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Ilha Gough – a ilha dos meteorologistas

24/01/2021 By Samantha 2 Comments

Quando eu estava lendo Rockhopper Cooper- the life and times of the people of the most remote inhabited island on Earth, livro que resenhei no post anterior, aprendi que a África do Sul mantém uma estação meteorológica num dos pontos mais remotos do mundo (que basicamente fica bem no meio do Atlântico Sul). Esse ponto em questão é a Ilha Gough, historicamente conhecida como Ilha Gonçalo Alvares. Essa ilha faz parte do arquipélago de Tristão da Cunha.

Imagem de boas vindas "Welcome do the Gough Island" imitando o logo de Jurassic Park. No lugar do dinossauro do logo, o esqueleto de um pássaro, representando a fauna da ilha.
Essa placa de boas vindas é muito maravilhosa! Fonte: rspb

“Gough is uninhabited except for a group of South African meteorologists, who spend a year there before being replaced by new people, courtesy of the ship’s annual visit.”

Conrad Glass – Rockhopper Cooper- the life and times of the people of the most remote inhabited island on Earth

Localizacão da Ilha Gough (arquipélago de Tristão da Cunha): mais ou menos no meio do caminho entre a América do Sul e a África, numa latitude próxima a da foz do Rio da Prata (entre Uruguai e Argentina). Fonte: Natural World Heritage Sites

Como diz a citação que destaquei, os meteorologistas são trocados anualmente. Ocorre que é assim: os colegas precisam ficar lá POR UM ANO INTEIRO SEM SAIR DA ILHA. Isso mesmo que vocês entenderam, leitores. Eles ficam na ilha esse tempo todo, sem sair de lá, e depois de um ano chega um navio trazendo uma nova equipe e novos suprimentos para um ano inteiro. Esse navio também leva embora todo o lixo produzido pela equipe anterior.

Em primeiro plano, heliógrafo instalado na Estação Meteorológica da Ilha Gough. No alto, em segundo plano, instrumentos que medem radiação solar e radiação terrestre em suas diferentes componentes. A imagem foi retirada de um vídeo que faz um tour pela Ilha Gough.

E para essa tarefa de transporte de pessoas e cargas, não é usado qualquer navio. Trata-se do SA Agulhas e do SA Agulhas II. Bom, quando o livro Rockhopper Cooper- the life and times of the people of the most remote inhabited island on Earth foi escrito e o autor acompanhou um trabalho ambiental e a troca de equipe na ilha, o navio usado era o SA Agulhas. Anos depois (em 2012-2013), passou a ser usado o SA Agulhas II. Vou falar rapidamente do SA Agulhas (e a gente pode dizer que o SA Agulhas II é uma versão mais nova e mais aprimorada).

O SA Agulhas é um navio que pertence a África do Sul, país que controla a estação meteorológica na Ilha Gough (embora a ilha faça parte do arquipélago de Tristão da Cunha, sendo portanto território britânico). O navio é de fabricação japonesa e foi fabricado na década de 1970 e é equipado para trabalho na Antártica, no contexto das missões sulafricanas no continente gelado. No entanto, o navio também é usado para levar suprimentos e pessoal para a estação meteorológica da Ilha Gough. Não há porto ou qualquer outro maneira de o SA Agulhas aportar na ilha, portanto o navio ancora num certo ponto próximo a ilha e o transporte de pessoal e suprimentos é feito através de helicóptero. Isso mesmo, o SA Agulhas é equipado com estrutura para carregar um helicóptero e a Ilha Gough conta com um heliponto, uma estrutura feita de metal. O combustível necessário para que o gerador da Ilha Gough funcione por um ano é levado do navio até a ilha através de tubulações.

SA Agulhas. Fonte: Wikimedia Commons
Helicóptero a bordo do SA Agulhas II. No SA Agulhas também tinha uma estrutura dessas e um helicóptero, que transportava pessoas e cargas do navio para a Ilha Gough. Fonte: Helis.com

Eu estava pensando no quanto se gasta, anualmente, para manter essa Estação Meteorológica na Ilha Gough. No entanto, é o tipo de gasto importante que muitas nações não valorizam. Estamos falando de monitoramento meteorológico e climático. E aqui uso o termo climático porque a estação meteorológica nas Ilha Gough opera desde 1956. Com mais de 30 anos de funcionamento, já podemos chamar a estação de Estação Climatológica, pois já tem dados que ajudam a descrever o clima da região. Os dados fornecidos diariamente por essa estação ajudam a compreender o tempo e o clima nessa remota região do Atlântico, ajudando na qualidade das previsões meteorológicas e oceanográficas. Além disso, a ilha é um santuário ecológico e os dados meteorológicos são apoio para o trabalho de biólogos especialistas em conservação e ecologia.

Quando Rockhopper Cooper- the life and times of the people of the most remote inhabited island on Earth foi escrito, o autor, Conrad Glass, visitava a ilha para uma inspeção ambiental no ano de 2012. Ele acompanhou a troca de pessoal e o transporte de suprimentos. Ele narra a troca da equipe 42 para a equipe 43. A cada ano, as equipes que trabalham na estação recebem identificações numéricas. A equipe que está trabalhando nesse momento é a equipe de nº66, que chegou na Ilha Gough em setembro do ano passado. Fiquei bem feliz ao ver fotos da equipe, pois notei uma diversidade linda que sempre enche meus olhos de alegria. Se eu fosse mais jovem e não tivesse filhos, talvez eu procurasse informações sobre como passar um ano na Ilha Gough, trabalhando e aprendendo. Pensando bem, acho que não conseguiria. Parece doido, mas acho que eu conseguiria se eu fosse mais velha e já com meus filhos criados. Depois dessa pandemia, acho que estou mais resistente quanto a confinamentos. De qualquer maneira, quero dizer que é um enorme desafio, pois é necessário reunir conhecimento técnico e boa saúde física e mental. Desejo o melhor para a equipe 66!

Para quem quiser ver fotos da Ilha Gough (instalaçoes, paisagens, flora e fauna), recomendo o site do South African National Antartic Programme (SANAP). Na parte onde há imagens das instalações, podemos ver instalações médicas e odontológicas. Eu falei no título que era “ilha dos meteorologistas” porque esse blog é completamente enviesado, mas pesquisadores de outras áreas, técnicos de apoio e profissionais da área da saúde também compõe as equipes anuais. Encontrei no Youtube esse vídeo mostrando um tour pelas instalações. Há sala de entretenimento e até uma área de braai (churrasco no estilo sulafricano).

E acredito que se alguém precisar de dados da Estação Meteorológica da Ilha Gough para algum trabalho acadêmico, pode solicitar pelo site. Alguns dados de médias climatológicas eu encontrei aqui. No site oficial do SAWS (South African Weather Service), há uma promessa de que os dados da Estação Meteorológica da Ilha Gough ficarão disponíveis online. Já trabalhei em uma Estação Meteorológica (na Estação Meteorológica do IAG-USP) e sei o quanto esse esforço é dificil, principalmente se a estação possui instrumentos convencionais, como parece em parte ser o caso da Estação Meteorológica da Ilha Gough.

Referências

  • Climate Gough Island – Meteoblue
  • S.A. Agulhas – Wikipedia
  • S.A. Agulhas II – Wikipedia
  • Welcome to Agulhas II – SANAP
  • Gough Island base tour – Youtube
  • Gough 66 depart from Gough Island on 19 September 2020 – SANAP
  • Remote Stations – SAWS
  • Texto da Royal Society for the Protection of Birds (RSPB), que fala da equipe 63 que trabalhou na Ilha Gough, mostra algumas lindas fotografias de aves que vivem na ilha e fala um pouco do trabalho que os pesquisadores desempenham por lá.
  • Um pouco sobre os especialistas da área de biologia (especialmente aves) que estão atualmente trabalhando na equipe 66 da Ilha Gough, no site da RSPB.
  • Gough Island – Natural World Heritage Sites
  • Gough Island – Wikipedia

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Filed Under: Blog, Estação Meteorológica, Geografia Tagged With: áfrica do sul, dados meteorológicos, estação meteorológica, ilha gough, tristão da cunha

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Comments

  1. Vinicius says

    26/01/2021 at 2:24 pm

    Já gostei do livro quando li sua resenha no outro post, e agora sabendo dessa ilha com vocação para observação meteorológica, gostei mais ainda. Acho que seria bem interessante mesmo uma experiência em trabalhar 1 ano num lugar assim. Lembrei da história do último faroleiro do Atol das Rocas, que viveu lá com a família no começo do século 20, e teve morte trágica: seu reservatório de água se esgotou, devido a um vazamento, levando toda a família a morrer de sede. Mas isso eram outros tempo em que as telecomunicações não eram bem desenvolvidas.

  2. Samantha says

    26/01/2021 at 8:00 pm

    Nossa, que história triste. Não conhecia. Não consigo nem imaginar esse sofrimento…
    O livro é bem legal sim. É muito o relato pessoal do Sr. Glass e passei a admirar mto o povo da ilha.

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