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Meteorópole

por Samantha Martins

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Meu filho pode assistir desenhos animados?

16/02/2018 By Samantha 4 Comentários

Cortesia de Pixabay

Eu tenho minha fé embasada em princípios cristãos, embora como muitos de meus leitores saibam, eu tenho muita resistência com relação à algumas questões das igrejas cristãs em geral. Como uma mãe cristã, procuro criar meu filho dentro de valores cristãos.

Eu procurei por alguns grupos de apoio e fiz parte de alguns grupos de mães cristãs. Ao fazer parte desses grupos, eu evitava ao máximo interagir ou opinar sobre as questões ali apresentadas. Eu entendi que minhas opiniões eram consideradas polêmicas, uma vez que eu não endosso toda a doutrina ensinada nas igrejas. Eu abomino misturas entre religião e ciência ou religião e política, por exemplo. Na maior parte do tempo, quando fazia parte desses grupos, eu ficava apenas como leitora silenciosa.

Fui percebendo que um tipo de discussão bastante recorrente nesse tipo de grupo é sobre desenhos animados seculares, ou seja, desenhos animados que não são produções religiosas cristãs. Em outras palavras, desenhos animados de um modo geral.

As perguntas sempre são algo como “meu filho pode assistir Peppa Pig?” ou “Moana é um desenho bom para crianças?”. Sempre são perguntas desse tipo e eu percebo uma repetição de discursos. As perguntas são sempre as mesmas, o que muda é o desenho ou animação que está em alta no momento da pergunta.

Percebi também que muitas vezes a mãe que perguntava já tinha ali um preconceito embutido, porque elas ouviam o que os pastores falavam em suas igrejas ou davam ouvidos àquele burburinho pós-culto e isso já dava a resposta que elas buscavam. Em outras palavras, notei que muitas mães nem pesquisavam sobre o desenho animado que estava sendo questionado (quero dizer, pesquisar sobre a história, sobre sua produção e até assistir alguns episódios), já que elas simplesmente reproduziam discursos de terceiros.

Os discursos eram de dois tipos: os que diziam que o desenho era do demônio e fim de papo e os que argumentavam que o desenho feria valores cristãos. O segundo tipo de discurso é muito melhor, porque a pessoa ao menos dialoga e coloca argumentos de acordo com os ensinamentos cristãos. O argumento de “o desenho é do demônio” simplesmente encerra a discussão definitivamente, impedindo qualquer questionamento mais aprofundado sobre os valores que o desenho está transmitindo, por exemplo.

O que me incomoda é a falta de “empoderamento” dessas mães. E aqui não estou falando do empoderamento da maneira que feminismo (falo mais desse feminismo, de internet, aqui é necessário fazer um recorte) prega. Para mim, empoderar uma pessoa é permitir e incentivar que ela busque conhecimento e assim eleve sua auto-confiança. Quando uma mãe ou pai tem dúvida se um determinado desenho/filme/jogo/brinquedo está dentro do projeto de criação que tem para seus filhos, essa mãe ou pai deve ler a respeito daquele item. É o que na minha opinião fez muito bem a Loreta, nesse post sobre as bonecas LOL. A filha dela apareceu em casa falando da novidade, ela foi pesquisar a respeito (e escreveu um ótimo dossiê sobre o caso) e então deu o veredito.

Eu acabei saindo de quase todos esses grupos de mães cristãs porque eu acho essas discussões repetitivas e eu via de um modo geral uma argumentação muito pobre e confusa, porque as pessoas pescam uma coisa aqui e outra ali e não conseguem organizar muito bem as ideias. E notei que meu posicionamento a respeito de “polêmicas” assim é sempre o mesmo: eu pesquiso sobre o assunto, leio sobre a produção e vejo alguns episódios. Em seguida, eu faço uma reflexão e vejo se é adequado para que meu filho assista. Além disso, é impossível uma produção ser 100% dentro daquilo que queremos para nossos filhos. Sendo assim, o interessante na minha opinião é debater o assunto (o desenho, no caso) com o seu filho e mostrar ali os pontos positivos e negativos. Eu tenho a opinião de que essa postura ajuda a formar pessoas com bom senso e essa postura nem tem a ver com seguir ou não uma religião, já que todo mundo precisa de bom senso.

Usando o exemplo da Peppa Pig e considerando os valores que quero para minha família: eu percebi que o desenho não estimula o consumismo (ponto positivo), percebi também que a comunidade é bastante unida no desenho (ponto positivo), percebi que a família sempre está unida e fazendo atividades ao ar livre (ponto positivo) e o desenho tem alguns toques de humor inglês (ponto positivo, já que eu tenho que assistir por tabela rs). Como pontos negativos, percebi que a Peppa é mandona, ela chama os pais de bobo/bobinho e o desenho não é bonito (subjetivo, eu sei). Meu filho estava numa “febre Peppa” há alguns meses e na primeira vez que ele chamou o pai de bobo, eu expliquei que aquilo não era certo. A “febre Peppa” passou, ele assiste só de vez em quando na escolinha e eu acredito que agi da melhor maneira possível. Bom, ao menos meu coração está em paz! E ele não ficou viciado em chamar as pessoas de bobo, na verdade a única Peppamania que permaneceu foi o costume de pular em poças d’água da garagem.

 

Como meus leitores já sabem, eu tenho uma formação na área de ciências. Se você é nova(o) por aqui, eu sou formada em Meteorologia. Sempre gostei bastante de ciências e eu acredito que isso me fez sempre tentar levar as coisas pelo lado mais ponderado e mais crítico.

Observação: claro que isso não quer dizer que eu seja a rainha do pensamento crítico. Também não quer dizer que todos que se formaram na área de ciências naturais tem um total bom senso. E eu também não acho que o único caminho para o bom senso é ter uma formação na área de ciências. No entanto, eu acredito que a minha formação me ajuda nesse ponto. Foi apenas isso que eu quis dizer!

Por pensamento crítico, eu não quero dizer que fico encontrando defeito em tudo e falando mal de todas as coisas que consumo, como uma chata que só sabe reclamar. A questão é que eu simplesmente gosto de pegar uma coisa (uma ideia, um produto, um livro, etc) e tentar ver os pontos bons e os ruins daquela coisa. Quando estou assistindo um desenho e vejo algo que não concordo ou que não tenha relação com os valores que eu quero transmitir para meu filho, eu apenas converso com ele a respeito daquilo que foi apresentado. Eu dei um exemplo recente com relação ao Show da Luna!, em um episódio em que os personagens olharam diretamente para o disco solar (o que é muito perigoso, mesmo com óculos escuros). Ao meu ver, esse tipo de discussão em casa ajuda a fomentar um pensamento crítico nas crianças.

É evidente que há desenhos/filmes/etc que não são recomendados de jeito nenhum para crianças, por isso a gente sempre precisa observar a classificação indicativa.

Sendo assim, se surgir alguma dúvida a respeito da indicação de um desenho/filme/jogo/etc, converse com outros cristãos e com o líder religioso, porém não deixe  de pesquisar sobre aquele desenho para tomar a sua própria decisão. Não leia apenas fontes cristãs, procure material escrito por pedagogos e especialistas em desenho animado e cinema. Assista alguns episódios com seu filho, discuta o assunto. Não vamos poder blindar nossos filhos de tudo que nos desagrada para sempre. Aproveite os pontos negativos de um desenho, por exemplo, para conversar com seu filho a respeito desses pontos. Eu acredito que essa é a maneira mais sensata de agir diante de uma dúvida dessas.

Não procure “respostas prontas”, eu diria que esse é o resumo desse post. Leia, observe, pondere e discuta.

 

 

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Arquivado em: Blog, Feminismo, Maternidade, Opinião, Pedagogia Marcados com as tags: criação de filhos, desenhos animados, mulheres cristãs

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Comentários

  1. Guilherme França diz

    28/02/2022 em 7:48 pm

    Olá, tudo bem? Eu estava completamente em dúvida sobre assistir desenhos animados e eu encontrei esse site e apesar de eu ser um jovem cristão, eu finalmente encontrei a resposta pra isso, existem quatro desenhos que apesar de serem bem polêmicos eu amo bastante desde a infância: Pica-Pau, Bob Esponja, Chaves e Turma da Mônica, e dois filmes de animação que eu sempre amei desde a infância, Shrek e Meu Malvado Favorito:

    Pica-Pau – Muita gente costuma dizer que esse passarinho ensina coisas erradas pra crianças, mas, na verdade, quando analisarmos o desenho, perceberemos que em alguns episódios, o passarinho costuma ser punido pelos estragos que ele faz, apesar de ter uma origem obscura.

    Bob Esponja – Quase a mesma coisa que o Pica-Pau, dizem que o protagonista tinha um “relacionamento” com o melhor amigo dele, o Patrick, se você parar pra analisar, o Bob Esponja fazia coisas cômicas nas três primeiras temporadas até decair na quarta em diante, o próprio criador confirmou que o Bob Esponja nunca teve um relacionamento com o Patrick, e dá pra perceber também de que nós devemos conviver com nossos vizinhos e nunca falarmos palavrão, apesar da decadência na quarta temporada em diante.

    Chaves – A versão original possui ótimas lições de vida e frases memoráveis e edificantes, as crianças podiam assistir sem problemas, o problema é que quando a série de comédia foi adaptado pra desenho animado, muita gente costuma falar de que o protagonista costuma desrespeitar os moradores da vila, e ainda teve um caso de uma criança que viu o episódio do “cão” da Dona Clotilde e ainda disse assim “Satanás é bonzinho, papai?” sendo que na idade dela eu já sabia que Satanás era malvado, mas enfim, esse desenho mostra que satanás é maldoso e até desenho evangélico demonstra isso.

    Turma da Mônica – Esse é bem polêmico, ele foi acusado por causa de uma foto que parecia ser a Mônica com parte íntima masculina, mas na verdade era pra ser uma piada que infelizmente tudo deu errado na próxima geração por causa daquela teoria subliminar de “Ideologia de Gênero” (ou seja, era o Cebolinha com o cabelo todo estragado fazendo parecer que estava com o cabelo da Mônica), por exemplo, existem histórias antigonas da Turma da Mônica que seriam proibidas hoje, como “Reencarnação” e “Pacto com o Diabo”, além disso, o Maurício está se esforçando o máximo possível pra censurar todas as histórias que falam sobre “incentivar” coisas erradas para as crianças, a ponto dele e o Daniel Rezende criarem dois filmes fortes como “Mônica: Laços” e sua continuação “Mônica: Lições”

    Shrek e Meu Malvado Favorito – Ambas as animações possuem bastante mensagens ocultas e a maneira que eles retraram os vilões chega a ser muito pesada e apesar de ter criança pequena assistindo, ambos os filmes na verdade são pra crianças mais velhas, adolescentes e adultos que conseguem discernir lições de vida como: “Se você quer ser um cara ruim, saiba que existem pessoas piores do que você!”

    Menções Honrosas:

    Disney – Muitas pessoas, principalmente as que seguem a bíblia sagrada, dizem que as animações da Disney estão repletas de mensagens ocultas e subliminares, mas se você olhar mais nos filmes da Pixar, você perceberá de que os filmes parecem ter ótimas mensagens edificantes, e até mesmo vilões carismáticos, como nos filmes “Divertida Mente”, “Up”, “Ratattouile”, “Luca”, “Procurando Nemo” e “Toy Story” (esse último chega a ser um pouco pesado, mas tentem dar uma comparada com o Diante do Trono Infantil)

    Animes – Quando o caso é anime, muitos otakus costumam xingar os crentes por isso, eu não tenho nada contra os animes, tem uns que até consigo aturar como “Sonic X”, mas tem uns que o PRÓPRIO enredo fala que estão envolvidos teorias de demônio e que NÃO são pra crianças, porque existem animes que todos pensam que são para crianças mas o próprio criador revelou que não são como “Pokémon”, “Dragon Ball” e “Naruto”

    Desenhos de Herói – Mesma coisa que os animes, existem uns que até pioraram com o tempo mas nesse caso chega a ser discutível, como no caso do Ben 10, que era bem polêmico no clássico até piorar com o tempo.

    Eu sei que parece que estou defendendo mas apenas disse a minha opinião, espero que tenham compreendido e que Deus abençoe vocês.

  2. Samantha diz

    28/02/2022 em 8:31 pm

    Eu acho que as crianças nem reparam nessas coisas que você colocou, essas coisas são da mente dos adultos.
    Com relação a Turma da Mônica, por exemplo, eu ja vi crianças bem pequenas quererem jogar os bichinhos de pelúcia porque viram a Mônica arremessando o coelho Sansão. Mas é caso de conversar com elas e explicar que não pode, o desenho em si é muito legal 🙂

  3. Guilherme França diz

    01/03/2022 em 12:52 am

    Bem, ótima opinião, Deus te abençoe.

  4. Guilherme França diz

    15/03/2022 em 10:50 pm

    Outra coisa que esqueci de falar é que tem alguns casos que chega até fazer sentido, como no caso de Scooby-Doo, que na cara dura dá pra perceber que tem muita coisa ruim que só adulto repara e realmente, quem entende mais dessas coisas são os adultos, também um outro desenho que é bem polêmico é o Hora de Aventura, que de cara já dá pra saber pela classificação indicativa (que é pra maiores de 12 anos).

    Mas tem alguns casos que dá pra perceber que é falso na cara dura, como no caso dos Backyardigans, que é um desenho que estimula a imaginação da criança, como se fosse Mundo Bita de antigamente, onde fala que dentro da janela das casas dos personagens mas na verdade não tem nada, ou no caso da Galinha Pintadinha, que tem aquelas polêmicas envolvendo as músicas “Fli Flai Flu”, “Mestre André” e “Elefante”, a última música já foi comprovado que é falso e que na verdade não é um símbolo oculto, é apenas um erro de dublagem que virou meme até cair nas mãos dos cristãos.

    Existem desenhos que a criança pequena pode não entender, mas só quem é mais velho realmente entende, como no caso do Cuphead, que é um desenho em que aparece o próprio demônio mas na verdade foi revelado que isso era apenas uma representação dele (como vilão) e o que ele realmente faz.

    Eu gostei muito do seu blog, além do mais, eu queria compartilhar pras pessoas que ainda estão em dúvida que desenhos as mães querem que o filho assista, porque existem pessoas que se dizem cristãs mas xingam os outros por terem uma decisão diferentes e ainda fazendo coisas contra o que a bíblia fala, tem até um vídeo no YouTube que fala exatamente sobre as boas influências e as influências malignas por trás de cada desenho.

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