos

Posts Recentes

  • O nome popular das plantas: o caso onze-horas
  • Mais uma ocorrência de cabeça d’água: cuidado nos rios e quedas d’água
  • Brinco de Oxum
  • A ausência do olhar
  • A perda de uma árvore

Meteorópole Copyright © 2021 · Hospedagem Gerenciada Girardi♥Pauly · Log in

#meteoropole no Instagram

No images found!
Try some other hashtag or username
loading Cancelar
Post não foi enviado - verifique os seus endereços de e-mail!
Verificação de e-mail falhou, tente novamente
Desculpe, seu blog não pode compartilhar posts por e-mail.