Estamos na época da Estação Chuvosa em boa parte da Regiao Sul, sul da Região Centro-Oeste, Região Sudeste e sul da Região Nordeste. Na TV é comum ouvirmos o termo Centro Sul para se referir a toda essa região do Brasil onde a Estação Chuvosa começa em Setembro e termina em Março. E esse período coincide com as férias de verão e muita gente vai se refrescar nos belos rios e cachoeiras por todo o Brasil.
Dentro desse contexto, vamos falar mais uma vez de um fenômeno chamado cabeça d’água ou enchente relâmpago. Eu já falei sobre esse assunto em outros posts, vou deixar os links aqui para caso alguém esteja fazendo uma pesquisa mais aprofundada sobre o assunto:
Cabeça d’água é um fenômeno no qual o nível da água de um rio sobe rapidamente devido a um aporte muito rápido de água rio acima. Em outras palavras, é quando chove bastante e em um curto intervalo de tempo nas proximidades da cabeceira do rio e essa água desce rio abaixo muito rapidamente. Muitas vezes os banhistas são surpreendidos pela elevação rápida da água e são levados pela correnteza. Até mesmo pessoas que não estão dentro do rio, mas nas margens (descansando ou pescando) podem ser levadas pela correnteza, pois há transbordamento rápido do rio.
O termo enchente relâmpago pode ser usado como sinônimo de cabeça d’água, porém enchente relâmpago é um termo mais abrangente que envolve por exemplo enchentes urbanas, derretimento de geleiras, chuvas intensas e rápidas que inundam áreas mais baixas, etc. Ou seja, o termo enchente relâmpago (do inglês, flash flood) também está relacionado com outros tipos de enchentes que ocorrem de maneira rápida que não necessariamente ocorrem em rios.
Aqui no Brasil, o termo cabeça d’água é amplamente usado então vamos usá-lo para se referir ao fenômeno de enchente rápida no contexto de um rio.
Pessoas que vivem nas áreas próximas aos rios podem informar aos turistas sobre as áreas mais seguras para tomar banho. Porque além dos perigos relacionados com enchentes relâmpagos, rios são lugares perigosos onde a turbulência pode enganar e fazer perder a noção da profundidade e dos obstáculos (pedras e raízes) que existem no local. Moradores locais também vão falar sobre a cabeça d’água e certamente vão ter muitas histórias tristes para contar.
Todos os anos a gente fica sabendo de casos de cabeça d’água que culminam em tragédias. Recentemente foi um em Capitólio-MG, onde várias pessoas foram atingidas e infelizmente 3 foram arrastadas pelas águas e morreram. O Corpo de Bombeiros resgatou várias pessoas na região, que ficaram ilhadas com a elevação do nível da água.
O Estado de Minas ouviu a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros e as principais informações para evitar ser surpreendido por esse fenômeno são:
- checar a previsão do tempo do local antes de visitar a cachoeira;
- não visitar a cachoeira sozinho;
- evitar visitar cachoeiras que não tenham a presença de um salva vidas no local;
- observar o rio: olhar o aumento do fluxo da água na cachoeira, mudanças na coloração da água (devido a agitação) e presença de folhas e galhos se movendo rapidamente em meio a água agitada.
- deixar a área do rio quando perceber trovões ou aumento no volume da água.
Depois dessa tragédia recente em Capitólio-MG, as autoridades da região estão se articulando para evitar que isso se repita. Reforço na sinalização e trabalho de conscientização são algumas das propostas.
Eu falei sobre cabeça d’água em um Spin de Notícias do ano passado (ouça aqui), pois na ocasião uma tragédia anterior havia acontecido. Espero que esses materiais que produzi ajudem na conscientização. Observei que alguns sites de órgãos públicos tem criado conteúdo escrito sobre o tema:
- Encontrei esse material do Instituto Estadual do Ambiente, órgão do Estado do Rio de Janeiro;
- Defesa Civil da cidade de Resende-RJ.
Quanto mais material e mais divulgação, melhor. É o tipo de informação que deve ser transmitida para todo o Brasil, como as campanhas que alertam para os perigos dos raios (falei sobre esse assunto nesse post).
Radar Meteorópole
- Escrevi uma resenha do livro Trocas Macabras, do inigualável mestre do terror, Stephen King. Leia aqui.
- Escrevi também uma resenha do livro Stephen Hawking: histórias de Física e de uma amizade, de Leonard Mlodinow. Leia aqui.
- Estou lendo Rockhopper Copper, de Conrad Glass. O livro fala da vida em Tristão da Cunha do ponto de vista de um morador do local. Estou amando, quando eu terminar escrevo uma resenha.
- Por falar em Tristão da Cunha, escrevi esse post sobre o lugar há algum tempo e ele ficou bem legal, prestigiem :).
- Gostaria de fotografar nuvens em todo seu esplendor e com boa qualidade? O Vinícius dá várias dicas de fotografia nesse post.
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Vinicius diz
Queria compartilhar o vídeo de um drone mostrando a ocorrência de uma cabeça d’água em uma cachoeira. Achei impressionante, em menos de 10 segundos a vazão aumenta consideravelmente: https://www.youtube.com/watch?v=h2Q46orstNM
Parabéns pelas resenhas, me deixou com vontade de ler os livros. Vou ficar na expectativa da resenha do livro do morador de Tristão da Cunha rsrs
Obrigado pelo link para o post sobre fotografia de nuvens =) estou de olho em um filtro polarizador para celular, se conseguir, vou postar uns testes com ele.
Samantha diz
Vi o vídeo e fiquei impressionada. Incrível mesmo. Obrigada por compartilhar.
Aguardando os resultados dos seus testes. Se funcionar é uma dica muito boa, já que não precisa investir numa câmera.
Já to chegando na metade do livro e está excelente, o autor está falando sobre as atividades de conservacionismo no arquipélago. Mal posso esperar pra acabar de ler e compartilhar a resenha por aqui.
Abraços 😉