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Os fenômenos da atmosfera da mamãe

08/12/2020 By Samantha Leave a Comment

Uma borboleta bate asas na China e minhas roupas se acumulam na bacia.

Talvez esse seja apenas mais um post de uma mãe cansada. Talvez esse seja apenas mais um post de uma pessoa desanimada e cansada diante da pandemia e de todos os problemas que ela trouxe.

Eu tenho me sentido muito desanimada. É um desânimo diferente que tem muito a ver com esgotamento físico e mental, mas que também tem a ver com outra coisa: saúde mental. Eu não estou bem e não tenho medo de esconder isso. Há um sofrimento que não consigo apontar ou explicar adequadamente para quem não tem ferramentas para compreender (ou seja, só profissional de saúde mental pode me ajudar de verdade). Como qualquer pessoa, tenho dias bons e ruins. Eu vivo dias paralisantes em que me sinto inútil, muitas vezes por não valorizar meu próprio trabalho diário.

Outro dia fui dormir 22h30min, o que para meus padrões é cedo. Eu estava me sentindo doente, com dores na coluna e nas pernas, porque havia me movimentado muito naquele dia. Eu lembrei que não havia lido nada naquele dia, não havia escrito nada, não havia sequer mexido em meus passatempos ou hobbies. Comecei a pensar: meu Deus, a vida é isso?

Lembrei de minha infância e pensei em minha mãe e lembrei que nós não morávamos exatamente pertinho dos meus avós. Era no mesmo bairro, Itaquera, bairro enorme. Mas não era na mesma vizinhança, tinha que pegar ônibus, enfim, para uma situação de “estou cansada fique com as crianças um pouco para que eu lave meu cabelo”, minhas avós não estavam exatamente logo ali do lado. Lembrei que minha mãe não fazia outras coisas além de cuidar de mim e do meu irmão e das tarefas relacionadas com isso (cozinhar, passar, limpar a casa, etc). Hoje minha mãe tem tempo para costurar, cuidar de plantas, crochetar, ler, etc. Lembrei também que ela voltou a estudar quando éramos adolescentes. E percebo que ela faz tudo isso com muito entusiasmo, mas nem sempre ela teve possibilidade plena de fazer todas essas coisas. Será que vou ter que esperar tantos anos para praticar um hobby sem interrupções? Será que eu vou ter que esperar tantos anos para voltar a estudar? Eu sinceramente espero que não, mas durante a pandemia tenho vivido um dia de cada vez.

Eu gosto de ser mãe, mas é uma tarefa que deixa a gente exausta e eu talvez nunca tivesse pensado nisso antes de ser mãe. Não que eu imaginasse que seria super fácil, mas eu não tinha ideia da dimensão correta do desgaste emocional e mental.

Na atmosfera, nós meteorologistas classificamos os fenômenos de acordo com sua escala de tamanho. Há desde os fenômenos de escala planetária (ondas de Rossby, por exemplo) até os fenômenos de microescala (aqueles redemoinhos ou sacis, por exemplo). Meteorologistas estudam esses fenômenos e tudo que está aí no meio em termos de tamanho (tempestades, tornados, furacões, frentes frias, etc). Só que nessa classificação não levamos em conta apenas o tamanho do fenômeno, mas também sua duração. Fenômenos de pequena escala tem duração de tempo pequena, que vai de segundos até alguns minutos. Fenômenos de grande escala podem durar semanas em termos de período (quando a gente fala essencialmente em fenômenos ondulatórios). Bom, falei sobre isso nesse post para quem quiser mais detalhes.

Ok, o que o parágrafo acima tem a ver com ser mãe? Eu lido com questões de pequena escala (briga de segundos para quem vai escolher o desenho animado naquele momento) até questões de grande escala (“o que estou fazendo para ajudar no bom desenvolvimento emocional das crianças?”). E eu também lido com questões que estão no meio dessas duas em termos escala (“o que vai ter para o almoço?”, “vamos bolar um jogo para ter um tempo de qualidade!”, “tenho que ajudar a aprontar o material para a aula on-line”, “lista de material do ano que vem”, etc)

Lidar com questões de escalas tão diferentes é muito desgastante, eu acho que quando a gente não é mãe muitas vezes não consegue entender todas as escalas de pensamento que essa nobre função contempla. É normal ouvirmos julgamentos do tipo “quem mandou ser mãe, agora aguenta”. Eu normalmente não me importo porque pessoas que falam isso ou não são pais/mães ou são e não são presentes ou são apenas pessoas feridas pela vida ou são idiotas sem empatia. Mas confesso que ouvir essas coisas me faz dar uma reviradinha nos olhos.

Queria muito ter um supercomputador na mente para poder prever todos esses fenômenos em todas essas escalas. Embora eu tente, usando meus próprios exemplos de vida, eu sei que não é possível. As pessoas até tem um elemento de previsibilidade, mas criar filhos apresenta tantos elementos caóticos e certas turbulências da vida não são realmente previsíveis. Desejaria pelo menos uma atmosfera de latitudes médias por aqui, onde todas aquelas coisas já conhecidas da Escola de Bergen se apliquem. Mas claro, a observação se mostra bem mais complicada com todas as variáveis e modificações que não podemos controlar, mas que podemos apreciar.

Fonte da imagem e descrição: duas borboletas em primeiro plano. Imagem de Pixabay e foi escolhida em alusão ao Efeito Borboleta.

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Filed Under: Blog, Crônicas Tagged With: desabafo, efeito borboleta, escola de bergen, previsão numérica do tempo, reflexões, teoria do caos, vida de mãe

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