Sim, São Paulo ainda é a terra da garoa. É normal que haja algumas flutuações no clima e perceba-se que em alguns anos ocorre mais ou menos de um determinado fenômeno do que aquilo que se está acostumado. Na Figura 1 a seguir, vemos a quantidade de dias de garoa a cada ano (desde 1933) registradas na Estação Meteorológica do IAG-USP (que fica nas proximidades do Jardim Zoológico de São Paulo). Nessa figura, vemos que alguns anos possuem mais garoa que outros, mas de um modo geral, traçando uma reta de tendência, há uma tendência muito pequena na redução de número de dias com garoa. Segundo a equação escrita no gráfico, de 1933 até 2010 houve uma redução de aproximadamente 3 dias com ocorrência de garoa, o que é muito pouco e não é nada significativo, principalmente porque a quantidade de dias com garoa entre um ano e outro pode variar bastante.
O que ocorre na minha opinião é que a cidade ficou muito urbanizada ao longo dos anos e as pessoas passam menos tempo ao ar livre. Então a garoa ocorre, mas muitas vezes ela nem é notada.
Uma outro ponto a ser observado é a questão da ilha de calor urbano. No passado, a brisa marítima chegava na cidade de São Paulo trazendo bastante ar úmido, que ajudava a formar a garoa. A ilha de calor urbano fez com que boa parte da brisa marítima se dissipasse. Isso pode ter contribuído para uma possível redução da ilha de calor urbano, embora os dados da Figura 1 mostrem que há uma tendência muito pequena de redução da quantidade de dias com garoa.
Leia mais sobre o assunto aqui.
Frederico Luiz Funari diz
Parabens Samantha por divulgar com precisão os dados e fatos,
continue assim!
Samantha diz
Fico muitíssimo feliz que Frederico ‘Fred’ Funari, um grande nome da geografia e da meteorologia no Brasil, visitou meu site. É uma grande honra, querido mestre!
José Marques diz
Oi Samantha, parabéns por seu entusiasmo pela Meteorologia.
De vez em quando faço uma higiene mental visitando suas páginas.
Continue.
Marques.
Meteorologista
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Sou “novo” na área. Me formei na 1a. turma de Meteorologistas do Brasil em 1968 lá na UFRJ, na época Universidade do Brasil. Desde 1958 atuo na área pois fui Observador Meteorologista da Fôrça Aérea. Foi lá que me apaixonei pela área.
Samantha diz
Fico felicíssima em receber um comentário de uma pessoa experiente na área e que gostou do site.
Muito obrigada pela visita 🙂