
Um tanto insone e lembrei do passeio de carro que fiz no fim de semana. Fui até uma cidadezinha vizinha, que tem uma igrejinha bem bonita na praça principal.
Eu queria descer e pelo menos caminhar pela praça, mas quando vimos a praça lotada de romeiros, como se tudo estivesse igual, naquele movimento mecânico e religioso, decidimos que o passeio seria apenas de carro.
O caminho pela estrada foi lindo. A seca sazonal tomava conta da paisagem, com seus tons de verde pálido, cor de terra e queimada. Um salpicado aqui e ali de amarelo: os ipês-amarelos (Handroanthus serratifolius), símbolos do nosso castigado cerrado. Aqueles troncos escuros, queimados e nenhuma folha. Apenas flores, muitas flores aglomeradas e amarelas. Fortes e esperançosas.
Um dia a chuva vai voltar. Tudo vai passar para os ipês.
Imagem de abertura do post: Ipê-amarelo em Brasília – DF. Wikimedia Commons
There will come soft rains, poema de Sara Teasdale. Breve discussão sobre o poema nesse vídeo.
E eu conheci Sara Teasdale através de The Martian Chronicles, de Ray Bradbury. O capítulo There will come soft rains pode ser ouvido aqui, narrado por ninguém menos do que o lendário Leonard Nimoy.
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