Don’t stop believin’
Journey – Don’t stop believin’
Hold on to that feelin’

Eu tinha que escolher a data de hoje (25/03/2019) em um site. A data começava pelo ano (padrão AAAA MM DD). Serenamente, cheia de razão:
_ Ano? 2019.
Por um momento, achei que o ano fosse 2019.
E isso aconteceu momentos depois de eu ter que negar uma oportunidade de trabalho que eu pensei muito em aceitar.
Eu não estou trabalhando fora. Esporadicamente pego algum serviço de roteiro ou revisão, mas não trabalho mais de carteira assinada como antes. E olha eu aqui me explicando e deixando claro que eu faço algum trabalhinho e menosprezando o enorme trabalho que faço dentro de casa. Esquecendo que cuido dos meus filhos e nesse momento esse cuidado se intensificou. Por que fazemos isso conosco?
Meu cérebro achou, por alguns segundos, que era 2019. Eu mãe de um bebê de menos de um ano e de uma criança de 4 anos. Eu que acabara de deixar o meu emprego e que me instalara em uma nova cidade. Eu que estava cheia de planos e ideias para essa nova vida. A pandemia veio então como um monstro devorador de sonhos.
Eu não queria sofrer por essas coisas, mas meu coração está doloroso. Quando leio sobre quantas pessoas morreram e quando fico sabendo da morte de conhecidos, quando sei sobre os tantos que perderam seus empregos e passam muita necessidade, entendo que tenho que buscar gratidão. Mas pra mim ainda assim é doloroso viver esse luto dos sonhos.
Que eu recupere minha vontade de sonhar,
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