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You are here: Home / Blog / A PANC que descobri na sarjeta: tansagem

A PANC que descobri na sarjeta: tansagem

13/12/2020 By Samantha 4 Comments

Tudo começou com uma conversa com minha mãe. Ela contava sobre a muda de uma PANC que também é planta medicinal que ela havia ganhado de uma amiga que entende muito sobre plantas. E ela me mandou uma foto da muda. Observei bem e disse: “opa, tem isso na minha rua!”.

Na imagem, um de meus queridos ajudantes afasta a densa vegetação da sarjeta (rs) para que eu pudesse fotografar melhor. Embaixo da tansagem (que é essa planta maior, no centro, com espiguinhas) tem um pouco de brilhantina também.

A planta se chama tansagem (ou tanchagem e outros nomes populares semelhantes). O nome científico é Plantago major, ao menos da espécie que descobri em minha rua. A que minha mãe ganhou parece ser outra espécie de tansagem (Plantago australis, pois as folhas me pareceram menores). Há evidências de que essa planta tenha efeitos terapêuticos, mas além de seu uso medicinal, é uma PANC (planta alimentícia não convencional). As “espiguinhas” ou as folhas podem ser consumidas. As folhas podem ser picadas e refogadas, como couve, por exemplo.

Tansagem nascendo em outro ponto da sarjeta, também na frente da minha casa.

A Plantago major é nativa da Europa e acompanhou o explorador europeu, de modo que se espalhou pelo mundo essa forma. Como é considerada uma planta infestante, ela é normalmente indesejada em hortas e jardins. Ela costuma se desenvolver bem em ambientes onde foram bastante alterados pelo ser humano e não consegue competir em áreas nativas. Por exemplo, você dificilmente vai encontrar Plantago major em áreas de floresta tropical preservada. É considerada uma planta pioneira, daquelas que chegam primeiro pra formar uma nova área vegetada. Então, se a gente deixasse de carpir os lotes e abandonasse as ruas (O mundo sem ninguém, amo essa série de documentário), elas apareceriam facilmente. Cada “espiguinha” da planta produz muitas sementes, facilmente dispersadas pelo vento.

Na Europa Medieval a planta era considerada medicinal, sendo amplamente utilizada e provavelmente chegou ao Brasil para esse propósito. Ainda é usada medicinalmente no Brasil e na África Ocidental, como apresentado no livro Sacred Leaves of Candomblé: African Magic, Medicine, and Religion in Brazil. Esse mesmo livro menciona que a tansagem também é considerada uma planta sagrada para o Candomblé. Inclusive algo que sempre me encantou foi a quantidade de plantas que existem nos terreiros. Na vizinhança onde que cresci, há um terreiro que se destaca na paisagem quase sem plantas. O quintal é grande, de esquina. Há plantas no quintal e do lado de fora, na calçada. Talvez se não existisse o preconceito contra as crenças afrobrasileiras, nossas cidades poderiam ser mais arborizadas e ter mais jardins, já que as plantas são muito respeitadas e utilizadas nos rituais dos praticantes destas religiões.

No livro Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil há uma pequena revisão bibliografica mencionando os compostos bioativos da Plantago major e podemos concluir que se trata de um alimento rico em nutrientes. Uma possibilidade interessante que esse livro apresenta é o uso das sementes como possível substituto do gergelim como cobertura de pães. A obra, referência em PANC brasileiras, ainda apresenta exemplos de receitas e informa que as partes comestíveis da planta são: folhas destacadas, sementes e as raízes.

Com relação a planta de minha rua, não tive coragem de colher para consumo porque, bem, está na rua e estão fazendo uma reforma por aqui. Fiquei pensando se não jogaram algum tipo de solvente ou água suja de cimento por ali. Se estivesse em um lote ou algum lugar que eu julgasse seguro, eu provavelmente colheria as folhas para consumo (fazendo a devida higienização, claro). Sendo assim, apenas colhi algumas espiguinhas que já estavam soltando sementes e trouxe pra minha casa, na esperança de que elas germinem. A Carla me contou que demorou um ano para que elas brotassem na casa dela. Tem que ter paciência e fazer alguns experimentos, não tem jeito. Talvez as plantas possam nos ensinar a ter paciência e persistência, embora não seja a função delas, mas nós humanos temos isso de procurar significado nas coisas e muitas vezes isso nos enriquece.

Radar Meteorópole

  • A Carla deu uma receita de Risoto de Tansagem e Cenoura que já quero fazer.
  • Muitas pessoas se interessam por PANC, colhem em suas casas ou compram de feirantes. E a pergunta normalmente é: “como preparar?”. Pois bem, a Carla tem um projeto muito bacana de postais com receitas que vale a pena conferir.
  • Como mencionei no texto que Plantago major é considerada daninha em jardins e hortas, eu fui pesquisar sobre plantas daninhas e encontrei esse artigo que discute o uso da expressão planta-daninha no lugar de planta daninha ou planta infestante. A discussão é bem interessante.
  • E esse .pdf que me fez rir? É uma lista das principais plantas-daninhas que são encontradas em muitos países. Eu ri porque está parecendo uma lista dos mais procurados do FBI, com direito a apelido (nome popular) e nome completo (nome científico).

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Filed Under: Blog, Botânica Tagged With: candomblé, panc, PANCs, plantas, plantas medicinais, religião

Reader Interactions

Comments

  1. kemiestro says

    14/12/2020 at 8:49 pm

    A planta à esquerda na primeira foto se chama beldroega e também é uma PANC.

  2. Samantha says

    15/12/2020 at 4:53 am

    Estava desconfiada, estava só esperando sair a florzinha amarela pra ter certeza 🙂
    Obrigada pelo comentário.

Trackbacks

  1. Sobre as surpresas que a gente descobre por aí e nossas previsões pessimistas disse:
    17/12/2020 às 6:06 am

    […] pela maioria das pessoas. Colhi um pouco para tentar plantar em casa (como pretendo fazer com a tansagem) e fico um pouco triste pela minha casa não ter áreas de terra, mas vou fazer alguns testes em […]

  2. O nome popular das plantas: o caso onze-horas disse:
    16/01/2021 às 2:37 am

    […] na minha rua a beldroega nasceu na sarjeta (comentei sobre isso quando falei da tanchagem). Peguei uma muda e tentei replantar, mas não deu certo no vaso que eu tinha disponível, uma […]

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