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You are here: Home / Blog / A criança naturalista que eu fui e que quero que meus filhos sejam

A criança naturalista que eu fui e que quero que meus filhos sejam

25/11/2020 By Samantha 3 Comments

Folhas e flores ressecadas de Lactuca virosa, uma espécie de alface selvagem.
Lactuca virosa, uma das plantas em meu Botany Journal

“We were all meant to be naturalists, each in his degree, and it is inexcusable to live in a world so full of the marvels of plant and animal life and to care for none of these things.”

Charlotte Mason

Outro dia encontrei no Twitter uma conversa sobre a experiências individuais com a flora durante a infância. Bom, não apenas com a flora. Muitos contaram suas experiências com insetos, animais, observação do céu, etc. Vou compartilhar um pouco das minhas experiências com vocês e ao longo do texto vou fazer alguns comentários e percepções. Sintam-se livres para fazer bons comentários sobre suas próprias experiências nos comentários.

Eu cresci em um bairro da periferia de São Paulo-SP onde haviam muitos lotes vagos. Refletindo sobre isso hoje, lamento sobre como as prefeituras de diversos lugares não planejaram melhor o ambiente urbano pensando em pequenos bosques, praças e parques entre agrupamentos de residências.

Nesses lotes próximos à minha casa, minha mãe procurava por mudas de plantas. Até esterco encontrávamos, já que havia uma pequena área rural no entorno e os donos dos animais os levavam para pastar nesses lotes. Minha mãe coletava o esterco para adubar o pequeno jardim e a pequena horta que tínhamos em casa. Era uma vida tão simples e nesses momentos meu irmão e eu tínhamos a oportunidade de explorar a vegetação rasteira. Eu gostava de coher pequenas flores com minhas primas, nós gostávamos de fazer pequenos buquês, enfeites para nossas casinhas de boneca improvisadas e presentes para nossas tias. Serralhinhas, dentes de leão, carrapicho, picão-branco, maria-pretinha, etc eram algumas das espécies que compunham esses ornamentos.

A ideia de colecionar diferentes espécies sempre esteve viva na minha cabeça. Eu gostava de deixar folhas secando dentro de listas telefônicas. Eu não tinha muito interesse e nem sabia como identificar as espécies, mas eu gostava muito de ler sobre cogumelos e plantas numa adorável Enciclopédia Ilustrada do Estudante (Editora Globo), cujos 10 volumes ainda tenho lá na casa de meus pais.

Eu também gostava muito de explorar o mundo dos pequenos animais. Tatuzinhos, formigas, vaga-lumes, abelhas e outros insetos sempre me interessaram. Eu chegava a capturar alguns para poder ver de perto, examinar e depois devolver para o chão de terra.

Outro passatempo naturalista que tive era observar as nuvens e a Lua. As estrelas não chamavam tanto a minha atenção, talvez porque a poluição luminosa já fosse suficientemente intensa em São Paulo-SP para que eu não conseguisse apreciar todo o esplendor do cosmos.

Infelizmente tenho observado que esses passatempos infantis ao ar livre que levam em conta somente a observação da natureza tem tido cada vez menos adeptos. Os videogames e tempo exagerado em frente às telas, a violência urbana, a diminuição de espaços com vegetação (e o descuido com os espaços que já existem) e a atual pandemia são alguns dos fatores que podem ajudar a explicar porque passamos menos tempo ao ar livre.

Quando viajamos para alguns países, principalmente países localizados em zonas de clima temperado, fico admirada com a quantidade de tempo que as pessoas passam ao ar livre na primavera e no verão. Ter calor é uma dádiva e as pessoas realmente aproveitam cuidando do jardim e praticando outras atividades ao ar livre. Os gramados das praças, parques e Universidades são tomados por pessoas fazendo piqueniques e curtindo. Aqui temos calor o ano inteiro e não se vê essa mesma valorização desses espaços. Além disso, muitos desses espaços são mal cuidados e há uma grande sensação de insegurança.

Há uma supervalorização dos espaços privados e uma desvalorização e um descuido com relação aos espaços coletivos. E eu vou confessar para vocês que já não tenho muita esperança de que um dia isso mude. Há um playground novo aqui na minha cidade e eu corri para levar meus filhos, mesmo durante essa situação de pandemia (tomando cuidado, claro). E sabem por que fiquei tão apressada em levá-los nesse novo local? Porque infelizmente sei que daqui 6 meses tudo estará destruído, vandalizado e depredado, já que não se dá o devido valor aos bens da comunidade.

Quando saio com meus filhos, procuro ensiná-los a valorizar o que é pequeno. Aquela plantinha que cresce na fenda do asfalto, aquele bezouro que está ali no cantinho, aquele casal de maritacas barulhentas que está pousado no telhado, aquela joaninha em meio as folhas, aquele formigueiro cheio de trabalho… Tudo isso para mostrar que esse mundo é cheio de vida e que os seres humanos não são soberanos. Somos pequenos e como diria Alexander Von Humboldt, toda a vida está conectada.

Radar Meteorópole

  • A querida Lorena, que é bióloga, escreveu esse texto sobre o desaparecimento dos insetos e esse tema é muito importante.
  • Spin de Notícias que gravei falando sobre a lista emergencial de nomes de furacões. Quando acaba a lista oficial do Atlântico, entra em cena a lista que usa o alfabeto grego. A necessidade de usar essa lista emergencial só ocorreu em duas temporadas: 2005 e 2020.
  • A invenção da natureza, de Andrea Wulf. Esse livo é uma biografia de Alexander Von Humboldt, o queridinho dos geoógrafos. Esse importante naturalista prussiano explorou a América do Sul e fez descobertas incríveis, ajudando a humanidade a repensar na forma que se relaciona com a natureza. Já falei desse livro várias vezes e em vários posts e sempre recomendo.
  • Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. Livro de referência quando o assunto é PANC. Recomendo totalmente o investimento. Lembrando sempre que todos os livros que indico aqui são livros que li, consultei, que fazem parte de meu acervo pessoal ou peguei emprestado em alguma biblioteca.

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Filed Under: Blog, Educação, Opinião Tagged With: educação ambiental, educação infantil, insetos, naturalistas, natureza, observação de nuvens, preservação ambiental

Reader Interactions

Comments

  1. Lorena says

    25/11/2020 at 10:27 pm

    Que texto mais gostoso de ler, Samantha! Apesar da tristeza ao final, de sabermos que o que vivemos na nossa infância já não é mais tão comum atualmente… Senti um gosto de nostalgia que me levou pras minhas próprias explorações do ambiente.

    Eu cresci em casas a minha vida toda, sempre tive jardim e quintal pra explorar. E eu explorava muito. Amava observar as formigas e brincar com elas, catava pedras, brincava de polinizar as flores do jardim e cavava o quintal procurando fósseis (mas só achava ovos de lagartixa, que eu sempre abria pra ver o feto). Fui também uma criança naturalista numa época e lugar em que isso era tão mais fácil de ser. Espero muito que você consiga manter o interesse dos seus pequenos, sei que você já faz isso incentivando que eles observem e se interessem pela natureza assim como você tb se interessa… E esse estímulo é muito lindo!

    Acho que criar uma nova geração de pequenos naturalistas pode ser uma resposta a esses tempos de degradação ambiental e desvalorização dos espaços naturais urbanos… Quem sabe a geração dos seus filhos mude essa situação né? Eu acredito nisso <3

    Obrigada por ter se lembrado do meu texto e indicado ele também. 🙂

  2. Samantha says

    27/11/2020 at 10:33 pm

    Oi Lorena, que lindo ver você por aqui e ainda mais com esse relato incrível sobre sua vivência em meio à natureza. Eu alterno meus pensamentos entre esperança e total desesperança, depende do dia, estamos vivendo tempos complicados…
    Eu tenho a impressão que com a pandemia há muita gente revalorizando as plantas e a natureza como um todo. Há um resgate, vejo a geração de 20 e poucos anos enchendo seus apartamentos de plantas. Vejo também a discussão sobre o desaparecimento dos insetos ganhando força, muitas reportagens e livros sendo publicados a respeito disso. Quando penso nessas coisas, bate uma luzinha de esperança :).

    Beijinhos

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  1. A PANC que descobri na sarjeta: tansagem disse:
    13/12/2020 às 9:07 pm

    […] imagem, um de meus queridos ajudantes afasta a densa vegetação da sarjeta (rs) para que eu pudesse fotografar melhor. Embaixo da […]

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